Cimeira no Brasil para tentar salvar o planeta

Uma década após a Cimeira do Clima de Paris, objetivo é passar das palavras aos atos. “O tempo das negociações acabou”, avisou o secretário-geral da ONU, António Guterres.

10 de novembro de 2025 às 01:30
Cimeira no Brasil para tentar salvar o planeta Foto: SASCHA STEINBACH/ epa
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Representantes de 180 países vão debater a partir desta segunda-feira e até ao final da próxima semana o futuro imediato do nosso planeta na COP30, conferência mundial sobre as mudanças climáticas, promovida pela ONU e realizada na cidade brasileira de Belém do Pará, na Amazónia. Uma década após a Cimeira do Clima de Paris, o objetivo declarado de todos, governantes, cientistas e ambientalistas, é o mesmo: tirar do papel e concretizar propostas já existentes e as que surgirem no encontro.

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Ao todo, perto de 60 mil pessoas estarão em Belém, reivindicando, apoiando ou criticando, mas só as delegações oficiais dos países terão o poder de decisão. Organizações não governamentais, ativistas e indígenas ficarão em locais afastados, com agendas paralelas intensas, mas meramente simbólicas.

O português António Guterres, secretário-geral da ONU, foi claro na cimeira com 42 chefes de Estado e de Governo que na quinta e sexta-feira antecedeu o início oficial da conferência, enfatizando que o tempo da negociação acabou, agora chegou a hora da implementação. Na cimeira, os líderes mundiais, sem a presença do negacionista Donald Trump e de alguns dos maiores poluidores mundiais, como a China e a Índia, definiram as diretrizes para as delegações que debaterão o que fazer para reduzir a atual devastação ambiental do planeta: acelerar a transição energética, ampliar o financiamento climático e preservar a todo o custo as florestas tropicais.

Por entre as afirmações da urgência de ações concretas, a conferência convive com ambiguidades - como a do próprio anfitrião, Lula da Silva, que na cimeira defendeu o fim do uso de combustíveis fósseis, mas há dias autorizou a exploração de petróleo numa área ainda intacta da Amazónia - e com problemas logísticos e especulação. Belém é formada por inúmeras ilhas, várias delegações foram hospedadas a quase 30 km da sede da conferência, os preços dos hotéis dispararam para até 80 vezes mais, e a segurança local, reforçada com oito mil militares das Forças Armadas, tornou extremamente difícil a movimentação, até dos moradores.

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