China, EUA, Índia, União Europeia e Rússia comprometeram-se no Acordo de Paris a reduzir as emissões de CO2. Dez anos depois, os dados mostram que nem todos estão a cumprir.
À entrada de mais uma conferência da ONU para o clima, a luta contra as alterações climáticas está num ponto de viragem. Com recordes de temperatura a serem batidos e os objetivos delineados no Acordo de Paris cada vez mais distantes (limitar a subida global da temperatura a menos de 1,5ºC é já praticamente impossível), são cada vez mais as dúvidas sobre o futuro do planeta.
A falha em cumprir com as metas traçadas há uma década suscita questões sobretudo junto dos maiores emissores de gases de efeito de estufa – a China, os EUA, a Índia, os países da União Europeia e a Rússia.
Em conjunto, estes cinco representam praticamente dois terços do total de emissões (só a China é responsável por 34%). Quase todos se comprometeram em atingir metas (com maior ou menor urgência) para a redução de emissões. Mas estarão mesmo a cumprir?
De longe o país mais poluente, a China é responsável por mais de um terço das emissões globais. Ainda que tendo assinado o Acordo de Paris, as emissões de CO2 de Pequim não pararam de aumentar, atingindo um pico em 2023. Recentemente, o governo de Xi Jinping assumiu publicamente e pela primeira vez uma meta, comprometendo-se a reduzir as emissões em cerca de 10% até 2035. No entanto, para que os objetivos de Paris estivessem a caminho de serem cumpridos, nessa altura já teria de haver uma redução de 60%.
Washington tem cumprido as suas metas climáticas — até agora. Em 2020, o país anunciou ter cumprido o seu primeiro objetivo, uma redução de 17% nas emissões face a 2005, um ano antes do previsto e mesmo tendo em conta a saída do Acordo de Paris decretada por Donald Trump. O segundo e mais ambicioso alvo passa agora por alcançar um corte de pelo menos 50% até 2030. O regresso de Trump à presidência, e uma nova saída anunciada do tratado climático, fazem antever dificuldades em atingir esta meta.
A Índia é o terceiro maior emissor a nível global, e a tendência dos números é de claro crescimento. A rápida industrialização e explosão demográfica do país mais populoso do mundo, tem feito com que as emissões tenham crescido a um ritmo acelerado desde o princípio do século XXI. Neste momento, os estudos mais recentes estimam que o pico de emissões no país só aconteça na década de 2040.
Tida como um todo, a Europa dos 27 é o quarto maior emissor. O continente, que em 1990 emitia mais de 4,7 mil milhões de toneladas de CO2, conseguiu até agora reduzir esse número em 37%, devendo esse número aumentar para 47% até 2030. Bruxelas prevê ainda atingir a neutralidade carbónica até 2050, em linha com o estipulado no Acordo de Paris.
O colapso da União Soviética marcou uma queda acentuada nas emissões de CO2 vindas do território russo. Esses valores viriam a estabilizar anos mais tarde, ainda que longe do pico de 2,5 mil milhões de toneladas de gases-estufa registado em 1990. Desde 2000 registaram um ligeiro aumento, potenciado nos últimos anos pela guerra na Ucrânia. Recentemente, Vladimir Putin estabeleceu como meta reduzir as emissões em cerca de um terço até 2035 — valores que o projeto científico Climate Action Tracker classifica como "criticamente insuficientes".
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