Pavilhão de Portugal na COP30 atrai centenas com copos de vinho e pastéis de nata

Conferência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas começou no dia 10 e deverá terminar na sexta-feira na cidade da Amazónia brasileira.

19 de novembro de 2025 às 14:01
COP30 no Brasil, em Belém, Amazónia, com metas para redução de emissões de GEE Foto: AP
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Centenas de pessoas acorrem todas as tardes ao pavilhão de Portugal na COP30 em Belém, no Brasil, para provar um dos 500 copos de vinho, 250 pastéis de nata e 150 bolinhos de bacalhau que ali são oferecidos diariamente.

A iniciativa, a que a organização chamou 'Get Together', tem como objetivo proporcionar um momento de descontração ao final do dia e divulgar os vinhos portugueses, contou à Lusa Cláudio de Jesus, que gere a participação de Portugal na conferência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, que começou no dia 10 e deverá terminar na sexta-feira na cidade da Amazónia brasileira.

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Pelas 17h30 de terça-feira, a fila teria mais de 150 pessoas e já ultrapassava toda a extensão do pavilhão português, desenhado pelo arquiteto Eduardo Souto de Moura com linhas minimalistas e materiais sustentáveis e com mobiliário desenhado por Álvaro Siza Vieira.

Por essa hora, as jovens voluntárias brasileiras Viviane e Layane aguardavam pacientemente na fila, "há mais de 40 minutos", para experimentar os pastéis de Belém: "Vai valer a pena para conhecer a culinária de outro país".

Um pouco atrás, o engenheiro Luís, de 60 anos, que está a trabalhar na COP, esperava poder provar um copo de vinho português, enquanto Alice aguardava para "pegar um vinho para os amigos", porque ela só queria mais um bolinho de bacalhau.

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Uma hora depois, Cláudio de Jesus já não tinha nada para oferecer: "Às vezes guardamos uns ali dentro, mas hoje desapareceu tudo. Não sei o que é que aconteceu".

O gestor, que trabalha há quase 30 anos nas Águas de Portugal, está na COP ao abrigo de um protocolo entre a empresa e o Fundo Ambiental e coordena toda a participação portuguesa no evento, incluindo o pavilhão de Portugal.

A ideia de dar a provar vinhos portugueses em eventos internacionais começou em 2009, quando foi testada pelas Águas de Portugal num Fórum Mundial da Água na Turquia.

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No Dubai, há dois anos, na COP28, foi decidido acrescentar os pastéis de nata à oferta do vinho, mas eram uns mini-pastéis de nata, porque no Dubai também não havia, tinham que vir de Lisboa.

No ano passado, na COP29, no Azerbaijão, a organização encontrou uma senhora Azeri que tinha estado em Portugal de férias com o marido e adorou os pastéis de nata, que nunca tinha comido.

Como tinha uma pastelaria e uma área industrial de pastelaria, dedicou-se a testar receitas até acertar na fórmula do pastel de nata.

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Este ano, o pastel de nata vem de uma pastelaria na cidade de Belém, chamada Lisboeta, e são "igualzinho ao de Lisboa, igualzinho".

"E então porquê? Porque eles contrataram um pasteleiro em Lisboa, trouxeram para aqui, esteve a formar os pasteleiros cá, e eles agora reproduzem a receita desde há dois anos".

Este ano foi introduzido o bolinho de bacalhau -- em forma de bola -- feitos nessa mesma pastelaria Lisboeta.

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"Só para as pessoas não estarem a beber sem comer", contou.

Mas os 150 bolinhos são os primeiros a acabar, depois acabam os pastéis e o vinho acaba quando acabam as 80 garrafas de branco, tinto e Porto que a organização oferece por dia.

Na primeira semana, reinava a confusão, mas agora há fila organizada e as pessoas esperam tranquilamente a sua vez, mesmo quando, como na terça-feira, têm de esperar que acabe o evento a decorrer no pequeno auditório do pavilhão para que se possa começar a degustação.

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Como disseram à Lusa cinco jovens delegados de países europeus que aguardavam a sua vez: "Enquanto esperamos pelo vinho, vamos fazendo o 'debriefing' e convivendo uns com os outros"

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