Manifestação foi "uma das maiores marchas pelo clima que se tem realizado nestas conferências das Nações Unidas", adiantou a Associação.
A associação Zero de Portugal juntou-se este sábado aos milhares de ativistas e indígenas numa marcha em Belém para chamar a atenção dos negociadores da COP30, reunidos nessa cidade da amazónia brasileira, para exigir respostas climáticas.
"Uma enorme mobilização, um apelo gigante, para que os políticos na segunda semana possam realmente dar respostas em termos de ação e implementação à enorme crise climática que vivemos e que se sente também claramente em Portugal nos dias de hoje", afirmou o presidente da Zero, Francisco Ferreira.
Em declarações enviadas aos jornalistas, este ativista de Portugal adiantou que a manifestação de este sábado em Belém, no Brasil, foi "sem dúvida, uma das maiores marchas pelo clima que se tem realizado nestas conferências das Nações Unidas".
"Precisamos de decisões que cheguem às pessoas, que seja aquilo que chamamos uma transição justa de combustíveis fósseis para energias renováveis e realmente as dezenas de milhares de participantes fizeram esse mesmo apelo", reforçou.
No início da marcha, um balão gigante, com o formato do globo terrestre, chamava a atenção naquela que foi uma caminhada festiva, com música, perto do mercado na cidade que acolhe a conferência climática da ONU, desde segunda-feira e até dia 21.
A "Marcha Global pela Justiça Climática" contou com "a adesão de mais de 30 mil pessoas de todo o mundo", segundo o movimento Cúpula dos Povos, e atravessou a cidade, com 1,4 milhão de habitantes, num percurso de aproximadamente quatro quilómetros e meio, entre o Mercado de São Brás e a Aldeia Cabana, organizada em blocos de Movimentos Sociais, Internacionalistas e da Transição Justa, e com paragem programada a poucos quarteirões do local onde se reúne a COP30.
A conferência da ONU está protegida por dezenas de soldados e barreiras, algumas com arame farpado e está a ser marcada pela ausência dos Estados Unidos da América (EUA).
Pela primeira vez, desde a COP26, em 2021, em Glasgow, na Escócia, a sociedade civil pode expressar-se livremente e sem medo de estarem sujeitos a prisões arbitrárias.
As três últimas conferências climáticas da ONU ocorreram no Egito, Dubai e Azerbaijão, países onde nenhuma organização não governamental (ONG) considerou seguro manifestar-se fora do local da COP, que é protegido e administrado pelas Nações Unidas.
Segundo o ativista português, a manifestação teve um grande destaque para a floresta brasileira da Amazónia, que "está a ser comida aos poucos pelo agronegócio e também pela mineração".
Francisco Ferreira realçou ainda que há "investimentos em combustíveis fósseis em muitos locais do mundo que não param de acontecer" e, na realidade, o que se assiste é a um "aumento do uso do carvão, do petróleo, do gás natural, que é necessário evitar".
"Isto, para não continuarmos nesta senda de aumento de 2,5 graus, 2,6 graus, em relação à era pré industrial", afirmou Francisco Ferreira que revelou uma "enorme satisfação da Zero por estar" nessa manifestação na cidade que acolhe a COP30.
Uma marcha que, no seu entender, foi "perfeitamente pacífica, muito colorida, cheia de música, contrastando com aquilo que é a realidade, principalmente, dos povos mais vulneráveis, que não conseguem lidar com os enormes custos" na sequência do clima.
"Eventos meteorológicos extremos que atingem todo o mundo, mas onde as populações no seu global, obviamente, têm cada vez mais dificuldade em lidar com cheias, secais, a subida do nível da água do mar que lhes tira o território", indicou.
No protesto de hoje houve também apoio à causa palestiniana, com a presença e exibição de bandeiras da Palestina, embora o grande destaque fosse o clima com foco na floresta Amazónia e nos povos indígenas.
As comunidades indígenas brasileiras exigem ter voz e maior participação, serem ouvidas e entendidas, no seio das discussões que já foram interrompidas por duas vezes pelos manifestantes.
A primeira, foi na noite de terça-feira, quando invadiram o local da COP e entraram em confronto com as forças de segurança. A segunda, foi na manhã de sexta-feira, quando outros manifestantes indígenas bloquearam a entrada principal para forçarem reuniões de alto nível com as autoridades brasileiras.
As autoridades brasileiras reforçaram significativamente a segurança no decorrer desta semana no Parque da Cidade, local do evento, num esforço de evitar distúrbios.
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