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Famosa atriz canadiana planeia recorrer ao suicídio assistido por não conseguir superar doença mental

Depois de décadas a lutar contra vários problemas de saúde, Claire Brosseau diz não ver outra saída.

30 de dezembro de 2025 às 14:13

Claire Brosseau, de 48 anos, revelou que pretende pôr fim à vida através de suicídio assistido, alegando não conseguir ultrapassar as graves doenças mentais de que sofre há décadas. A atriz e comediante canadiana tornou pública a sua decisão numa carta aberta publicada no início deste ano na plataforma Substack.

Diagnosticada com depressão maníaca aos 14 anos, Claire Brosseau enfrentou desde cedo um percurso marcado por consumo de drogas, álcool e comportamentos autodestrutivos. Ao longo dos anos, recebeu ainda diagnósticos de ansiedade, ideação suicida crónica, perturbações alimentares e de personalidade, abuso de substâncias, stress pós-traumático e outras condições de saúde mental.

Apesar de múltiplas tentativas de tratamento — incluindo acompanhamento psiquiátrico e psicológico em vários pontos da América do Norte, dezenas de medicamentos, diferentes terapias e até experiências com psicadélicos guiados — a atriz afirma nunca ter conseguido uma melhoria duradoura. Segundo revelou ao 'New York Times', tentou suicidar-se por diversas vezes.

Sem companheiro nem filhos, Claire Brosseau decidiu em 2021 solicitar a eutanásia ao abrigo do programa canadiano Medical Aid in Dying (MAiD). No entanto, a legislação atual não permite o acesso ao MAiD a pessoas cujas doenças graves estejam exclusivamente relacionadas com a saúde mental. Embora estivesse prevista a remoção dessa exclusão em março de 2023, a medida foi adiada por duas vezes, estando agora apontada apenas para 2027.

Perante este cenário, Claire Brosseau avançou com uma ação judicial contra o governo canadiano, alegando violação dos seus direitos fundamentais. A queixa foi apresentada no Tribunal Superior de Ontário, em conjunto com o ex-correspondente de guerra John Scully, que sofre de stress pós-traumático.

Apesar de ter participado em projetos de sucesso, a saúde mental continuou a comprometer a sua estabilidade. Mesmo quando alcançou aquele que descreveu como o "papel dos seus sonhos" num filme europeu, a atriz revelou ter vivido crises intensas fora do set. "Eu estava a ir bem no filme, estava a divertir-me no set, mas todas as noites voltava para o hotel e chorava, gritava e rasgava as minhas roupas. Eu queria me matar e mal podia esperar para sair dali", contou ao 'New York Times'.

Convicta de que não consegue continuar a viver com a sua condição, Claire Brosseau chegou a organizar vários "jantares de despedida" com amigos, familiares e colegas, onde partilhou a intenção de recorrer ao suicídio assistido.

O caso da atriz divide a comunidade médica. A psiquiatra Gail Robinson, professora da Universidade de Toronto, considera que o MAiD pode ser uma escolha razoável para a atriz, embora admita desejar que ela mude de ideia. Já o psiquiatra Mark Fefergrad defende que Claire Brosseau pode recuperar e que o seu pedido deve ser analisado de forma diferente dos casos de doença física incurável.

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