Esta é a maior concentração de grupos de pressão da indústria dos combustíveis fósseis numa COP desde que se começou a fazer a análise sobre os participantes na Conferência.
Um em cada 25 participantes na Cimeira do Clima (COP30) a decorrer em Belém, no Brasil, é lobista da indústria dos combustíveis fósseis, indicou esta sexta-feira a coligação Kick Big Polluters Out (KBPO -- Expulsem os Grandes Poluidores).
Em comunicado, a KBPO adianta que no total são mais de 1.600 os lobistas presentes nas negociações climáticas que decorrem na cidade amazónica, superando quase todas as delegações nacionais, com exceção da do Brasil, o país anfitrião, que conta com 3.805 representantes.
Para a KBPO, é um "lobista das energias fósseis" qualquer delegado que "represente uma organização ou seja membro de uma delegação que possa ser considerada como tendo o objetivo de influenciar" no interesse da indústria dos combustíveis fósseis.
Segundo a coligação, trata-se da maior concentração de grupos de pressão da indústria dos combustíveis fósseis numa COP desde que começou a fazer a análise sobre os participantes na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, em 2021.
O responsável pela área de Clima, Energia e Mobilidade da organização ambientalista Greenpeace, José Luis García Ortega, citado pela agência noticiosa privada espanhola Europa Press, diz que é como convidar a indústria do tabaco para participar numa conferência sobre o cancro.
A KBPO precisa que vários países incluíram representantes da indústria nas suas delegações oficiais, como a França, que conta com 22 delegados da indústria dos combustíveis fósseis, cinco deles da TotalEnergies, incluindo o presidente da empresa, o Japão, com 33 lobistas, incluindo representantes da Mitsubishi Heavy Industries e da Osaka Gás, e a Noruega, com 17, incluindo seis da empresa estatal de petróleo e gás, a Equinor.
Salienta ainda que os grupos de pressão dos combustíveis fósseis receberam "mais dois terços de passes para a COP30 do que todos os delegados das dez nações mais vulneráveis às alterações climáticas juntos (1.061)", acrescentando que cerca de 599 lobistas obtiveram credenciais que lhes permitem ter acesso ao funcionamento interno das negociações, refere a Europa Press.
Estes dados e o facto de o número de representantes da indústria dos combustíveis fósseis nas discussões climáticas da ONU se ter mantido consistentemente elevado reforçam, diz a KBPO, a necessidade "urgente" de proteger estas negociações internacionais e de estabelecer políticas claras sobre conflitos de interesses e medidas de responsabilização.
Ivonne Yáñez, ativista da organização ambiental equatoriana Acción Ecológica e da KBPO, criticou as empresas de combustíveis fósseis por continuarem a conduzir o mundo para o "abismo climático" e sublinhou que "os governos são seus cúmplices".
"Durante 30 anos, as cimeiras sobre as alterações climáticas foram o palco ideal para as empresas petrolíferas limparem a sua imagem, fazerem negócios e encontrarem novas formas de se esquivarem face aos seus crimes ambientais. Hoje, em vez de fazerem a transição para sociedades pós-petróleo, querem extrair até à última gota combustíveis fósseis para continuar a alimentar o sistema capitalista e as guerras genocidas", lamentou, citada no comunicado.
"Precisamos de fechar as portas a estas indústrias de combustíveis fósseis e não podemos permitir que continuem a influenciar as negociações", exigiu José Luis García Ortega.
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