Países em desenvolvimento insistem em negociar em Belém como alcançar 1,3 biliões de dólares para atingir as suas metas climáticas.
A deputada federal do Brasil Célia Xakriabá pediu esta segunda-feira que os financiamentos climáticos não se concentrem apenas na Amazónia, mas também noutros biomas brasileiros.
"Porque a Amazónia é importante, mas a Amazónia por si só não vai salvar a humanidade", disse Célia Xakriabá à Agência Lusa e à France-Press (AFP), durante a 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), que começou esta segunda-feira na cidade amazónica de Belém.
"É preciso reconhecer o cerrado brasileiro, o bioma de sacrifício e o segundo maior bioma do Brasil, mas também os biomas da Mata Atlântica e o Pantanal", frisou a deputada indígena de 36 anos, do povo Xakriabá do estado de Minas Gerais, sudeste do país.
De acordo com o relatório anual do Projeto de Monitorização do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), considerado o mais preciso para medir as taxas anuais, 5.796 quilómetros quadrados de floresta foram destruídos entre agosto de 2024 e julho de 2025, em comparação com 6.288 quilómetros quadrados no período homólogo.
Em relação ao Cerrado, após cinco anos consecutivos de aumento de desflorestação, entre agosto de 2024 e julho de 2025 foi registada uma queda de 11,49% em relação ao período homólogo anterior.
Quanto ao Pantanal, a maior planície alagadiça do mundo, localizado nos estados brasileiros de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e também em partes da Bolívia e Paraguai, foi o mais afetado pelos incêndios, com 62% da sua área queimada nas últimas quatro décadas.
No ano passado, o Pantanal foi o bioma brasileiro que mais perdeu superfície de água em relação à média histórica (61%).
Enquanto falava Célia Xakriabá, o agora ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência do Brasil, parou por uns segundos e atirou "que saia resultado efetivo desta COP, não 'blá blá'"
A 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30) começou em Belém, Brasil, com o presidente da reunião anterior a pedir que se tornem efetivas as metas aprovadas no ano passado.
A abertura das duas semanas de negociações foi feita pelo presidente da COP29, realizada em Baku, no Azerbaijão, Mukhtar Babayev, que apelou para que se "tornem efetivas" as metas da cimeira climática do ano passado.
Também na sessão de abertura, Simon Stiell, secretário executivo da ONU para as alterações climáticas, citou a ciência para dizer que ainda é possível impedir um aumento da temperatura acima dos 1,5ºC, após um desvio acima desse valor.
Simon Stiell salientou que ainda há muito trabalho para fazer na luta climática e que é preciso agir "muito mais rápido" porque os desastres climáticos "consomem duas casas decimais" do PIB global, além de provocarem milhares de mortes.
Os países em desenvolvimento insistem em negociar em Belém como alcançar esses 1,3 biliões de dólares para atingir as suas metas climáticas.
Outro objetivo dos negociadores será o de estabelecer, por consenso, uma série de indicadores de adaptação. Até à data, está a ser considerada uma lista de cem elementos. Isto permitirá medir quais os países mais vulneráveis à emergência climática e agir em conformidade.
Novas metas de redução de emissões de gases com efeito de estufa estão também na agenda da conferência que hoje começou.
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