Conferência da ONU sobre o clima começa na segunda-feira e termina dia 21 de novembro.
A ministra dos Povos Indígenas do Brasil, Sonia Guajajara, espera que os indígenas possam desempenhar papéis de destaque na COP30 em Belém, Brasil, que começa na segunda-feira, avisando que sem eles "não há futuro para a humanidade".
Membro da etnia Guajajara-Tenetehara, nascida numa reserva indígena no estado do Maranhão (nordeste), Sonia Guajajara é a primeira a ocupar o cargo, criado pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao regressar ao poder para um terceiro mandato, em 2023.
A dois dias do início da conferência da ONU sobre o clima, a COP30, que este ano decorre em Belém, na Amazónia brasileira, a ministra, 51 anos, prevê "a melhor COP em termos de participação indígena", ao mesmo tempo que denuncia o "racismo" de que sofrem os povos autóctones.
E lamenta, citada pela AFP, que o seu governo não tenha conseguido homologar mais reservas indígenas. Esse movimento, disse, foi travado por uma lei aprovada pelo parlamento brasileiro, de maioria conservadora, que restringe o reconhecimento das terras que por direito pertencem aos autóctones.
O Brasil, o maior país da América Latina, conta com 1,7 milhões de indígenas, distribuídos por 391 etnias que falam 295 línguas, entre mais de 200 milhões de habitantes.
"Há uma grande ignorância, um racismo muito presente na sociedade em geral em relação aos povos autóctones. A COP30 pode contribuir significativamente para uma melhor compreensão do papel desempenhado pelas populações indígenas no equilíbrio climático", disse, quando questionada sobre se a realização da conferência na Amazónia contribuiria para um melhor conhecimento dos povos indígenas.
E acrescentou: "A presença de autóctones, num território delimitado ou não, garante água potável, biodiversidade protegida, alimentos sem produtos químicos e florestas preservadas. E a humanidade precisa de tudo isso para continuar existindo. É por isso que dizemos que sem os povos indígenas, sem as suas vozes, não há futuro para a humanidade."
Nas declarações à AFP, Sonia Guajajara recordou que participou pela primeira vez numa conferência da ONU sobre o clima em 2009 (COP15 em Copenhaga), onde estavam "um ou dois indígenas" e sem participação ativa, e disse que desde então houve uma grande evolução, embora os povos indígenas estejam longe de "desempenhar realmente papéis de liderança".
Sonia Guajajara destacou ainda que os povos indígenas, guardiões da floresta, são os primeiros a sofrer o impacto das alterações climáticas, e falou das grandes inundações e secas que afetam o seu modo de vida.
A conferência da ONU começa na segunda-feira e termina dia 21. As delegações de quase todo o mundo vão debater a redução de emissões de gases com efeito de estufa emitidos pela ação humana, responsáveis pelo aquecimento global, as ações de adaptação a um clima alterado e as formas de ajudar os países mais desfavorecidos.
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