"A Liga Portugal é o único acionista da Liga Centralização. A Liga Portugal é constituída pelos clubes da primeira e segunda divisão. Os direitos são geridos na Liga Centralização. Tem como administração alguém que é nomeado por todos estes clubes. A Liga Centralização tem de sair por debaixo da Liga Portugal. O Benfica tem 60% a 70% do peso dos direitos televisivos. Não pode haver uma decisão colegial. Neste momento o pior é André Mosqueira de Amaral, que é do Sporting", disse Martim Mayer.

"Parece que estamos todos de acordo que o Benfica tem de assumir uma posição de liderança nestas matérias. Entendo de forma extremamente profissional e acho que se deve assumir isso. Tudo o resto que ouvi aqui, entrar em matérias de discussões e trabalhos, acho que já não é responsabilidade do Benfica. O Benfica não pode tocar em tudo. Estas são áreas fundamentais e o Benfica tem de marcar claramente a sua posição sem qualquer possibilidade de haver algum atropelo. Isto tem de ser profissional, sério e direto. É a única coisa que defendo. E se o Benfica o fizer e for avassalador em campo, não vamos ter problemas. Tudo o que advier, será para ser tratado e regulado. O Benfica não pode liderar tudo. Nesta matéria, quer ser respeitado com integridade, honestidade, princípios e caráter. São estes os princípios que vamos exigir às instituições", afirmou o candidato Cristovão Carvalho.

João Diogo Manteigas: "O Benfica tem de manter relações institucionais com a FPF, com a Liga, até por causa dos assuntos que já falámos: os direitos audiovisuais... Tem de se sentar à mesa com todos e liderar o processo. Não esquecer a AF Lisboa. O Benfica é fundador e já perdeu o poder que tinha porque o Belenenses tem mais formação inscrito do que o Benfica no distrito de Lisboa. Arbitragem: não sei se os sócios sabem lá em casa, mas uma das partes desta temática é também a arbitragem. O Benfica vai ter de passar a ser vigilante nos próximos quatro anos relativamente ao que se chama o sistema da arbitragem. Como? Em cinco pontos essenciais. Análise e acompanhamento aos relatórios das exibições dos árbitros, que a partir deste ano serão públicos. O VAR. A partir deste ano, há subida e descida de categoria do VAR. O Benfica tem de perceber e fazer o escrutínio da análise do VAR. Entretanto, tomei conhecimento que na semana passada foi criado um centro de formação do VAR a norte, com Pedro Proença, através da AF Porto, a dizer que a Federação iria utilizar para descentralizar o VAR. Queria perceber como e porquê porque o Benfica não responde. Investigue-se. Terceiro, o Benfica e os seus dois rivais crónicos são sempre candidatos ao título. O Benfica tem de acompanhar a arbitragem para perceber os desvios padrões dos árbitros que são nomeados para os jogos desses mesmos rivais. Como? Se o mesmo árbitro for nomeado várias vezes para esse mesmo clube, tem de se perceber porquê. Quarto, as comunicações da sala do VAR são sempre sigilosas, mas o Benfica nos seus jogos tem sempre acesso a elas na semana seguinte. Deve pedir para ouvir e transcrever aos sócios para se perceber: quer se ganhe, quer se empate ou se perca. Quinto, o Benfica tem de ser promotor de uma Lei para a arbitragem. Iniciou-se em 2011 pelo Governo, através da Secretaria para o Desporto, e os árbitros continuam sem ter um regulamento que se aplique em questões de incompatibilidades, regras deontológicas..."

"Estamos a falar de quê? Já é do domínio público que se eu ganhar as eleições que relativamente a Pedro Proença e Federação que não vou cortar nada mas que enquanto não correr com ele dali para fora não vou perdoar nada como ele pôs um lençol verde ali nos órgãos principais da FPF e a vergonha foi sermos prejudicados. Até costumo dizer, se eu não andasse a fazer barulho, aquele penálti do Sp. Braga nunca nunca tinha sido marcado. Por isso, já falei com 18/19 presidentes de clubes e estão alinhados comigo. Vou falar com o resto. Pedro Proença foi um homem que se arrastou à conta do dinheiro dos clubes, como fez na Liga e agora está a fazer na Federação. O dinheiro que gastou naquele evento que fez lá dava para um ano de um clube da 2.ª divisão. Prejudicou-nos sempre. Não tenho pena dele. Temos de avançar com aquela coisa toda. Com a Liga temos uma boa relação. A pessoa que lá está é sensacional. Com os clubes, o Benfica sempre teve uma boa relação. Quando não tinha com o presidente, os quadros abaixo falavam. Quando eu não falava com o Pinto da Costa, o Domingos [Soares de Oliveira] falava. Com o Sporting a mesma coisa. Os profissionais que se entendam. Eu percebo que tenha de haver essa boa relação. Se não falar com o presidente não há problema nenhum",remata Vieira.

Noronha: "O Benfica quer ter as melhores relações institucionais. Mas para ser respeitado o Benfica tem de se dar ao respeito. Rui Costa disse que coloca o Benfica acima de tudo. Estou completamente de acordo, mas não foi o que aconteceu com Pedro Proença. Votou em Proença porque não podia ir contra a corrente. Se tiver de ir contra a corrente, vou."

Rui Costa: Não é porque não podia, não queria.

Noronha: Não queria? Ainda pior. Ouvimos de Rui Costa que não tinha votado em Proença, mas sim no projeto de Proença. Fiz-lhe essa pergunta em Assembleia Geral mas ainda não percebemos esse apoio. Garanto que estarei a defender os interesses do Benfica até à primeira à última jornada. Não será com comunicados meiguinhos. Quando o presidente tiver de dar a cara, dará.

"Concordo em grande parte com o que o candidato disse. O Benfica vai estar, acima de tudo, sempre na linha da frente das decisões do futebol português. Tem de estar. Vai ser um momento de grande viragem no futebol português, com muitos dossiês em cima da mesa. O Benfica terá de estar na linha da frente em todos esses temas. Foi falado da relação com os outros clubes e o que queremos dos outros clubes é: fomos toda a vida o alvo a abater pela nossa grandeza. E concordo plenamente que temos de querer, evidentemente, procurar evidenciar o melhor para o futebol português. O futebol limpo, que possa ser jogado dentro das quatro linhas. Não tenho intenções de cortar, até prova contrária, relações com ninguém, mas irei sempre defender o Benfica intransigentemente como tenho feito e como procuro fazer no futuro de modo a que o Benfica seja respeitado como merece", acrescentou Rui Costa.

"Aquilo que defendo é um Benfica muito profissional a todos os níveis. E tem de haver uma forma de lidar diferente com estas instituições. Não estou numa perspetiva de amizades, companheirismos, compadrios, entendimentos, reuniões fora. Defendo uma posição institucional do Benfica com representantes para cada uma das áreas e órgão respetivos. É aí que se defendem os interesses do Benfica. Se o Benfica for avassalador em campo e ganhar com tranquilidade, não temos de nos preocupar com relações com essas instituições. Temos de nos preocupar com a nossa casa, fazer uma grande equipa, jogar bem e dar alegrias aos sócios. Se ganharmos com tranquilidade, tudo o que for feito dentro dessas instituições é o que o Benfica deve fazer. E não se deixar enredar nestas conversas de trocas, galhardetes de presidentes. É um caminho que não nos interessa. Somos muito superiores e estamos a ser arrastados para uma lama na qual temos demasiada exposição. É tudo o que eles querem e nós ainda não percebemos. Quem enche as televisões com Benfica é o próprio Benfica. E damos tema para isso sistematicamente. Temos de deixá-los a falar sozinhos. Exigir o que temos de exigir. Tal como a comunicação no clube: tem de estar totalmente alinhada e esvaziar o balão à segunda-feira depois do jogo para que, à noite, segunda, terça, quarta e quinta, não estejam as televisões a desgastar o Benfica com pessoas que não interessam ao Benfica, se dizem benfiquistas e não defendem o Benfica, e nos arrastam para a lama. É todo um caminho que o Benfica tem de fazer, não só nas instituições, mas na comunicação. E só o Benfica tem a ganhar com isso", disse Cristóvão Colombo

Martim Mayer: "Na nossa vice-presidência, temos a Catarina Valente Rodrigues, neta de Fernando Martins. A relação institucional que o Benfica tem é sempre de peso. Vivemos na economia em que vivemos. Para nos respeitarem, não podem levar valor para fora. Isso está acontecer com os direitos televisivos. A minha abordagem é institucional. Tratarei que assim seja com as outras entidades e rivais. Mas o Sporting tem um pedido de desculpas para nos fazer."

Luís Filipe Vieira: "Tens institucional, tens. Vais é levar com uma limpeza do caraças"

"Rui Costa, no que toca às modalidades e à ida às Casas do Benfica não estás bem informado", atira Cristóvão Carvalho.

[Rui Costa interrompe]: "Eu também falo com os presidentes das Casas e o que estou a dizer é verdade. Não vinha para aqui dizer algo que não é verdade. Também tenho sensibilidade".

Cristóvão Carvalho: "Ainda bem que retificaste e disseste que estiveste em 60 Casas, mas aqui publicaste em 80. Ainda bem que retificaste".

Rui Costa: "O Congresso das Casas é em março, está mais do que estabelecido. As modalidades, não é mentira que têm ido a muitas Casas onde jogam para ir almoçar ou jantar. Acho que foi o Martim que chamou a atenção, mas isso já acontece. Sempre aconteceu e continua a acontecer: onde vão jogar as modalidades, se puder lá passar para almoçar ou jantar... Não trago para aqui números que não sejam verdadeiros. Neste mandato, fecharam três casas: Paris, Mira e Luxemburgo, que vai abrir de imediato e há um grupo de sócios que quer ficar com a Casa. E abriram quatro. Foram as casas que fecharam e as que reabriram".

"Nesta candidatura, os sócios são os verdadeiros donos do clube e o seu maior ativo isso é o seu reconhecimento base de mais de um ano junto dos sócios para ouvi-los. Em 40 propostas que nós temos, vou falar de seis em concreto. Primeiro, a reabertura do Departamento físico de apoio aos sócios no Estádio e também a criação de um Provedor do sócio. Maior aproximação do clube aos sócios com treinos abertos, obviamente com uma receita a reverter para as Casas do Benfica, um preço simbólico esses treinos que há muitos anos eram feitos e deixou-se de se fazer. Objetivo de 500 mil sócios até 2029. Tem de ser através de uma angariação super forte. Casas do Benfica a receber uma parte da quotização ou através de sócios individuais a receberem parte dessa quotização. Criámos os Red Points. Os adeptos ganham pontos com idas aos jogos - futebol, modalidades -, através da compra de produtos e utilizam isso como desconto. Benfica Movimenta. Relacionado com os transportes. Finalmente, bilhética. Um grande problema de transparência que temos no nosso clube. Vamos dar a conhecer qual a alocação dos bilhetes para o clube e de uma vez por todos, definir, junto dos sócios, os critérios para a aquisição de bilhetes. Um sócio que não consegue comprar um bilhete tem de saber porquê", referiu Manteigas.

"Tenho ouvido os sócios, não só para dizer as minhas ideias, mas para ouvir. As Casas não podem ser só notícia em altura de eleições e aniversário. O presidente tem de ir às Casas. Cresci fora de Lisboa e sou emigrante. Dou um grande valor às pessoas que estão nas Casas. Vamos realizar duas reuniões da Direção por ano fora de Lisboa. Vamos criar a figura de provedor de sócio, para ouvir as queixas e reclamações. Os sócios vão passar a ter resposta. Vamos criar o congresso das Casas. As Casas e a sociedade mudaram. Há uma nova geração que não tem a dedicação para ir às Casas com a geração mais velha. Acaba a recair sobre os mesmos. Muitas Casas têm comissões administrativas que vão ficando com as pessoas porque ninguém as substitui. Recebi o SMS do presidente da Casa do Benfica de Algueirão-Mem Martins, que não consegue pagar a conta da eletricidade", disse Noronha Lopes

Rui Costa: "Eu estive lá e sei, falei com o presidente".

Noronha Lopes: "Mas não está resolvido. Ele mandou-me uma SMS hoje".

Rui Costa: "Tem um gerador para resolver o problema no imediato".

Noronha Lopes: "Vamos criar o Portal da Transparência, com todas as comissões de intermediação e o calendário do meu programa eleitoral. O Cristóvão poderá seguir o que cumprir. Queremos melhor o programa Mais Vantagens. Há muitas vantagens que não são regionais. Há que melhorá-lo. Estas ideias são de todos. As ideias de Manteigas sobre a fidelização dos sócios são boas ideias e eu gostava de aproveitá-las se ele não levar a mal. Tenho um projeto para aumentar para 500 mil sócios, para expandirmos o benfiquismo. Vamos criar um portal da bilhética mais transparente e funcional".

"O Benfica vê nas Casas do Benfica um cliente e às vezes concorre com as Casas. As Casas têm de ser continuação do clube. Tem muitas vertentes que devem ser atacadas para que isso aconteça melhor. Está estudado o que tem de mudar. Temos mais de 100 plantéis. Por que é que os atletas vêm jogar perto de nós e não visitam as Casas do Benfica? Temos de munir a Casa do Benfica de condições para que possam receber os plantéis da formação e das modalidades para almoçarem e jantarem nas Casas, darem-se a conhecer, tirarem fotografias. Em vez de jantarem em hotéis ou restaurantes que não são do Benfica, temos de criar infraestruturas para que se possa receber os atletas e eles misturarem-se com a nossa gente. Volto a falar do Benfica Global. Quero abrir escritórios de representação nos EUA, Canadá, França e Suíça. Temos de estudar estas comunidades. Temos de ir ao encontro da paixão que os adeptos têm e temos de monetizar. Temos de fazer uma oferta que permita aos sócios viver a paixão pelo Benfica. A concretização máxima é: os dois maiores clubes suíços têm 12 mil sócios: Basileia e Grassophers. Temos 200 mil benfiquistas lá. O Benfica deve pegar no Benfica de Geneve e esta deve ser uma filial gerida pelo clube. Temos de propor aos 200 mil benfiquistas que sejam sócios do Benfica de Geneve. Todos se reveem nesta ideia", defendeu o candidato Martim Mayer.

"No Seixal eu quero fazer um projeto diferenciador de todos os outros clubes. Ao fim ao cabo, não é mais nada do que isto: aumentar a capacidade do Seixal. Fazer a expansão do Seixal entre quatro a cinco campos de relvado. Eu acho que o que está previsto são quatro. E fazer mais um polo hoteleiro porque nós só temos 90 quartos. Não é? [Pergunta para Rui Costa]. Para ficarmos com mais quartos. Quero fazer o Colégio. Antes de eu sair já estava programado. Já temos terreno para o Colégio e tudo e há um Colégio que tem muito a ver - aberto ao público, logicamente - mas para servir principalmente os nossos jogadores e o público. Queremos que os nossos atletas fiquem fechados naquele perímetro de X hectares, que os pais estejam em casa sossegados sem pensarem que os filhos vão sair. Lá alimentam-se, estudam, praticam desporto e os pais podem sossegar, sem estarem preocupados se eles estão na rua, a que horas chegam ou não chegam... Cada vez mais os pais dos miúdos vão ver os jogos. E nós queremos fazer essa aproximação aos pais. Queremos estadia de 1-2 para eles e assim o jovem também pode aproveitar para estar com os pais. Com isto, na hora decisiva, quando fizer 16 anos e assinar contrato profissional, os pais também olhem para nós para sermos parte ativa e não criarem resistência com os empresários. É importante fazermos isto. E temos terreno para fazer isto. Não vamos lá para a habitação deles que isto o Benfica não anda a pagar a ninguém ['Não foi isso que eu disse', diz Martim Mayer]. Temos uma herdade com permutas de terrenos com a Câmara, isto porque os terrenos não são nossos, são da Câmara, e ainda fica lá uma área para fazermos construção também. O terreno é a Quinta do Alano, da diocese de Setúbal. ['Não é fácil. Temos trabalhado nisso e não é fácil', diz Rui Costa]. Vamos ver", remata Luís Filipe Vieira.

"Só fazer aqui uma nota sobre as Casas do Benfica: tenho visto nas redes sociais e têm espalhado por aí que o Benfica fechou 120 Casas neste mandato. O Benfica fechou três casas. Paris, Mira e Luxemburgo. E no Luxemburgo está para abrir de novo. E abrimos quatro que estavam fechadas: Arganil, Foz Coa, Montreal e Ourém. Fizemos obras em 29 Casas, inserimos o modelo 2.0 em Santarém. Fechada? Não está fechada. [Vários candidatos interrompem] As Casas são um pilar fundamental e queremos uma aproximação maior, que a situação da bilhética se resolva. Têm toda a razão nisso e é uma das situações que queremos melhorar. Temos o orgulho de termos chegado aos 400 mil sócios e temos a ambição de chegar aos 500 mil. É verdade que vai haver uma renumeração onde estes 400 mil vão baixar, mas todas as iniciativas que temos desenvolvido para a aproximação dos sócios... Tudo o que fazemos, todos nós aqui, temos de apontar aos sócios. São os verdadeiros donos do clube. A Casa do Sócio, uma promessa eleitoral minha, não está feita por causa das obras que vão ser feitas aqui à volta do estádio. E também se encaixará dentro do Benfica District".

"Antes de mais, tenho de pedir desculpa aos sócios do Benfica, a todos os sócios do Benfica, porque não consegui efetivamente que estas eleições tivessem voto eletrónico. Não consegui que todos vocês, sócios do Benfica, nos quatro cantos do mundo, pudessem votar eletronicamente, e dessa maneira, que o próximo presidente do Benfica pudesse ser eleito legitimamente. E não foi possível porque duas candidaturas, de João Noronha Lopes e João Diogo Manteigas, assim não quiseram. Era necessário haver unanimidade. Mas prometo que tudo farei, daqui para a frente, para que o voto eletrónico entre no Benfica porque somos um Benfica moderno. Temos um problema nas AG e isso, na minha ótica, só será resolvido com voto eletrónico, AG emitidas em direto na BTV ou noutra plataforma, com uma aplicação onde todos os sócios possam votar e exercer o direito de voto. Vamos ter de acabar, e prometo aos sócios, com as AG controladas por três ou quatro mil sócios. Isto não é transparência, democracia, o Benfica nasceu como um clube democrático. As Casas do Benfica precisam de tratamento prioritário e de choque. Estão votadas ao abandono, a organização não funciona. O apoio dado a essas Casas não se merece. Não aceito que uma Casa do Benfica feche. A grandiosidade do clube não permite. É uma vergonha, a Casa ostenta o nosso símbolo. E tenho medidas para isso: o Benfica pode fazê-lo a custo zero. Entrar nas Casas com soluções financeiras que ajudem as Casas sem gastar dinheiro. Por exemplo, pelo merchandising. O merchandising tem de mudar radicalmente. O Benfica tem de o colocar dentro das Casas. Um modelo, dois ou três de cada. À medida que vendem, pagam. 80% para que possam ter uma margem de lucro significativa e ajudar nas contas. Os patrocinadores oficiais. A Sagres, a Delta. Querem usar o símbolo do Benfica? Têm de dar um retorno do desconto a todas essas Casas. Fizemos um cálculo médio e isso permitia entrar nas Casas entre 300 mil a 400 mil euros e isso ajudaria muito. A bilhética: não admito que alguém para comprar bilhetes esteja de madrugada à espera. As Casas têm de ter uma âncora diferente. A bilhética tem de abrir 24h antes com a limitação dos bilhetes determinados no início. Para que se possam fazer os autocarros com o devido tempo para poderem vir à Luz. São medidas emblemáticas e fundamentais para chegarmos às Casas do Benfica. Este é o plano que tenho e que tem de ser implementado com urgência".

"Respeitem os sócios lá em casa", afirmou João Diogo Manteigas. Luís Filipe Vieira respondeu. "Estás aí a dar lições de moral. Está calado, pah. Sei muito bem o que fizeste na Assembleia-Geral", acrescentou. 

"A questão do Benfica District tem uma componente que está a ser desvalorizada, que é a receita na entrada. Isto não será só um tema estético. As obras são fora do estádio, as grandes obras. É viável continuarmos a jogar aqui. O facto de fazermos este projeto não é só para fazer uma coisa bonita e para os sócios terem muito orgulho - que vão ter. Ultrapassa muito isso. Tem a ver com as condições para as modalidades. E vocês foram ao encontro disso. E tem uma receita esperada de 40 M€ por ano. Se vamos aproveitar o Euro'2030? Como é óbvio! Não é um projeto para aumentar a capacidade do estádio, não vamos tirar pilares daqui. Mas a obra pode avançar fora do estádio. Só causará um transtorno fora do estádio: a chegada dos nossos adeptos durante um período. Mas é natural numa obra. Mas é uma obra para engrandecer o Benfica e projetá-lo para o futuro. Caso contrário, não se fazia uma coisa destas"", revelou.

"Está tudo muito motivado com a construção de grandes projetos imobiliários para o Benfica, mas falta a todos o mesmo critério que disse que me faltava a mim: falta dinheiro. Podemos fazer futurologia, mas um projeto destes, antes de ser pensado a 12 anos, é estarmos a brincar com os sócios. E eu não brinco com os sócios. O que disse há pouco é que para fazer um projeto destes no Benfica é preciso sustentar as contas. Sonhos eu também tenho, mas tenho os pés bem assentes na terra porque sei o Benfica que quero", disse. 

"Se calhar estou a ver isto tudo mal. Eu não vejo um Benfica a ser retalhado todos os dias. Já quando foi o Estádio nós defendemos esta situação. Acho que o Benfica tem de ter a sua Cidade Desportiva completa, onde encaixa tudo, desde o futebol feminino, pavilhões... Hoje fazer uma Cidade para as Modalidades como estava previsto fazer... uma Cidade para as Modalidades só nos vai dar prejuízo. Basta ver as receitas que temos nas Modalidades. Não conta. Tudo o que estamos ali a construir não sei como vamos pagar. Uma Cidade Desportiva vai para cima de 100 milhões de euros. De obras ainda percebo um bocado [Martim Mayer ri-se...] O Benfica tem hoje condições, ou na periferia, ou na zona Metropolitana de Lisboa, de arranhar um terreno com 200 hectares e em 200 hectares o Benfica vai lá centralizar tudo. Um diz que é a Cidade Desportiva, outro diz que é o Benfica District... Estar a fazer melhoramentos quando mais tarde vamos deitar tudo abaixo... O Benfica está condenado, tem de ter as suas infraestruturas num sítio único. O Estádio quando foi projetado estava para 65 mil pessoas [agora está a passar para 70 mil, diz Rui Costa]. Andar a apertar as cadeiras. Se não tivermos problemas, apertamos cadeiras com o arquiteto. Teremos de fazer estacionamentos também. Temos de ir abaixo do chão e vai custar uma nota boa também. Não defendo o projeto que o Rui tem", disse Luís Filipe Vieira sobre infraestruturas.

A nossa candidatura defende o foco no desporto. Quanto às infraestruturas, como nós temos a formação como uma das peças-chave e uma das motrizes do nosso projeto desportivo, obviamente que o Seixal ganha aqui uma preocupação alargada. Creio que é aqui do conhecimento de alguns de nós, que em tempos houve acordos para poder expandir com dois detentores imobiliários de parcelas distantes e diferentes também para podermos alavancar. E depois temos um outro problema, que é a capacidade deste Estádio. O Benfica tem muitos sócios que não conseguem comprar Red Pass. Há uma lista de espera de 27 mil pessoas. Sem entrar em leilões, pelo menos da nossa parte, temos de tentar chegar a alguns deles. O que vamos fazer dividido em quatro prioridades: aumento do Seixal, porque a formação é, para nós, peça-chave, para voltarmos a ganhar. Tentar dar resposta aos benfiquistas que esperam pelo Red Pass através do Safe Standing. Se calhar não é do conhecimento de todos, ou pelo menos a expressão lá em casa, mas os Peões. O Safe Standing foi autorizado pela UEFA para o Estádio da Luz em Portugal. O problema é que a Lei portuguesa não permite a implementação do Safe Standing para o efeito de aumento da capacidade. O Benfica consegue sentar-se à mesa com o Governo e o Estado como membro responsável para conseguir, de alguma forma, alterar esta Lei, para pelo menos 5 mil lugares garantidos. Segundo, relativamente aos problemas de segurança e de escoamento de pessoas. Acho que está na altura de assumirmos que as Leis foram sendo alteradas desde há muitos anos, desde 2008 por exemplo como a Lei dos Incêndios, e acho que é viável construirmos duas pontes pedonais: uma em cima da Avenida dos Lusíadas e na Segunda Circular. É inacreditável o número de atletas e sócios, em dias de jogo, que atravessam a Av. Lusíadas como se aquilo fosse uma passadeira. Quarto, estudar a construção de um outro pavilhão multiusos para albergar as modalidades. Temos atletas que andam com as casas às costas. O caso do polo aquático é gritante e é mais uma modalidade que quase ninguém liga mas no Benfica tudo conta", afirmou. 

"A minha proposta para o património prioriza sócios e atletas. Apresento três propostas: o aumento do estádio em 15 mil lugares, o Campus das modalidades. São precisos 25 hectares planos e, por último, a atualização e o aumento do Seixal. São três obras críticas. Estão orçamentadas e viabilizadas. O estádio tem de ser feito... obviamente tem esse prejuízo, tem de ser feito faseadamente. Temos de fechar uma bancada de cada vez. O preço está quantificado. O Campus das modalidades será feito com a redução dos custos dos alugueres. Se projetarmos a poupança a 10 anos, reunimos 60 milhões de euros que é o necessário para que haja um município que nos entregue 25 hectares planos. Não vai custar mais caro nem aumentar o financiamento. Sobre o Seixal, para vencermos, além do futebol feminino, é muito importante criar 360 graus de solução para os atletas. Temos de criar residências para as famílias passarem um período com os atletas e precisamos do colégio", afirmou. 

"Apresentámos um projeto que está mais do que pronto para ser apresentado aos sócios. No dia em que o aprovarem, está pronto para entregar na Câmara. Não é uma utopia. No fundo, tudo o que ouvi aqui entre as várias modificações que querem fazer, tudo se inclui no Benfica District e parece-me uma coisa muito simples. É uma questão de modernizar e dar uma dimensão diferente ao Benfica. A criação deste estádio fez o Benfica crescer, a criação do Benfica District irá na mesma medida. É uma situação que resolve os problemas das entradas, saídas, Fan Zones, o aumento da capacidade para 80 mil lugares para fazer frente à necessidade dos sócios... É um projeto elaborado e construído para modernizar e fazer crescer o clube. Está estruturado por uma empresa mais do que conhecedora do caso. Falou-se aqui uma cidade para as modalidades e não foi ao acaso que há quatro anos falei disto, quando parecia uma coisa megalómana e eleitoral. A verdade é que necessitamos muito disto. O Benfica consegue ter as equipas profissionais dentro dos pavilhões a treinar e jogar, mas tem muitas equipas, como o râguebi, espalhadas por Lisboa inteira. Tem uma série de modalidades espalhadas por todo o lado. Não foi concretizado por uma razão simples. Precisamos de um terreno com uma certa medida e numa certa modalidade. Para fazermos, vamos fazer uma coisa à séria, à Benfica, e que vá ao encontro das necessidades. Em relação ao crescimento do Benfica Campus, até pelo facto de também termos o futebol feminino, necessitamos sempre de mais equipas. A questão que o João Diogo levantou, da possibilidade de terrenos para permutas, continua válida e a ser trabalhada de forma a podermos fazer crescer o Benfica Campus", disse.

"No que toca a infraestruturas, também gostaria de fazer muita coisa. Mas as contas do clube não mo permitem e, daí, ter apresentado um projeto a 12 anos onde isso tem de ser comedido em razão do investimento necessário na equipa de futebol, modalidades e estabilização das contas. Uma das prioridade tem a ver com a manutenção, que deixa muito a desejar quer no estádio, quer no Seixal. Tem de se aumentar o número de lugares sem entrar em investimentos loucos, no máximo até 15 mil lugares. A Fan Zone não é do agrado dos sócios, não realiza a vontade deles, não cria a alma benfiquistas. Temos de a modernizar, o pré-inferno da Luz. Relativamente às modalidades, temos de pensar nos próximos anos em construir um novo complexo para as modalidades. Mas julgo que não é este o sítio certo, terá de ser nos limites de Lisboa, onde haverá essa concentração de pavilhões, piscinas, para dar condições necessárias aos atletas para a prática dessa modalidade. Depois, temos efetivamente de ampliar e modernizar o Seixal. É o nosso pote de ouro. Já o disse, está a necessitar e deve ser ampliado. Deve haver uma modernização efetiva, onde deve ser incluído o lar do Benfica e uma escola internacional do Seixal para completar o projeto. Acho fundamental, e quero fazer isso com brevidade, adquirir as instalações da Farmácia Franco, que estará disponível para isso, e instalar a Fundação do Benfica, que acho que é uma coisa que há muito é devida aos benfiquistas: estarmos no sítio emblemático onde nascemos", defende. 

"Três prioridades: Tenho um estudo prévio para aumentar a capacidade para 83 mil euros. Feito por uma das maiores empresas de engenharia de construção de estádios do Mundo, um estudo que visa em modernizar e tornar o estádio mais cómodo e digital. Há um conjunto de natureza financeira que só posso ter quando entrar e o processo. Não vou apresentar ao presidente da Câmara e aos jornalistas primeiro, mas sim aos sócios. Quero melhorar os pavilhões e a piscina. Vieira deixou um trabalho bem feito nas infraestruturas. Vejo os pavilhões e as piscinas e vejo o estado ao que aquilo chegou. A terceira área é de investir no Seixal e melhorar as condições da formação. Quero criar um centro de convívio para os sócios, que vivem à volta do estádio o seu benfiquismo e para as Casas do Benfica quando vêm de fora. O meu vice para o património é Manuel Mota. As estradas e as pontes em que circulamos podem ter sido feitas por empresas dele", explicou Noronha. 

"Há 10 anos conseguimos 45 milhões de euros e sem cá... E mais. E agora até posso abrir um bocado do jogo a vocês. Vai ser muito difícil a Liga sacanear o Benfica porque os direitos do Benfica não são da SAD, são do Sport Lisboa e Benfica car****. Estão a perceber? Quando fizemos o negócio, com o Joaquim de Oliveira, para ninguém vir atrás de nós não deixámos os direitos dentro da SAD, mas sim dentro do Benfica. Por isso, estamos muito à vontade para discutir com eles à vontade. O que queremos é estes 140 milhões de euros para estes dois anos. Depois temos mais dois anos para brincar com eles. O que não queremos é conflitos com os outros clubes também. Nós, quando foi as camisolas, lembro-me que estávamos a negociar camisolas com o Sporting e FC Porto, antes de termos o contrato com a Sagres, e eles aceitaram o diferencial de 25% entre o Benfica. Mas depois apareceu-nos aquela brincadeira da Sagres e nós tivemos que avançar com a Sagres sozinhos e eles seguiram o caminho deles. Estou convencido que mesmo o Sporting e o FC Porto, só se eles mudaram de ideias, que é possível aceitar este diferencial connosco também. E nós não podemos marginalizar os outros clubes também."

"Estamos todos de acordo no 2026 a 2028 e o que vem a seguir. Depois temos quem queira florear mais ou menos. Parece-me muito claro: a defesa desses valores serão fundamentais para a centralização depois [Martim Mayer interrompe]. Há aqui duas coisas incoerentes. Se uma entidade quer pagar 400 M€... Se é pelas infraestruturas, está encerrado porque não vão fazer obras até 2028 que possam condicionar o campeonato com uma melhoria tão grande como a que se espera. A nossa preocupação é o contrato de 2026 a 2028 que salvaguarde os interesses do Benfica. Não sou assim tão de acordo com o que Luís Filipe Vieira disse, de que a lei não vai andar para trás. Não estou tão pessimista em relação a isso. Há uma coisa que os clubes têm de perceber. Não estaremos sozinhos neste processo. Todos sabem da importância que o Benfica tem no futebol português. Há uma coisa muito simples: se isto não for beneficiar todos os clubes da 1.ª divisão, e se não beneficiar ninguém da janela de abertura, há interesse dos outros clubes em participarem de uma centralização que faça o futebol português andar ainda mais para trás? Não me parece"afirmou. 

"Rapidamente, eu acho que vocês têm de estar todos preparados porque os operadores tradicionais estão a perder interesse nos jogos. A Alemanha, o Noronha Lopes acabou de dizer isto, perdeu a cláusula do One Single Buyer e reduzir. Em Inglaterra vai reduzir e vão ver o que vai acontecer. O caso francês é evidente. Explodiu. Quando ouço dizer que respeitam o Benfica, não respeitam o Benfica porque quando falamos nos Direitos Audiovisuais, temos de falar num todo. Mais de 90% em Portugal são sócios e adeptos de três clubes. Isto é cultural. Não é idêntico às 5 principais ligas, não é idêntico em lado absolutamente nenhum. Portanto, o que acontece é que até em Espanha e o próprio Javier Tebas já explicou: não conseguem combater a pirataria. Se as próprias ligas não conseguem, não vão ser as Sociedades Desportivas, porque não têm meios para isso. Obviamente que a pirataria deve ser combatida, mas em crescimento. Temos de olhar para o produto português, que é mau. Ninguém quer comprar. Indo até à 2.ª Liga, que é amadora. Os custos são superiores aos orçamentos. Ninguém está a inventar a roda. Há um contrato-programa entre a Federação e a Liga. O futebol português não é atrativo. O presidente da FPF e da Liga não estão articulados. O Benfica tem de ser o pêndulo entre a FPF e a Liga", disse João Diogo Manteigas.

"Estou de acordo com o João Diogo. Falar da centralização como a resolução de todos os problemas é uma falácia. Temos de falar da reformulação dos quadros competitivos, número de clubes e que não nos façam perder a competitividade europeia. Como presidente, a minha preocupação é estar nas competições europeias e não chegar lá com muitos jogos nas pernas. Se há 400 milhões de euros o problema está resolvido e vamos começar já amanhã", afirmou Noronha.

Mayer explicou que eram 400 milhões de para investir nas infraestruturas.

"Dou só este exemplo. A Liga alemã quis vender os direitos para Médio Oriente e África. Ofereceram zero. A Liga francesa nem metade do que queria conseguiu. Vir aqui falar de 400 milhões de euros? Alguma prudência..."

"A Liga tem um operador que paga 400 milhões de euros? Não sabia, deves ter ouvido mal. Ainda hoje estive a falar com o Reinaldo sobre isso. Não vale a pena andares a mandar as coisas para o ar. Não quero o nome, não preciso."

"Fico espantado com algumas coisas que estou aqui a ouvir. A lei não vai ser adiada de forma nenhuma e já está confirmado que não vai ser adiada. O problema que se passa hoje no futebol português - e isto já foi mencionado no Covid - é que os operadores querem pagar, mas agora não podem estar com paridade para a pirataria de 1 para 3 ou de 1 para 4. Somos nós, os clubes, quem tem de resolver o problema da pirataria. Os clubes irem ao Estado não vai resolver nada. Eu próprio já tive na altura uma conversa com um Primeiro-Ministro que me disse 'Ó Luís, não vás por aí que isso tira muitos votos' e eu calei-me e deixei andar. Para estes dois anos, garanto aos benfiquistas 70 milhões a cada ano, ou seja, 140 milhões de euros. E vou dar sempre a preferência ao primeiro operador que assinou connosco, a NOS. Temos de retribuir aos que estão connosco. Tenho argumentos mais que fortes para chegar lá, como tive aos 40-45 milhões de euros, para eles pagarem os custos da BTV. Em relação aos clubes e à centralização, nada vai ser adiado. Os clubes, todos em consonância, até porque o Sr. Pedro Proença fez o que fez, é verdade que prometeu 300 milhões de euros, mas a verdade é que eles não têm 300 milhões de euros porque eles não conseguem lá chegar. Eles que nos ajudem a resolver o problema da pirataria e nós pagaremos, não tem problema nenhum nisso. Os clubes estão a ser sensabilizados para isso. Não podemos é hostilizar os outros clubes. Há uns anos o Benfica esteve sozinho e o Benfica não pode estar sozinho. A centralização é uma realidade. Em 2028 está aqui. Se for presidente, hei-de ter uma reunião com o presidente da Liga, ele já sabe disse. Vamos juntar os presidentes dos clubes e falar com eles. Isto [pirataria] passa pelos clubes", afimou. 

"Acho que neste tema acabamos por estar todos de acordo, mesmo quem dá mais um floreado para abrilhantar a festa. Na verdade, estamos todos de acordo com a preocupação que há com os direitos televisivos. Recordar que quando isto foi apresentado aos clubes, foi com a promessa que nenhum clube iria perder. E visava o crescimento do futebol português. Ao dia de hoje, temos todos a consciência que isto está a andar para trás e não para a frente. Já temos propostas em cima da mesa acima do que temos hoje em vigor. É uma realidade que esperámos pelas eleições e esperamos por uma melhor proposta para a fechar para 2026 e 2028, assim como é uma realidade que tudo iremos fazer para que esta lei, se não houver o compromisso de nenhum clube ficar a ganhar... Iremos atuar em consonância. Não vou estar aqui a dizer o que pode estar mais envolvido, se são os quadros competitivos, se é o que vem a seguir, mas a realidade é muito simples. O Benfica vai defender-se até ao limite. Há uma lei que sai em 2028 e se o Benfica ficar a perder alguma coisa, não vai participar nesta centralização. E vai até à última circunstância para defender a causa. Não vale a pena florear mais um tema que é muito simples. Ninguém está de acordo com isto, penso que os candidatos também estejam preocupados. Há duas regras básicas: 2026 a 2028 o Benfica tem de fazer um ótimo contrato, e depois defender a causa, nem que a lei seja adiada, como é o que andamos a propor há meses", Rui Costa sobre direitos de TV.

"O Benfica tem de ser disruptivo. Cenário atual: a BTV e a SAD recebem à volta uma média de 50 milhões de euros/ano de 172 milhões de euros total de direitos audiovisuais. Há uns anos, Pedro Proença, quando ainda estava na Liga, anunciou um estudo de 300 milhões de euros para o futebol e Direção do Benfica foi conivente com isso porque ainda não se manifestou até hoje. E porque é que o futebol em Portugal não vale 300 milhões de euros? Primeiro, médias de assistências nos Estádios são baixíssimas. Segundo, falta de competitividade dos clubes. Terceiro, os horários não são compatíveis com as vidas das pessoas. Eu acrescentaria até um quarto, que me recordo agora. É impossível valer seja o que for quando sócios do Benfica chegam aos estádios dos visitados e são convidados a sair porque têm uma camisola do Benfica. O futebol em Portugal não vale nada. Vale zero sem o Benfica. O que vamos propor? Sentar à mesa, sim, mas com o Governo para suspender o decreto-lei 22B de 2021. Segundo, sentar à mesa com a FPF e com as outras sociedades desportivas para liderar o processo. De que maneira? Reformulação dos quadros competitivos. Algo que já tinha sido começado em 2007. Não percebo porquê que continuam a pensar que o futebol vale o quer que for sem reduzir o número de clubes em Portugal. Aumentar a competitividade interna dos clubes intermédios, a concorrência não está nos três grandes, mas na falta de competitividade dos clubes intermédios, porque não conseguem competir na Europa. Segundo, defender os clubes dos calendários desportivos. Terceiro, o exemplo da Taça da Liga. O quê que a Taça da Liga está a fazer em janeiro? Sobrecarga dos calendários. Benfica a ser prejudicado. Passem a Taça da Liga para o início do calendário desportivo. O Benfica vale hoje um terço do total dos direitos audiovisuais. A sua massa social vale muito mais, portanto, o Benfica tem de liderar o processo para não ser prejudicado", disse João Diogo Manteigas sobre direitos de TV.

"Vou aproveitar para compensar um pouco do meu tempo neste tema. É de facto a receita fundamental do Sport Lisboa e Benfica, o cerne para a estrutura do meu projeto. Vejo isto de forma ligeiramente diferente de todos os meus colegas. Porquê? Porque eu não acho que seja de trabalhar os dois anos que aí vêm e depois pensar no que vem a seguir. Vejo isto da seguinte forma: o Benfica tem um problema complexo. E se o Benfica se deixar amarrar nesta narrativa que o João Diogo trouxe, de envolver o Benfica na alteração dos quadros desportivos, mais ou menos clubes, o Benfica já está a perder. O Benfica tem de ir para esta negociação com uma capacidade acima de qualquer concorrente. Tem de criar condições para, daqui a dois anos, estar numa dupla posição: ou de vender os seus direitos televisivos, ou de comprar os direitos televisivos com um parceiro com o qual tem de negociar agora estes dois anos, dando-lhe essa vantagem, com o compromisso que irá a concurso daqui a dois anos. Defendo que o Benfica tem de ter os jogos na BTV e para todos os sócios com as quotas em dia em Portugal e em toda a parte do mundo poderem ver os jogos de forma gratuita. Para mim, isto é passar a mística e poder diminuir o gap que existe entre os sócios que estão muito longe e os que podem vir ao estádio. E eu tenho o parceiro para poder fazer essa negociação. Se o fizermos dessa forma, o que vai acontecer? 40 milhões, 60 milhões, 80 milhões... Quando chegarmos à negociação, o Benfica não tem vantagem negocial. Não lhe vou dizer qual é o parceiro, mas é internacional e permite distribuir para o mundo inteiro. Há de haver outro canal fora da BTV que faça esta distribuição. Estamos a falar com um ou dois parceiros e sabemos que isto é possível. O Benfica não pode, neste momento, meter-se a negociar, como fez há uns tempos, e fomos claramente prejudicados. Se o Benfica não pensar à frente, onde vai estar sentado daqui a dois anos, começa a perder já. E estes direitos são absolutamente fundamentais. Os únicos que são certos para o Sport Lisboa e Benfica", revelou. 

"Dossiê absolutamente fundamental. Nos próximos 2 anos, esta Direção resolveu deixar para a próxima o dossiê. Foi uma decisão sensata e ponderada. É fundamental negociar bem. Assumirei pessoalmente a negociação. Em relação aos direitos televisivos há falta de coerência de Rui Costa. Sancionaram o projeto de Proença durante 4 anos. Quando se verificaram os acontecimentos da Taça, saltaram do processo. O Benfica esteve omisso, foi entregeu um projeto e o Benfica nem foi informado. Isto não é defender o Benfica. 94% das receitas são geradas por 3 clubes. Nesses 3, o Benfica gera mais receitas. Geramos mais receitas, audiências, impacto social. O Benfica tem de defender os seus interesses. É muito importante iniciar já conversas com o Governo sobre este decreto-lei, perceber se continua a fazer sentido. O panorama audiovisual mudou. Se a Liga e a FPF não o fazem, o Benfica tem de ser líder no processo. Temos de ouvir o mercado. O Benfica vai ser respeitado. Não é pelos outros votarem a favor que eu voto. Se tiver de ficar sozinho a defender os interesses do Benfica, eu fico", afirma Noronha Lopes.

"Isto é um tema fulcral para que exista uma correspondência entre o peso da economia Benfica e o peso institucional. Os direitos televisivos são uma grande receita recorrente do clube. Não importa só o montante que o clube vai receber. Pedi a Rui Costa que deixasse até depois da seleções em aberto o contrato para as próximas duas épocas. Temos de perceber que tipo de contrato é assinado. Não se pode assinar um contrato em que os jogos do Benfica sejam transmitidos em todos os operadores. É assim que chamamos a NOS. Temos de lançar um concurso que preveja essa condição. Quem for o operador que ganhar não vai poder vendê-lo aos outros operadores. Teremos todos os sócios a subscrever o operador de telecomunicações que efetivamente passou as melhores condições ao clube. Não nos podem pisar a cabeça, como aconteceu no Jamor. Temos de trazer o nosso peso institucional", afirmou. 

Noronha Lopes:"Rui Costa disse numa entrevista que o próximo exercício está feito. Como é que alguém com responsabilidade pode dizer uma coisa destas? Não sabe o que serão o resultado das vendas dos jogadores. Chego à conclusão, com toda a estima que tenho por si..."

Rui Costa: "Não diga que tem estima e está a atacar-me há 3 meses."

Noronha Lopes: "Há uma coisa que eu não faço que são críticas pessoais. Faço críticas relativamente ao seu mandato como presidente. Já disse que assina muitas vezes sem ler e agora chego à conclusão que não lê os jornais. José Theotónio disse o que vai fazer no Benfica: compromisso total."

Rui Costa: "Mas o próprio não disse isso."

Noronha Lopes: "Devia era estar satisfeito por alguém com o calibre profissional de José Theotónio se dedique ao Benfica. Rui Costa disse que estive 50 dias no Benfica. É mentira. Se ler a entrevista de Manuel Vilarinho, hoje ele disse que fui um suplente até ao último dia. Leia, informe-se."

"Tenham respeito pelos sócios do Benfica. Repique rápido para o Rui Costa, eu ouvi o que disse nas últimas semanas relativamente ao passivo, que o ativo também aumentou, mas o que se diz lá fora é que a contabilidade fabrica-se. O problema é que o dinheiro não se fabrica. Eu olho para as contas da SAD e vejo um problema de tesouraria. 6 milhões de euros em setembro... O ano passado tinhas 20. Ouvi-te falar em melhorias no Estádio. Que melhorias no Estádio? Aquelas duas filas lá em baixo em que nos bilhetes é obrigatório as pessoas terem 1.70m, em que crianças e mulheres não conseguem ir lá para baixo? FSE's como por exemplo este palco. O Benfica não está bem financeiramente, mas autoregenera-se", afirmou João Diogo Manteigas.

"Continuo a achar muita piada a todo este conflito em relação à parte financeira do Benfica. Continua a ser claramente o clube português em melhor condição financeira, isso é incomparável. Nunca teve sequer perto de ter problemas com o fairplay financeiro, nunca necessitou de ir à banca pedir perdões, nunca faltou a um atleta, fornecedor, colaborador, inclusive reduziu as dívidas de 40 milhões de eurosa clubes. A dívida total passou de 247 milhões de euros para 241 milhões de euros. Nós não temos de estar a usar isto para assustar os benfiquistas quando não têm nada para estar preocupados. O Benfica nunca terá um problema de tesouraria. Eu colocar um problema financeiro no Benfica? Seria a última coisa que faria na vida. Mas acho graça à preocupação do lado de Noronha Lopes. que tem José Teotónio como grande símbolo para resolver os problemas financeiros, mas ao mesmo tempo ainda não conseguiu explicar se vai ficar a tempo inteiro, em part time... Numa altura disse que ficaria a part time, noutra situação já a tempo inteiro. Tanta preocupação com a parte financeira e ainda estamos à espera para saber se o seu CFO estará a tempo inteiro. As medidas são muito claras para chegarmos aos 500 M€. Como dobramos o merchandising, da mesma maneira que temos aumentado todos os anos. Garantidamente que esta dívida líquida, este passivo, baixará. Já está nessa linha. Pese embora, na minha ótica, de forma irresponsável se continue a chumbar relatórios e contas de 30 milhões de euros", defende. 

"Parece-me evidente que apareceram aqui duas soluções financeiras para resolver no imediato: meu caro Martim, não é por falares muito alto que se vai resolver o teu problema, não tens solução. Relativamente a uma solução financeira para dentro do Benfica, é claro que a dívida vai ser paga. E no meu projeto, em quatro anos. É o necessário para reestruturar. E quem não tiver esta solução, vai continuar a vender jogadores. E vai continuar a ser uma interposição de jogadores, quer se queira, quer não se queira. Isso parece óbvio e evidente", revelou.

Noronha Lopes:"Rui Costa disse que o problema do passivo tinha a ver com o Covid. Houve 6 jogos com Covid no seu mandato. Quanto aos FSE, diz que continuam a subir. Se fossem custos internos aparecia como lucro. Na página 115 do relatório, o lucro é de 1,4 M€. Onde foi o dinheiro? Digo-lhe com toda a amizade, mas nesta matéria aquilo que está a dizer não faz sentido. Ao contrário do que acontece consigo, que não leu o meu programa, eu li o seu e vê-se um conjunto de lugares comuns que não dizem nada sobre o futuro do Benfica. Duplicar as receitas do digital. Como?"

Martim Mayer: "O seu também não diz."

Noronha Lopes: "Temos de nos respeitar. Como é que um presidente que nos trouxe até aqui do ponto de vista financeiro diz que agora é que é. Obviamente não é. Do ponto de vista desportivo não ganhamos e do ponto de vista financeiro também temos de resolver."

"Ouve, onde é que tu estavas... Sabes sequer quanto é que o Benfica chegou a ter de dívida? 380 milhões de euros. Sabes quanto é que tinha quando eu saí? E tinha tudo pago... 100 milhões de euros. E não foi com essas engenharias que estás para aí a falar. É com realidade. Quando estou a dizer que a dívida vai aumentar 200 milhões de euros, obviamente que ela vai ser paga. [é interrompido por Martim Mayer]. Desculpa lá...", disse. 

"Rui Costa, concordo consigo. A dívida não é um problema. Quando for presidente, também emitirei obrigações. Se for preciso mais, emitirei. Temos o clube descontrolado financeiramente. Acabei de explicar com 3 medidas muito concretas como vou fazer desde o primeiro dia. Não pertenci a grandes cargos de multinacionais, mas acabei de explicar como se resolve este assunto. Estes senhores apresentam uma quantidade de conceitos que não se materializam em nada. Temos de apresentar aos sócios uma solução para o que vivemos. Só ouvi desejos. Quando se trata números não podemos falar de desejos. Noronha Lopes esconde-se atrás da credibilidade da pessoa que vai trazer. Cristóvão acha que deve endividar o clube, mas não diz o que vai ser dado em troca. João Diogo traz conceitos que não têm nada a ver com o que o clube precisa", afirmou. 

"Tem de dizer uma coisa ao Rui que é para repor as coisas certas. O passivo não tem nada a ver com o Covid. O Covid foi em 2019/20 e 2020/21. Graças aos quadros que o Benfica tinha, nesse período, além de pagarmos a toda a gente, conseguimos amortizar o empréstimo obrigacionista, porque é nesse período que vendemos o João Félix. Por isso é que o Benfica nunca teve a necessidade de aumentar a dívida nesse período. Nunca, nunca, nunca. Correu-nos até muitíssimo bem, até porque tivemos a felicidade de fazer aquela operação e tenho a certeza absoluta que o passivo do Benfica não subiu nessa altura, nem quando eu saí que ele veio acumular o quer que seja. A única coisa que fizeste no passivo, e as pessoas que te informam sobre isto têm que ser sérias contigo, é que na realidade vocês investiram dinheiro em coisas más e não em coisas boas. Rui, desculpa. Eu sei o que te estou a dizer, não te estou a atacar. Rui, ainda hoje falei com as pessoas que trataram disso e ainda hoje confirmaram novamente. Nada subiu de passivo. Até me lembro das duas cartas que recebemos, da Emirates e da Adidas, que não podiam pagar e nós fomos o único clube em Portugal que ultrapassou o Covid normalmente porque tínhamos um saque de dinheiro e que as pessoas souberam o governar muito bem. As pessoas que te disseram isso, e ele até deve estar a ouvir, ele que te explique como é que o passivo subiu. Desculpa lá, mas não foi por causa disso. Não vale a pena estar a discutir agora, ele depois vai falar com quem tem de falar", afirmou. 

"São só milhões e esses milhões depois não serão pagos também. É uma coisa extraordinária. Fala-se tanto da questão financeira. Não tive cinco diretores financeiros, tive três, terminando com o Nuno Catarino, que está a fazer um excelente trabalho. Se falarmos das pessoas que saíram, talvez o recorde seja seu: 58 dias. É uma coisa que está em ata. [Noronha Lopes interrompe]. Se puder continuar... A única coisa que fui enquanto jogador de futebol foi ter a vontade de voltar ao Benfica para jogar e seja com A, B ou C. Está aqui o senhor que era presidente na altura e pode prová-lo. Em relação à parte financeira. Se contabilizarmos a dívida total do Benfica, hoje é de 241,5 M€. Baixou e não aumentou. É verdade que aumentou a dívida líquida, estabilizámos e vimos até onde podia aumentar dentro de três pilares muito simples. A primeira parte é do Covid, e não é uma crítica, é uma constatação. Tivemos os mesmos custos mas sem o aumento de receitas. Tem a ver com a reestruturação do futebol e tem a ver com isto [aponta para o Estádio da Luz]. Planos para o futuro? O que já tem vindo a fazer no último ano, onde tivemos os resultados que tivemos. Tivemos um aumento de receita de 11% ao ano e, no próximo mandato, queremos chegar ao 500 M€ de receita. O estranho, e aqui pergunto onde está a sua responsabilidade [fala com João Noronha Lopes], é chumbar um exercício de 30 M€ ao Benfica. E era sobre isso que gostava de perguntar. Em relação aos custos, repito. Subiram 5,6 para um aumento de receitas de 11% ao ano e vai aumentar até aos 500 M€ com as várias medidas. Subimos em todas as alíneas. De área comercial, todas. Subiram no meu mandato e vão continuar a subir".

"Antes de mais, entregar isto [camisola do ciclismo e o seu programa eleitoral] ao Cristóvão. Página 183, ciclismo. A camisola é para si mas acho que não lhe serve mas deve ficar-lhe bem. Relativamente às contas, vamos ser factuais e diretos. Nos últimos 4 anos o nosso passivo aumentou 25%. Já sei o que o nosso presidente vai dizer, depois faço o repique, a dívida financeira aumenta 40%... Entre entradas e saídas de jogadores, compras e vendas, 280 milhões de euros que ninguém sabe onde andam. Já nem vou falar dos serviços externos.. ["Mas podemos falar sobre isso", acrescentou Rui Costa]. Qual é o verdadeiro problema? Uma Liga, duas Supertaças e uma Taça da Liga. Significa que o investimento financeiro não resultou, que continuamos dependentes de receitas extremamente extraordinárias. Se o Benfica falha uma entrada na Champions vem aí logo um problema entre 60 a 65 milhões de euros, mais ou menos. O que queremos? Queremos chegar a três pontos essenciais: aumento das receitas no clube e na SAD; disse há bocado os patrocínios no clube são 2 milhões de euros, o que é curto e temos de fazer mais porque é possível. segundo, naming para o estádio. Como é isto nunca aconteceu? E não é porque um investidor quis colocar aqui um nome, porque este estádio irá sempre chamar-se Estádio da Luz. Terceiro, intercionalização, nem que seja através dos seus atletas estrangeiros. Tivemos aqui dois turcos que movimentaram as redes sociais. Reestruturação da dívida. O Benfica tem de, alguma forma, ajustar a sua maior maturação na dívida e ajustar as suas receitas. Para concluir, redução de custos. Olhando para as contas da SAD, os custos operacionais com a BTV, com o Estádio, com os serviços externos... Podemos sentar à mesa e não podemos hipotecar o sucesso desportivo", revelou.

"Pergunto como é possível termos 4 diretores financeiros em 4 anos. Tivemos 5 treinadores em 4 anos. E tivemos Domingos Soares de Oliveira, Luís Mendes que se demitiu, Jaime Antunes que se demitiu e agora Nuno Catarino. Não é surpreendente que o passivo tenha aumentado 100 milhões de euros. Não é uma surpresa que os resultados correntes apresentem um resultado negativo todos os anos de 15 milhões de euros. Os sócios perguntam para que isto serviu? Ganhámos mais títulos? Modernizámos o estádio? Melhoramos o Seixal? Rui Costa, zero. Tem de haver rigor financeiro. Temos de equilibras as despesas e receitas correntes. Delineei um projeto com José Theotónio. Temos um conjunto de ideias para cortar nos custos, mas isso não resolve problemas estruturais. Temos de apresentar sucesso desportivo, foi por isso que apresentei uma organização. Não festejamos relatórios e contas. Segundo ponto: boa negociação dos contratos dos direitos televisivos. Terceiro: aumentar receitas em dia de jogo, numa fase inicial através do aumento das receitas para a área corporate e para a revitalização da zona envolvente do estádio e numa segunda fase com o projeto do estádio. Temos de aumentar as receitas comerciais, através do naming do estádio, através da renegociação de patrocínio, através do aproveitamento da capacidade como grande marca para ter um grande acordo de merchandising global para monetizar as redes sociais em que estamos atrás dos outros e para fazer da Benfica TV uma Media House. Temos de colocar mão nisto. Mais 4 anos disto e ficamos numa situação complicada", afimou.

"A única coisa que eu posso adiantar é que não sei se vamos gastar menos ou o que está em causa, o importante é estabilizar o Benfica financeiramente e acho que o Benfica deve passar a sua dívida para longo prazo e não para curto prazo e arranjar um financiamento para 10-15 anos para o Benfica e diluído a uma boa taxa para começar a rumar naturalmente. Já temos um empréstimo de 200 milhões de euros para consertarmos esse problema. O Benfica só consegue passar estes problemas se estiver a ganhar. Depois de 2009/10 foi assim que fizemos. O principal do Benfica é que não pode ser mexido. O Benfica tem de ter uma equipa para ganhar e não pensar que tem de vender e apostar financeiramente. Depois irá recuperar. Ninguém inventa a roda, a roda já está feita. Não sou um grande técnico financeiro, mas até agora tenho levado a água ao meu moinho e ela tem batido certo. Reduzir por reduzir não vale a pena. Há gorduras a mais e temos de eliminá-las. Mas só lá dentro é que podemos analisar a sério. Até lá não vale a pena especular", disse. 

"Para voltar a tocar no tema da SAD autónoma, eu próprio tive uma reunião com o Luís Mendes no ano passado, um parceiro estratégico e que sabemos que é para esse efeito, por isso sabemos que é perfeitamente viável. Nunca na vida se vai chamar SLB ou outra coisa qualquer. Como todos sabem cá dentro, vai chamar-se SL Benfica Feminino ou qualquer coisa associada ao Benfica. O Benfica terá sempre a maioria desse capital, o que precisamos é de know-how para começar a ganhar lá fora. Cá temos de ser hegemónicos. Relativamente ao hóquei, o Benfica fez um grande investimento. Tem o plantel mais caro e o melhor, sem dúvida nenhuma. Tem o melhor jogador do mundo, o melhor finalizador do mundo, o melhor jovem do mundo, e para mim o melhor guarda-redes do mundo. Não há razão para não ganhar. O que falta? Dinheiro não é. Se calhar nem precisamos de gastar tanto. É uma questão de mentalidade. O Benfica precisa hoje de ter identidade. As pessoas sabem isto lá fora. Não sei se são os coordenadores, os treinadores, se é da Direção para baixo... há obviamente desorganização. Há 18 milhões de euros é FSE's que nós temos de perceber onde está o problema. Falhámos desportivamente. O Benfica foi fundado para ganhar. O Benfica não foi fundado para vender jogadores, para andar a trocar de jogadores ou para metermos no Relatório e Contas um calendário desportivo de vitórias a vermelho em que o feminino é que sustenta as modalidades do Benfica, não é o masculino. Mas, de facto, o voleibol é um bom projeto. Um projeto ganhador. Não é uma pedra no sapato que vai destruir. O voleibol feminino voltou. A questão não está no investimento, nas infraestruturas... a questão aqui está relacionado com a parte final e não ganhamos", afirmou. 

"O futebol tem de ser melhor gerido, não é a cortar custos no futebol que vamos ganhar mais títulos. Temos de gastar melhor nas modalidades para ganhar mais. O problema é transversal. Cristóvão está a misturar conceitos", defende Noronha Lopes.

"Voltando às modalidades, o Benfica deve ser dos clubes mais ecléticos do Mundo, não é da Europa. O Benfica, e isto nunca passou pela minha cabeça, que tivesse orçamentos para as modalidades como tem neste momento. Quando a SAD foi constituída, a SAD tinha 75% da quotização e o Benfica 25%. Eu passei a quotização toda para dentro do Benfica de maneira a que o orçamento das modalidades não passasse o valor da quotização, se não tínhamos de ir buscar dinheiro à SAD. Não sei o orçamento das modalidades. Cada modalidade deve ter o seu próprio orçamento, como dizia aqui o João [Noronha Lopes]. Em relação ao que o Manteigas disse sobre o hóquei em patins. Temos de pensar que neste momento como é que é possível em Portugal termos os melhores jogadores europeus. Temos cá tudo, espanhóis, franceses... e aquela modalidade custa-nos uma brincadeira. Temos de estar atentos ao hóquei. Têm de começar a vestir a camisola do Benfica", acrecentou Luís Filipe Vieira.

"João Diogo, esta tua manobra do ciclismo surpreendeu-me. Pergunto-me onde é que andaste este ano que nunca te lembras do ciclismo e lembraste-te agora. Sou benfiquista pelo ciclismo e acredita que ninguém mais pensou em ciclismo do que eu. Gostava que depois me explicasses como vais sustentar uma equipa do ciclismo a ganhar. Porque são precisos muitos e muitos milhões de euros. Depois a seguir vais-me explicar, estou muito curioso. Ouvi Noronha Lopes falar muito pouco das modalidades, e se calhar foi por causa desta expressão que deu numa entrevista: 'Eu sei onde não vou cortar. É no orçamento do futebol'. Aqui sabe onde é que não vai cortar, mas nas modalidades não sabe onde vai investir. Acho que vai investir muito pouco nas modalidades, mas as modalidades são essenciais para o nosso clube"", afirmou Cristóvão Carvalho.

"Além do custo dos plantéis, gastamos 14 M€ que não são dos plantéis. É possível poupar 5 milhões a 6 milhões de euros. Esse valor aplicado para uma infraestrutura para as modalidades fará uma grande diferença do ponto de vista qualitativo. Permitirá jogarmos mais com a nossa gente. Aquilo que o clube que evoluiu com o Seixal, mérito do Luís Filipe, pode acontecer com as modalidades. É o que se consegue fazer, sendo mais racional nos custos. Os benfiquistas adoram o ciclismo. Primeiro temos de tratar de arrumar a casa. Não podemos pensar que o dinheiro nasce das árvores. O Benfica deverá entrar no ciclismo a pensar a longo prazo, não para voltar a sair", disse Martim Mayer

"Começando pelo futebol feminino, nós discordámos da estratégia que o clube fez no ano passado em passar para a SAD, o que obriga um orçamento que ainda ninguém percebeu se foi aprovado ou chumbado devido ao que aconteceu naquela AG aqui no Estádio. Nesse aspeto, o investimento que foi feito pela SAD não se traduziu em resultados desportivos, pois perdemos as duas últimas Taças, curiosamente até com o mesmo clube. O que vamos fazer? O futebol feminino para nós faz sentido num sistema em que é criada uma SAD autónoma completamente. A FIFA e a UEFA já investem muito, a FPF também. É preciso continuar a investir e o Benfica é o melhor exemplar em Portugal para esse efeito. Um projeto autónomo e independente que vai optar por um parceiro estratégico com know-how, proveniente de um modelo vencedor, como é o caso dos EUA ou os países nórdicos da Europa, para reconhecer a marca Benfica e que mantenha a hegemonia nacional. Mas também para olhar para a Champions. Eu começo a ver os clubes espanhóis a aumentarem os seus orçamentos, o Benfica pode perder o barco relativamente a ganhar um título europeu. Modalidades, uma das três grandes características do Benfica - ecletismo e associativismo e formação - simplesmente não podemos continuar a gastar milhões e não sermos campeões. Pegando agora neste exemplo deste ano, mas colando o futebol a nível europeu - andebol e basquetebol - 14 jogos e 13 derrotas. Uma única vitória, por parte do andebol. Um clube que gasta 20 milhões de euros para as modalidades, em patrocínios são 2 milhões de euros, nem 10% em termos de receitas. O que vamos fazer? Vítor Pataca é o vice-presidente para as modalidades. Um homem conhecidíssimo no desporto. Pedro Nunes, o diretor geral. Vamos reestruturar o modelo desportivo. O objetivo também passa pelas modalidades olímpicas, basquetebol, voleibol e andebol, para progredir nas fases de grupo a nível europeu. Captar um main sponsor para termos algum sustento em capacidade financeira, mas que não impossibilite para a entrada de pequenos patrocinadores. O hóquei e o futsal são dois casos que ninguém consegue perceber. O hóquei e o futsal praticadas quase em exclusivo em Portugal e têm que ganhar inevitavelmente em Portugal. Temos de ser hegemónicos a nível nacional e europeu. Terminando, tenho aqui para apresentar-vos a todos. Finalmente conseguimos fazer uma parceria estratégica para encetarmos que o emblema do Benfica volte à estrada. Uma parceria estratégica com um clube do pelotão nacional que fica para quem ganhar as eleições, com o meu compromisso. O Benfica vai voltar patrocínio numa equipa de ciclismo", defende Manteigas. 

"Futebol feminino: perdemos um bocadinho o barco. Começámos relativamente bem e fomos ficando para trás com alguma falta de investimento. Concordo com o que foi dito. No futebol feminino, temos muitas possibilidades de ganhar um título europeu. E aposto exatamente num título europeu. Benfica tem essa possibilidade. Será necessário um pouco mais de investimento, perceber melhor o que se está a fazer na Europa e não perder o barco. Falta um bocadinho de carinho e de aproveitar sinergias do futebol masculino para o feminino, algo que não está a acontecer, mas sente-se - e também estive aqui a ver o jogo com o Arsenal - cada vez mais um carinho dos adeptos. Ainda há muita coisa para fazer, mas julgo que ainda vamos a tempo de ter um grande Benfica no futebol feminino. Estarei disponível para fazer esse investimento. As modalidades são algo que foi muito difícil perceber. Quanto se gastava, quais as especificidades... Na última AG tivemos mais algumas informações e percebemos que há um desequilíbrio muito grande entre algumas delas. Há muito trabalho a fazer. E fazer esse trabalho implica dar um passo atrás em algumas para dar um passo à frente noutras. Hóquei em patins, futsal, existem muito bons jogadores em Portugal neste país e não vejo necessidade de gastar muito dinheiro em jogadores lá fora. Acho que conseguimos ganhar com jogadores portugueses. Depois, tem de se apostar numa ou duas modalidades de referência e têm de ter um elevado investimento. Basquetebol é uma delas. É preciso algum investimento, mas o retorno, bem feito e de forma profissional, conseguimos tê-lo e colocar o nome do Benfica nas Superligas. Para que possamos criar o sonho nos nossos sócios, os objetivos, e esse é o segredo para encher pavilhões", acredita. 

"O futebol feminino está em expansão. Vi aqui o Benfica frente ao Arsenal, senti o entusiasmo à volta da equipa. Várias mulheres disseram-me que gostavam de ter mais merchandising sobre o futebol feminino. Podemos continuar a investir, aposta na formação e no scouting. Vamos a tempo de ter uma aposta europeia. Nas modalidades, como no futebol, ganhamos pouco para o que investimos. As femininas deram boas notícias, nas masculinas ganhamos cerca de 30% dos títulos no ano passado. Temos de começar pela organização. O meu vice-presidente é Felipe Gomes. Além de ter sido capitão no basquetebol, tem uma carreira como gestor na angariação de patrocínios. Tem uma organização formada com coordenador desportivo e um coordenador operacional. É importante reforçar a aposta na formação. As modalidades não são escolas de benfiquismo. Não são só os jogadores que evoluem para a equipa principal, mas são também as famílias. Tem de haver maior transparência. Na última AG já foram dadas mais informações sobre o que gastamos em cada modalidade, o que é positivo. Sem maior transparência, é difícil responsabilizar as pessoas. Não consigo perceber a razão pela qual os pavilhões estão vazios. Não é o facto de termos bilhetes gratuitos que faz com que os pavilhões se encham. Precisamos de uma linha de merchandising com camisolas vintage de figuras do Benfica. É um setor em crescimento. As modalidades podem servir para aproximar o clube dos benfiquistas fora de Lisboa. O Benfica não é um clube de Lisboa. Podemos criar condições para que o Benfica jogue mais vezes como visitado fora de Lisboa, indo mais vezes às Casas. As modalidades têm de ser embaixadoras de benfiquismo", disse Noronha.

"Trago Andries Jonker. Foi selecionador da seleção feminina da Holanda. Está na vanguarda do futebol feminino. Nas infraestruturas, é muito relevante criar uma identidade para o futebol feminino. Quero criar no Seixal um Inferno da Luz do futebol feminino. Quero um estádio com lotação entre 8 e 10 mil pessoas. Isto vai acontecer. A ideia de Jonker é que a diretora do futebol feminino seja uma mulher. Temos de ir atrás de um título europeu. Nas modalidades, temos de olhar para as infraestruturas. Temos um emaranhado de condições. Alugamos pavilhões por todo o lado, alugamos casas para os atletas. Tudo virá para o Benfica Campus das modalidades. A qualidade da formação passará a ser superior. Querendo vencer no curto prazo, teremos uma estratégia bem mais sustentada, afirmou.

"O futebol feminino, penso que, com mais algum investimento, nós podemos lutar por um título europeu mais a sério. É uma modalidade que está a crescer bastante e vale a pena esse investimento. Quanto às restantes modalidades, acho que o Benfica tem de tomar uma decisão numa ou outra modalidade. Se no caso do hóquei formamos muitos jogadores e depois não ficam cá - e temos muitos exemplos disso -, o Benfica tem de ter o objetivo de nesse mandato e traçar uma meta que é - tirando o voleibol e o basquetebol - que o Benfica possa ter 30-40% de jogadores da formação e, assim, irem crescendo. Temos de apostar na nesses jovens no hóquei e não deixá-los sair... basta olhar para o Óquei de Barcelos. Queremos as modalidades ganhadoras e não podemos querer ganhar sempre em tudo. Temos uma modalidade, que é o andebol, que toda a gente já percebeu que é difícil enquanto o Sporting mantiver aquela equipa, que é das melhores do mundo neste momento. Não vamos ganhar todas as modalidades e mandar dinheiro à rua também não vale a pena", afirmou Luís Filipe Vieira sobre futebol feminino e modalidades.

"O investimento do futebol feminino, vocês conhecem o que foi feito nestes quatro anos. É um projeto de grande sucesso onde procurámos dar a dignidade dentro do clube que a modalidade merecia. Colocámo-las a trabalhar diariamente no Campus com todas as nossas outras equipas profissionais, alocámos o futebol feminino à SAD para poder ter uma maior capacidade de investimento. Creio que, para Portugal, os resultados são aqueles que estão à vista de todos. Vamos e queremos crescer de forma sustentável, porque em termos europeus, quer o Benfica, quer o futebol português, estão muitos furos abaixo. Este investimento não pode ser de uma vez só, tem de ser algo construído, que é o que temos vindo a fazer para não perder hegemonia nacional e ganhar mais poder a nível europeu. Modalidades? Foi um mandato onde investimos bastante para equilibrar as nossas equipas com os adversários. Resultou no dobro dos títulos dos anos anteriores. Não contentes ainda com isso, porque há dois títulos europeus que queremos conquistar porque são duas modalidades onde Portugal é expoente máximo, hóquei em patins e futsal, curiosamente neste mandato fomos campeões europeus no andebol [masculino], uma modalidade na qual estamos há muito carentes em Portugal. No resumo, queremos muito mais e vamos apostar muito mais nas modalidades, que para nós não são apenas um outsider mas sim um pilar importante. Vai continuar a ser uma das nossas apostas e vai dar muito mais frutos no futuro. Queremos mais vitórias, mas acabámos por ganhar mais do que todos os outros juntos", afirma Rui Costa. 

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"Só para terminar, dizer que vai renascer a identidade e cultura do Benfica porque é exatamente isto que nós temos de nos opôr. Ninguém está a dizer que isto será já amanhã, isto é um processo. O problema é que o Benfica faz, supostamente e alegadamente, este processo há muito tempo. O Benfica não é um meio, é um fim e é isso que vai ter de acontecer com os jovens da formação", afirmou. 

"A questão do João Neves não é do passado. Simboliza duas coisas: a importância de ter jogadores no plantel que passam a mística e o talento para os jogadores que vêm a seguir. Se o jogador da formação vê que outro jogador sai ao fim de 6 meses ou um ano, o que quer? Quer sair também. A formação faz-se de símbolos, Rui. E eu estou farto desta conversa de que não podemos cortar as pernas aos jogadores. Não devemos é cortar as pernas aos jogadores, para eles serem primeiro campeões no Benfica", afirmou Noronha.

Rui Costa respondeu "e foi". 

"Esse discurso fatalista de que não podemos fazer melhor que faz com que não ganhemos. Temos excelentes técnicos da formação a sair. Tem de haver uma aposta nos técnicos. Eles têm de ser valorizados, estão a tratar dos diamantes para o futuro", acrescentou Noronha. 

"Ó Rui, nós na vida, às vezes não nos antecipamos quando temos de nos antecipar. Eu também cometi erros, como tu sabes, não vale a pena estar a recordar. Mas lembra-te o que se passou com o Ruben Amorim, aliás, com o Rúben Dias. Ele foi confrontado nos EUA com uma determinada situação para ser vendido. E aquilo que foi [feito] - e se tivesses feito isso se calhar terias ficado com o João Neves, independentemente se depois precisasses de vender ou não. Isso é outra coisa. Mas foste logo ao ponto e deste aquele contrato de dois milhões e meio, quatro... não foste ao ponto. Abafavas. Se a situação era financeira, vão-se os anéis e ficam-se os dedos. O Benfica tem de ficar sempre salvaguardado", disse Luís Filipe Vieira. 

"Isto acrescenta pouco. Não estamos a discutir o presente e o futuro. Estamos a falar do passado e isto não é um programa de comentadores desportivos. Na formação, há uma questão crítica relacionada com infraestruturas. O Benfica tem de criar um colégio no Seixal e tratar da parte de caráter e académica dos jogadores, oferecer isso aos pais quando os jogadores assinam. O meu projeto prevê esse colégio, que atraia o talento em vez do talento ser roubado pelos rivais.""Igualmente com o colégio, é importante que os atletas mais jovens passem tempo com as famílias. A nível patrimonial, quero criar residencial de curta duração no Seixal para que, recorrentemente, as famílias possam estar om os jogadores. Isso afeta a performance dos jovens", frisou Martim Mayer.

"Começando por responder a João Diogo Manteigas. Dar aos pais garantias que os jogadores vão jogar? É pior os pais do que os agentes. Os pais, em qualquer situação, estão a ver o futuro dos seus filhos. E quando fazem isso, não vão convencer os filhos a deixar de ganhar o que podem ganhar lá fora ganhando em Portugal. A questão é essa. A ilusão que criamos sem nunca termos estado no futebol. Isso é uma coisa completamente incompatível. Não sei prometer a pai nenhum que o filho vai ser titular. Nem todas as gerações têm a mesma qualidade que outras. Muitas delas têm qualidade coletiva e não individual. Em relação ao João Neves, não me lembro de o ter visto em nenhuma reunião connosco, caro Noronha Lopes. Não me lembro de o ter visto em qualquer reunião para me estar a desmentir daquilo que foram as reuniões com João Neves. Não queria sair do Benfica, mas evidentemente não queria perder valor em relação ao que foi ganhar para Paris. Que é completamente incomportável para o Benfica. Chegar a determinados valores. Hoje já consegue levantar o valor das transferências, mas não consegue levantar até esses valores os contratos".

Cristóvão responde a Noronha: "Rui... João Neves é uma pedra no sapato. Não conseguiste explicá-lo bem e só entenderia se fosse vendido pela cláusula. Não foi e mantenho a mesma posição. Estamos todos tristes sobre o tema. Noronha Lopes: tu não defendes números de cláusulas nem aqui nem em coisa nenhuma. Se fores presidente do Benfica, há uma coisa que tens como certo. Ninguém te pode exigir nada porque nunca te comprometeste com nada. Como no futebol também não te comprometeste com qualquer títulos. Tu granjeias e levas um legado das eleições anteriores e exigia-se mais da tua parte. Gostava do teu compromisso no que toca a títulos, jogadores a subir, metas objetivas para que, então, possas defender essa tua equipa tão bem organizada para que possamos sindicar caso venhas a ser presidente do Benfica. Continuas nessa de D. Sebastião, que não te comprometes com nada, e acho que não é isso que os benfiquistas querem".

"Quando a formação foi chamada a salvar o Benfica o quê que aconteceu? Bruno Lage, em 2018/19, fomos campeões a meio de uma época. Já ninguém fala disto. Já ninguém se lembra. Formar, obviamente, ninguém colocar em causa o modelo que é utilizado em Portugal de venda de jogadores. Aliás, isso foi fomentado pela Federação quando criaram as equipas B. O objetivo é sempre formar para vender. É isto que é implementado em Portugal. O Benfica vai ter de lutar um pouco contra isso porque tem a excelência de formação. Porquê o nome de Julen Guerrero para diretor desportivo da formação. É um nome incontornável da formação em termos mundiais. Um nome para juntar a José Mourinho e para juntar a outra pessoa importante que Rui Costa disse há bocado: Guilherme Muller Araújo, entre outras mais-valias que existem no Campus. Dois nomes de renome mundial para acelerar esse progresso por parte dos jovens que hoje em dia não estão a conseguir entrar. Os treinos são adaptados aos jogadores de base com o intuito de evoluir a sua capacidade até mental e tática. Não é fácil jogar neste estádio perante 65 mil pessoas, para mim é a condição mais difícil de todas. Sobre os coordenadores que estão no Seixal, vão desenvolver as suas capacidades, e fazer uma coisa que me parece que neste momento não existe no Benfica: vão-se autodescobrir. Para evitar a conversa entre Noronha Lopes e Rui Costa sobre reter jogadores. No caso de João Neves, o Benfica poderia ter feito ouvidos moucos e não vender. Podia criar um problema com o jogador, mas tenho dificuldade em acreditar que o João Neves não quisesse dar a volta a isso. Falando com as famílias e com os agentes - eu trabalho há muitos anos nisto, não são só vocês", posiciona-se Manteigas.

"Temos uma das melhores formações do Mundo. Temos de formar para vencer e não para vender. Tem sido o que tem acontecido. Temos de fazer um investimento financeiro sem precedentes na formação, que faça com que os jogadores fiquem mais tempo com incentivos financeiros, plano de progressão para eles evoluírem e, principalmente, através dos símbolos. Rui Costa diz que não era possível segurar João Neves. Todos os jogadores um dia quererão sair, mas os benfiquistas não percebem que João Neves, que não queria sair, tenha saído. Quem disse foi João Neves. O processo não foi resolvido na altura certa. Devia ter sido em dezembro ou janeiro. Aí é que se devia falar com a família e empresário. Se deixamos o assunto arrastar-se quando o jogador está com a cabeça no outro lado, claro que não fica. Rui Costa não fez o que deveria ter feito para segurar João Neves. Não é só um dos melhores médios do Mundo, mas personificava a mística, entrega e ambição que os adeptos do Benfica querem ver. Não podemos ter casos como este. Não sou apologista de dizer que há um número exato de jogadores da formação na equipa principal. Temos de ter uma política que defina uma equipa sombra, que determinados lugares são da formação e outros vêm de fora. Mais do que criar condições na formação é criar condições para que jogadores da formação evoluam para a equipa principal. Não pode ser João Neves a pagar os erros de gestão desta Direção. O João não saiu por estratégia, mas sim por urgência. Os benfiquistas não percebem que num ano tenhamos de vender o João Neves porque é preciso receber 50 milhões de euros e depois gastamos 130 milões de euros em reforços. Eu percebo o motivo. Estamos em período eleitoral", disse Noronha Lopes.

Segue o tempo de antena para Luís Filipe Vieira:

"Responder só aqui ao candidato Manteigas, ele é muito novo ainda e não soube o que foram os meus primeiros 10 anos no Benfica, um clube falido. Quando tivemos as condições, que foi a partir de 2009/10, fizemos a segunda melhor década de sempre da história do Benfica. Por isso, respondemos assim bem. Naquela altura, fomos campeões em 2004/05 e tive a ousadia de dizer que seria muito mau para o Benfica. Infelizmente não voltámos a ser. Fomos campeões com 13 jogadores, não foi com mais, e com o Trapatoni. Sobre a formação, dizer que, logicamente, não produzimos todos os anos jogadores para estarem na equipa principal do Benfica. O Benfica tem neste momento 9 miúdos campeões europeus pela seleção nacional [Rui Costa acrescenta: sub-17]. Ainda têm de crescer um bocado. Não vamos colocá-los todos lá para dentro. No ano passado fomos campeões em todas as categorias, o que foi inédito e é verdade. Tivemos uma equipa que teria sido capaz disso, mas tínhamos aquela equipa de sub-17 onde estava o Renato Sanches que foi para o Europeu e quando veio para cá... não ganhámos nem um jogo. Veja bem como os jogadores vinham. Em relação ao futebol de formação, acho que o Benfica tem todas as condições para continuar. Temos de reforçar em termos de quadros. Perdemos o Mil-Homens, também perdemos outro jovem, o diretor técnico, que foi para fora [Rui Costa intervém para dizer o nome: Rodrigo Magalhães]... A aposta tem de ser determinante. Os 5-6 têm de ser sempre da formação, Rui."

"Gostava que os sócios soubessem que é a minha proposta: mais jogadores da formação na equipa principal. Tem de haver uma aposta. Isso tem de estar ligado com a política de compras e vendas. Desde 2020 gastámos mais 119 milhões de euros do que os nossos rivais. Temos uma média de mais-valia entre as compras e vendas de 250 mil euros. O nosso rival tem 39 vezes o valor. Compramos demasiado e tapamos jogadores da formação. Não só gastamos dinheiro a mais como temos uma política que não serve a um clube que quer jogar com o seu talento. Já combinei com Jonker que 50% da equipa principal será da formação de uma forma consistente para entrar como titular, não no plantel. Isso é possível. Não só vamos aplicar melhor os nossos fundos, mas definitivamente temos de apostar que a formação tenha o seu espaço", frisou Martim Mayer.

"Os dados são aqueles que são. A situação de João Neves é completamente diferente do que está a contar. Quando for presidente do Benfica, vai perceber que as coisas não funcionam dessa maneira, funcionam de maneira completamente diferente. E esqueça, João Neves não conseguia, não podia ficar no Benfica. Foi campeão nacional e saiu. Dizer que não queria sair é a coisa mais simples do mundo. Se foi o que ele disse? Não queria o João Neves nem qualquer outro jogador se o Benfica tivesse condições para pagar o que os outros pagam lá fora. Era um jogador que não tinha preço, mas também era impossível manter o João Neves. A entrada dos jogadores da formação no Benfica, como já disse, não houve ano em que não estivessem oito jogadores na equipa principal. E este ano tem 11. Em relação à formação, os dados são concretos. O ano passado, acabámos o ano a ganhar os três títulos da formação, uma coisa inédita. Ganhámos a Youth League, a primeira Taça intercontinental do futebol de formação, metemos 23 estreias na equipa principal, jogaram 31 jogadores oriundos da nossa formação na equipa principal. Os dados são muito claros e concretos. Este ano, tentámos e elaborámos um projeto de maior aceleração dos nossos jovens. É por essa razão que a equipa B e os sub-23 têm jogadores com idades de júnior. Para que os jogadores possam chegar mais depressa à equipa principal. Agradeço aos diretores que tive e espero que não desmantelem o trabalho feito nestes últimos anos", respondeu o atual presidente das 'Águias'.

Cristóvão Carvalho sobre futebol de formação: 

"Temos efetivamente uma das melhores academias do mundo. É um facto e deve ser reconhecido, deve ser dado mérito a quem a pensou, idealizou e continuou. Este ano tivemos um prémio e muitos títulos nos diversos escalões. Julgo que continuamos a fazer um bom trabalho, mas podemos fazer muito melhor. Independentemente de Rui Costa ter dado algumas explicações para explicar o porquê de alguns jogadores não chegarem à equipa principal... O pote de ouro do Benfica é o Seixal. É ali que temos os nossos grandes craques e é feito um bom trabalho. Temos de criar uma regra e aqui estou eu com mais um compromisso: terão de chegar três a quatro jogadores por ano para a equipa principal. Se me perguntarem ao dia de hoje se é possível encaixar os jogadores do Seixal na equipa principal, não é. A equipa não está estável, os jogadores estão a adaptar-se... Tem de haver esse compromisso. Um jogador que chega ao Seixal tem de sonhar e acreditar que vai chegar à equipa principal. Quando um menino veste aquela camisola, tem de olhar e ver. E aí têm de existir dois, três, quatro ou cinco jogadores da academia que se mantêm na equipa. João Neves seria um desses. Não me leves a mal Rui, mas essa é daquelas coisas que não te perdoo enquanto presidente. Só não falha quem não decide, mas o João não. Tens de o manter, Rui. O João queria ficar e tinha condições para ficar. Deveria ter ficado para ele ser aquele farol. Para os outros pensarem 'se o João chegou, também vou chegar'. Isto é muito importante e deve ser tido [em conta] para os miúdos acreditarem que podem chegar à equipa principal".

Luís Filipe Vieira:

"Não é com muita gente que ganhamos campeonatos. Isto é muita teoria e a prática é completamente diferente. Tem de lá estar sempre metido. Tem de lá estar 24 horas. Isto é tudo muito bonito. Mas é claro, e peço desculpa por dizer isto, que há pessoas que não têm capacidade para alguns lugares que estão a querer ocupar. Não há nada que seja difícil no futebol. É muito simples. Normalmente, é flutuante. Se houver um diretor geral, se eu tiver lá e haver um diretor desportivo, aquilo funciona lindamente. Não tem problema nenhum. Em Portugal, temos muito boa gente para estar no futebol. Temos cá grandes profissionais."

João Diogo Manteigas

"Vou equilibrar por mais 30 segundos. Peço-vos elevação, deixem toda a gente falar. O Martim também queria falar, enfim. Rui, só relembrar uma coisa, mencionaste o caso das idades, e vou dar-te um exemplo muito prático. António Silva ainda não renovou, Otamendi já renovou. Só para terminar o meu tempo. É, exatamente por isto, que nós precisamos de uma rotura total com o passado."

Noronha:

"Rui Costa foi vice para o futebol e diretor desportivo. Se não sabe o que faz um vice e um diretor desportivo, fico surpreendido. Posso garantir que o Nuno Gomes e o Pedro Ferreira estão preparadíssimos. Trazem qualidade, preparação. O Nuno saiu do Benfica pelo próprio pé, tirou um curso de gestão desportiva, é consultor da FIFA. O Pedro é um dos melhores scouts que o Benfica já teve e o Luís não me vai desmentir. Foi para Inglaterra, levou o Nottingham aos lugares europeus. Teve convite de um dos maiores clubes ingleses. É uma grande alegria trazê-lo. Sentem que há um projeto. Tiveram carreiras no Benfica, não se encostaram, foram à vida deles e voltam mais enriquecidos. O seu diretor desportivo, ou diretor geral porque a definição das funções na sua estrutura foi opaca, mas quem esteve a tratar do futebol era comentador televisivo. Dizer que o Nuno Gomes, que teve um passado na formação, que o Pedro Ferreira, como chief scout, estão pior preparados do que alguém que foi comentador televisivo..."

Luís Filipe Vieira novamente sobre futebol

"Dizer que, em relação ao que eu ouvi aqui, "o treinador vai decidir, o treinador vai decidir"... não. O Benfica vai decidir porque o Benfica vai ter uma equipa scouting e irá fazer uma equipa-sombra e serão estes jogadores que o Benfica terá que contratar. José Mourinho ou qualquer outro treinador, de certeza que terá quatro jogadores por posição e aqueles que entender. Não vamos permitir, porque já tivemos cá essa experiência, que o "treinador vai decidir, o treinador vai decidir" e depois ficamos cá com o menino nas mãos. Para ficarmos com o menino nas mãos, tem de ser uma decisão nossa e a responsabilidade será nossa. Fazer aqui um parênteses sobre o plantel muito velho. Rui, sabes bem que não é bem assim. Quem fez o plantel sabes que foi bem feito e que tínhamos bons jogadores. Estavam dois ou três jogadores que tinham uma idadezinha, mas tínhamos bons jogadores mesmo. Temos a experiência do que fizemos. Não nos podemos esquecer que quando cheguei ao Benfica que o Benfica não fazia um Bi há 30 anos e um Tri há 39 anos. E foi com essa experiência que nós conseguimos fazer isto tudo. Só não fizemos o penta porque tivemos a manifesta infelicidade de uma bola, aqui, com um pontapé, entrou aos 90 e tal minutos. Há muita gente qualificada no Benfica. O Benfica conseguiu montar a melhor academia do Mundo com portugueses. Vamos colocar o Benfica cá em cima na formação. É obrigatório o treinador ter 20 jogadores e aí estou em sintonia com o Rui e a formação tem de entrar logo 4-5 jogadores no plantel."

Martim Mayer sobre futebol novamente:

"Uma coisa é um conjunto de intenções. Outra é ter uma proposta concreta. Rui Costa está certo ao dizer que há muitas coisas bem feitas, sou o primeiro a louvar. Mas Mário Branco não olha para o médio prazo, não tem tempo. Pelo menos da forma como eu entendo. Andries Jonker fala da formação, scouting, sabe o que é criar um universo de jogadores entre equipas sub-23, B e A. Ouço intenções, conceitos, mas não ouço propostas. Os sócios precisam de ouvir as propostas concretas. Falta olhar para o médio prazo e a pessoa que vai comigo vai olhar para o futebol. Vai perceber onde temos lacunas para a próxima época e para a outra a seguir. Digo quem é a pessoa, explica como, é isso que tenho feito nas Casas. O que eu quero é que os sócios estejam esclarecidos sobre o que esperar de mim. Vejo um conjunto de conceitos com os quais concordo, mas que nãos e materializam em nada que os sócios possam avaliar e pensar que o caminho por aqui. Comigo sabem que é como estou a dizer".

Rui Costa novamente sobre futebol:

"Vou tentar ser o mais sintético, uma vez que sou ainda presidente do clube. Começar por esclarecer que este trajeto, esta gestão do futebol não pensa no imediato. Isto foi dito por dois candidatos. E é por não pensar no imediato que o Benfica tem esta estrutura e apenas seis jogadores acima dos 25 anos. Se pensasse no imediato, estrategicamente, tinha uma equipa mais velha, com 13 jogadores acima dos 30 anos como quando cheguei. Um plantel assim é para o imediato. Mas quando se cria um plantel com a dimensão dos jogadores que chegaram este ano... É para pensar a longo prazo e não a curto prazo. Acho que isso fica muito bem vincado. Formação? É a nossa função abrir o espaço para que isso [os jogadores serem mais utilizados] aconteça. E espero que nenhum de vocês, quando aqui estiver, queira vir a ser treinador do Benfica. Desde o primeiro dia que entrei, disse aos treinadores que entram 20 jogadores contratados para o plantel principal e todos os outros são da formação. Acredito que muitos destes jovens, que hoje estão na formação, ainda vão aparecer em momentos melhores para poderem ter mais minutos na equipa principal. Ainda assim, estudo feito, nas principais ligas europeias e nas equipas que estão na Champions, a média de utilização dos jogadores de formação é de 13%. No Benfica é de 20%. Não creio que o Benfica esteja assim tão carente de formação. Continua a ser uma das melhores do mundo em termos de formação. Dizer só a Noronha Lopes que o Rui Costa nunca festejou nem assumiu que festejou algo que não fosse um título do Benfica. Nasci neste clube com 8 anos e aprendi muito cedo que aqui não há vitórias morais. O que disse é que o Benfica, se não ganhar, que jogue até ao fim. Queremos que o Benfica lute por títulos e, o que disse, foi que no ano passado lutámos por todos. Em relação à estrutura, acho muito estranho que se prometa uma ampla estrutura que não se percebe muito bem quem vai comunicar com quem porque é muita gente. Uma estrutura altamente profissional com cargos onde nenhuma das pessoas executou, no passado, qualquer cargo desses. Mário Branco leva uma vida neste cargo. Não estão em causa as pessoas, mas nenhuma delas teve o cargo que o senhor está a meter neste momento no Benfica".

Cristóvão Carvalho novamente sobre futebol: 

"É genérico, todos queremos ganhar e todos temos soluções para ganhar. Mas sinto que vos falta compromisso perante os sócios. E é preciso tê-lo. De teorias já os sócios estão cansados. Olho para o programa de Rui Costa e tive o cuidado de ver a página 9 do programa. O compromisso é futebol masculino no top-10 europeus, disputar a Liga dos Campeões, conquistar a quarta estrela para o emblema. É curto, Rui. Tens de te comprometer com algo. Isto parece-me elementar. João Diogo a mesma coisa, não estabelece nem quantifica metas desportivas. Muitas teorias, ideias, forma, mas compromissos? O que vamos fazer? Ganhar tudo? Ganhar tudo não é nada. Luís Filipe, define sete campeonatos a cada 10 anos, mas também não nos diz como. Noronha Lopes. Pessoas para a estrutura já traz cinco. Páginas 20 a 31, zero compromissos no que toca a títulos. Não há um único compromisso... Há três dias ouvi numa entrevista dizer que queria quatro campeonatos em três. Faltam compromissos aos sócios".

João Diogo Manteigas novamente sobre futebol profissional:

"Já que posso aproveitar, aproveito. Telegraficamente. E lamento, mas vou ter de corrigir o Dr. Noronha Lopes. O plantel que Bruno Lage teve já não era de Schmidt. Bruno Lage preparou esta época com a direção e obviamente com o ex-diretor desportivo Rui Pedro Braz. A Rui Costa, é verdade que apostamos na formação, mas não adianta tê-los no banco. Quando eles surgiram, Gonçalo Ramos e João Neves foram imediatamente vendidos. O Tiago [Gouveia] foi para a França e o Bajrami praticamente não jogou. Desde Rego a Veloso, Samu vai jogando, não vemos essa aposta. Teremos de falar com o treinador. Não adianta ter só formação, estarmos no primeiro lugar a nível mundial, temos de arriscar. Isto é o Benfica."

Noronha Lopes sobre mercado de inverno: 

"Naturalmente que me vou sentar e conversar com José Mourinho. Quero muito ganhar, ele também e é um grande treinador. A estrutura que lhe vou apresentar é para torná-lo mais vencedor. José Mourinho trabalha com um plantel que não escolheu, tal como Lage trabalhou com um plantel escolhido por Schmidt. Há que criar as condições para o Benfica ser vencedor. Não posso deixar de estranhar que depois de investir 130 M€ em jogadores o plantel ainda apresente estas lacunas. Na gestão do futebol todos cometemos erros, mas é preciso aprender com eles. Se continuarmos a cometer os mesmos erros, os resultados não aparecem. Mais uma vez, como se resolve? Trabalhando por antecipação, tendo um scouting inteligente. Temos pessoas muito competentes no scouting. Temos de chegar mais cedo aos mercados e não ir à última da hora contratar por 30 M€ jogadores que podiam ter chegado por 10 M€ ou 15 M€. Ter uma aposta consistente na formação, fazer com que os da formação entrem na equipa para jogar. Não é para vender, é para vencer. É preciso que se aprenda com os erros do passado. Não é a repetir erros que temos os mesmos resultados. Ouvi Rui Costa a dizer que se é para perder, que seja assim, e a falar das entradas e saídas. Fico surpreendido porque parece que o candidato Rui Costa critica o presidente Rui Costa, que constituiu o plantel, tal como o presidente Rui Costa criticou o antigo vice e diretor desportivo Rui Costa quando disse que tinha herdado um plantel mais velho e com jogadores a mais. A pergunta que faço é: quantos Costas há na Direção? Vamos corrigir os erros, mas é preciso assumir as responsabilidades de uma vez por todas."

Martim Mayer sobre mercado de inverno:

"Obviamente falar com José Mourinho e Mário Branco e perceber o que eles entendem que são as lacunas e o que deve ser a procura de reforços. Isso acontece sempre em janeiro e comigo será assim, com uma diferença. Existe uma forma muito melhor de trabalhar este universo de jogadores, que estão nos sub-23, equipa B e A. Jonker vem com vontade de falar com Mourinho sobre isso. Quer que os jogadores estejam mais em contacto. Já fez isso no Arsenal, com Wenger, no Barcelona, com Van Gaal. No Bayern também. Queremos ganhar sempre e ser campeões europeus, todos concordamos, mas a minha proposta é concreta. Jonker vem dar consistência ao futebol do Benfica. Em janeiro isto vai ter resultados. O que surge da conversa de alguém que só pensa no curto prazo com alguém que vem com um plano a 4 anos é sempre muito positivo. As contratações têm de ter uma lógica a médio prazo e a pensar no que se pretende para 4 anos. Há-de ser uma decisão tomada a quatro, de uma discussão construtiva entre estas pessoas. Com perspetiva a médio prazo haverá melhores decisões"

Luís Filipe Vieira sobre mercado de inverno:

"Neste clube, não podemos pensar noutra coisa que não seja ganhar. Temos de ser campeões este ano. O Benfica fez uma grande revolução no plantel, mas continuamos a dizer que o plantel está bastante desequilibrado, e até o treinador já disse publicamente aquilo que sente e de certeza que vai aprofundar isso com o presidente que ainda está aqui. O que eu farei é, mal que seja presidente, ter uma reunião com os quadros que estão lá - alguns de grande qualidade - e traçar objetivos com o treinador. Queremos renovar para quatro anos. Teremos de fazer as alterações necessárias no plantel para continuarmos a ganhar e ganhar. Já no passado o fizemos. Ganhámos e também perdemos, mas fizemos uma hegemonia pelo menos por quatro anos. Alcançámos o tetra e essa base teve um núcleo muito coeso.

Às vezes complicamos aquilo que é fácil. O futebol é muito objetivo. Ou temos jogadores ou não temos jogadores. Neste momento temos treinador. O que falta é fazer algumas alterações porque o plantel, segundo me apercebi, falta um central, alas e um lateral esquerdo. Queremos ganhar e ser campeões. Toda a gente nesta casa tem de ser campeão diariamente nesta casa. Temos de ganhar dentro e fora de campo. Objetivamente, não é preciso falar com muita gente. É tudo muito simples. Temos boa gente dentro desta casa. Não vale a pena vir aqui com uma vassoura e limpar toda a gente."

Rui Costa sobre mercado de inverno:

"Fica muito claro que toda a gente vai querer ganhar mais, parece que toda a gente tem o método mais indicado. Relativamente a janeiro, muito simples. Como disse o candidato anterior, o Benfica sempre que teve de mexer em janeiro mexeu. Sempre de acordo com as responsabilidades que o treinador indica e dentro das possibilidades. Nunca se inibiu de corrigir erros, de melhorar o que pode melhorar, e portanto quando chegarmos a janeiro iremos ver o que o plantel necessita.

Acredito que o plantel vai melhorar muito internamente até janeiro, com o aparecimento de jogadores que ainda não estão ao patamar que todos nós esperamos, com o aparecimento de mais jovens da formação que estão a ser trabalhados, mas, ainda assim, quando chegarmos a janeiro como sempre fizemos, indo ao encontro do treinador e dos objetivos, cá estaremos para resolver o problema como sempre".

Cristóvão Carvalho sobre mercado de inverno:

"Essa é aquela pergunta de algibeira. O que irá acontecer no futuro... No que toca ao futebol é muito simples. O Benfica tem uma estrutura e a estrutura funciona. Pode não estar otimizada mas funciona. E tenho grande dificuldade em ver grandes mexidas numa estrutura que não se conhece tão bem. O Benfica está mais bem organizado na parte do futebol. E todas essas alterações têm de ser definidas em consonância com toda a equipa do futebol. Não é só treinador, presidente nem diretor-desportivo. Tem a ver com o scouting, com o método que se quer, com os objetivos... E ainda não tenho visto ninguém com objetivos definidos claros para o futebol do Benfica. Qual é a ambição, o objetivo, o que quero ganhar em Portugal, fora de Portugal e como o quero fazer? Com que plano e critério?

Terá de ser toda uma equipa, que implica inclusive desde a formação. Que jogadores chegam, quando chegam, desde a formação... Vejo tudo a ser pensado muito no momento. Penso num Benfica profissional que não pode ser decidido nas cúpulas, mas em toda a estrutura. Sei que há coisas que estão bem, outras menos bem, outras que serão para melhorar, outras para substituir. Mas digo ao Benfica para o que venho. Venho para ganhar 3/4 títulos em Portugal e, em 6/7 anos, para jogar uma final da Champions. É este o compromisso para que saibam que é isto que este candidato propõe. Tudo o resto, para mim, são ajustes. Estando a máquina feita e preparada, está com capacidade para poder resolver esses problemas. O Benfica não está numa situação desgraçada no futebol. Precisa de melhorias, acertos, mas com profissionalismo, competência e qualidade".

João Diogo Manteigas sobre possível intervenção no mercado de inverno:

"Obviamente que será a estrutura com o treinador. A estrutura diretiva tem de planear aquilo que a equipa precisa. José Mourinho tem sempre uma palavra a dizer porque será ele que terá de afinar. Se necessário, retocar a equipa em janeiro, desde que haja possibilidade financeira e sem cometer loucuras."

Noronha Lopes sobre futebol profissional:

"Saúdo todos os presentes e os benfiquistas. Estamos a celebrar a democracia no maior clube democrático português. O meu projeto tem três ideias-chave: uma estrutura mais forte, uma estabilidade maior e uma cultura de vitória.

Na estrutura, fui o primeiro a apresentar o projeto e a equipa para o futebol, definindo as responsabilidades. Nuno Gomes será o vice para o futebol e administrador da SAD, encarregue pela supervisão do futebol do Benfica, a curto, médio e longo prazo. O Pedro Ferreira é o diretor-geral. Será o coordenador e elo de ligação com as outras estruturas de apoio ao futebol. São os interlocutores principais de José Mourinho. Há outras duas pessoas decisivas. O Tomás Amaral, que estará concentrado no scouting, e que trará a experiência que teve no Benfica e a nível internacional.

O Vítor Paneira estará no banco como elo de ligação entre a estrutura e a equipa. É uma estrutura clara com responsabilidades definidas, com uma ideia de estabilidade. O Benfica não pode ter 5 treinadores em 4 anos e um carrossel de jogadores. Precisamos de uma estrutura, coesa, unida e que saiba a nossa visão de futuro e com uma visão a longo prazo, que saiba o que tem a fazer desde o primeiro dia. A terceira ideia é cultura de vitória. O Benfica não pode normalizar a derrota. O Benfica não pode ser o clube do quase. Não pode ser o clube quase ganhou o campeonato e a Taça. Temos de querer ganhar. Essa cultura de vitória tem de começar no presidente e transmitir-se a toda a organização. Temos de recordar as palavras de Eriksson, que dizia que o segundo lugar não significa nada."

"Falta coordenação e definição do modelo de jogo desde as camadas jovens, desde os sub-13. Mário Branco e José Mourinho preocupam-se com o curto prazo. O que trarei é um planeamento a 4 anos, que se personifica em Andries Jonker. Vai trabalhar o médio prazo e criar um modelo de jogo que acelere talento e que permita trazer à equipa principal mais jogadores. Está identificado como sendo crítico para melhorar a performance da equipa principal e é fruto do trabalho que desenvolvi nestes meses com Louis van Gaal na procura da pessoa certa para ser complementar a José Mourinho e Mário Branco. São duas pessoas com muita competência, mas totalmente focadas na equipa principal. É preciso alguém complementar destes grandes profissionais, sem a pressão do próximo jogo, mas que pense no futebol do Benfica. Desde 1904 o treinador dura, em média, 1 ano e 4 meses. O futebol não pode ficar órfão quando o treinador sai por não ter o volume de vitórias exigível. Jonker planeará o futebol a 4 anos e fará exatamente isto. Todos procuram aceleração de talento. É a palavra de ordem", referiu Martim Mayer.

"Boa noite a todos. Cumprimentar os meus colegas todos e os benfiquistas em casa. É um orgulho muito grande estar aqui. O meu projeto assenta na equipa de futebol. Queremos voltar a ter hegemonia no futebol em Portugal. Tenho um diretor geral do futebol para entrar, não quero mexer muito na estrutura. Não podemos chegar cá e desaparecer com umas pessoas e chegarem outras. Quanto ao treinador, vou apresentar-lhe uma proposta para quatro anos. Vamos dar preferência ao mercado português e tenho já alguns jogadores anotados. Queremos que o futebol da formação esteja connosco também. De certeza que teremos 18-20 jogadores da equipa principal e o resto será da formação", garantiu Luís Filipe Vieira.

"É realmente um prazer podermos debater os seis candidatos e a nossa família poder ouvir a voz dos seis juntas e não só em entrevistas separadas. Uma medida que engrandece e deve orgulhar os benfiquistas. É evidente que não ganhámos o que queríamos neste mandato, mas fizemos uma reestruturação completa no futebol profissional. Hoje estamos muito mais prontos do que no passado para seguir um caminho muito mais vitorioso. Temos uma equipa mais jovem, ambiciosa, com mais valores financeiros para salvaguarda do clube, pese embora o projeto passe sempre pelas vitórias e só depois pela questão financeira. Temos um plantel mais pronto e temos também o que reforçámos ao longo destes quatro anos: a presença da formação na equipa principal. Não tivemos um ano com menos de oito jogadores da formação no plantel principal - neste temos 11 -, e queremos reforçar esse número, mantendo pelo menos oito. Quando se fala muito da formação e das presenças dos jogadores no plantel principal, recordo que tivemos neste mandato 23 estreias da formação. Ao longo dos anos de Benfica Campus, tivemos 73. Um terço. Criámos uma estrutura altamente profissional, está bem identificada. Com Mário Branco com altíssima experiência, com a ambição cada vez maior de hoje podermos estar em condições de voltarmos a ser consecutivamente ganhadores no nosso campeonato. Em termos europeus, e o candidato acabou de dizer que queria um Benfica europeu, este foi o mandato com melhor pontuação em termos europeus, com duas chegadas aos 'quartos', uma aos 'oitavos', e pese embora este ano não tenha começado bem, com certeza voltaremos a estar na próxima fase da Liga dos Campeões", frisou o candidato Rui Costa.

"Vivemos um momento muito importante e este é um momento onde estamos presentes, o único antes da 1.ª volta. Relativamente à questão, apresento um projeto europeu. Um Benfica europeu. Pensei todo este programa alicerçado num Benfica europeu. Nos próximo anos, o Benfica tem de ter uma equipa ganhadora e que permita ter a ambição de ganhar uma Liga dos Campeões. Daí o tema ser apresentado a 12 anos e não a 4. O objetivo é ter um projeto sustentado, num grande treinador de referência e de projeto. O que é isto? Um treinador disponível para, junto com a direção, preparar em 4/5/6 anos uma equipa que possa jogar 'quartos', 'meias' e finais da Champions com naturalidade. Isso implica uma mudança estrutural, nomeadamente uma segurança e certeza financeiras para que possa criar estabilidade aos jogadores que venham da formação e integrem com tranquilidade a equipa principal, mas que também seja possível os sócios estarem com a direção, crescerem e acreditarem que é possível ser campeão europeu. Porque é possível. Esse projeto terá um treinador de referência. Elenquei que seria Jürgen Klopp. Houve quem achasse demasiado ambicioso, mas hoje temos um treinador mais titulado do que Klopp e os benfiquistas acreditam que isso é possível. Temos de ter um Benfica europeu. É essa a convicção a transmitir aos sócios. O Benfica é muito maior que Portugal e tem de ter títulos europeus. É o que me pedem e o que quero levar aos benfiquistas", afimou Cristóvão Carvalho.

"É com enorme sentido de responsabilidade e profundo orgulho que me encontro com todos vós. Escrutinem as nossas equipas e propostas para depois decidirem. Temos vindo a promover aquilo que é a nossa visão para recuperar a hegemonia em Portugal e o nosso modelo acenta em três grande vetores: maior eficiência nos plantéis - mais qualidade e menos quantidade; formação - ontem voltámos a estar em primeiro lugar na formação, é o que nós queremos; trasação de jogadores - o Benfica vende bem, vende caro, mas os benfiquistas comemoram vitórias. Queremos acabar com o Benfica trading e apostar no mercado nacional, como foi o caso do Manu Silva. Os três modelos são os seguintes: mais qualidade, o Benfica tem de ter os melhores jogadores em Portugal; mais equilíbrio; e, terceiro, mais compromisso. Para terminar, relembrar sempre que ao Benfica não lhe compete ganhar um campeonato em quatro e uma Taça da Liga em quatro", disse João Diogo Manteigas.

O primeiro tema a ser debatido esta noite é futebol profissional. Cada candidato tem dois minutos para responder.