Suborno, fraude eleitoral e crimes sexuais: os escândalos judiciais que assombram Trump

Sob a capa de um herói que escapou a várias tentativas de assassinato e com o mote de "tornar a América grande de novo (Let's make America Great Again)", Donald Trump venceu as eleições presidenciais 2024 e pôs fim à liderança democrata nos Estados Unidos. As polémicas em que esteve envolvido desde que anunciou a candidatura à Casa Branca não impediram o republicano de conquistar o eleitorado, mesmo entre as minorias, e de fazer um dos maiores "comebacks" da história dos EUA.  

Donald Trump esteve envolvido em inúmeros escândalos e é o único presidente dos EUA que chegou a ser condenado por vários crimes. 

O magnata venceu algumas das investigações e ações judiciais em que foi visado, mas qualquer uma destas polémicas teria sido, por si só, suficiente para fazer "descarrilar" outro político, escreve o jornal The New York Times. 

Stormy Daniels

Para encobrir o caso que teve com Stormy Daniels, o republicano subornou a atriz pornográfica com 130 mil dólares (119 mil euros) para que esta se mantivesse em silêncio quando decorriam as eleições presidenciais de 2016. Donald Trump foi acusado de 34 crimes de fraude financeira e fiscal. 

O pagamento, feito pelo advogado pessoal de Trump, Michael Cohen, não constitui qualquer crime, mas quando o magnata restituiu o dinheiro a Cohen, declarou a verba na contabilidade das suas empresas como “despesas legais”, o que pode ser considerado fraude. 

Também a tentativa de esconder o pagamento pode também ser considerada como violação da lei eleitoral, embora este crime seja mais difícil de provar

Crimes sexuais

Trump é acusado de má conduta sexual desde a década de 70. Dezenas de mulheres acusaram o norte-americano de crimes sexuais. Beijos forçados, mãos debaixo das saias e abordagens inadequadas com modelos estão entre as queixas relatadas.  No total, mais de 20 mulheres falaram publicamente sobre alegados abusos por parte de Donald Trump, recorda o 'The 19th'.

Ivana Trump, a primeira mulher do republicano, acusou-o de a ter violado num 'ataque de raiva' em 1989, quando eram casados.

Donald Trump surge ainda na lista de nomes referidos no processo legal de Jeffrey Epstein sobre tráfico sexual.

Ataque no Capitólio

Há quatro anos, após perder as presidenciais com Joe Biden, Donald Trump instigou os seguidores, através das redes sociais, a invadirem o Capitólio.

O FBI classificou o ataque como um "ato de terrorismo doméstico" que feriu cerca de 140 polícias e "pôs em perigo a transferência pacífica de poder no país", relembra a NPR.

Um tribunal federal de Washington divulgou milhares de documentos sobre a investigação sobre o papel de Donald Trump na invasão ao Capitólio.

As cerca de duas mil páginas, a maioria dos quais com elementos censurados, incluem publicações de Trump na rede social X, bem como documentos escritos pelo advogado do ex-presidente e antigo conselheiro John Eastm. 

Fraude eleitoral na Georgia

Semanas depois das eleições de 2020, Trump terá contacto o secretário de Estado da Georgia, Brad Raffenesperger, a pedir que "encontrasse" 11 780 votos que garantiriam a sua vitória naquele estado. Em agosto de 2023, Trump e outros 18 arguidos foram acusados de 41 crimes eleitorais na Georgia. 

Trump e os restantes réus deste caso são acusados de crime organizado e conspiração para manipular o resultado das eleições presidenciais na Georgia. Donald Trump declarou-se inocente.