António Filipe diz que ideia de derrota da esquerda é "manifestamente precipitada"

"As presidenciais são uma oportunidade de fazer frente a esta hegemonia [da direita]", pontuou.

03 de dezembro de 2025 às 22:18
António Filipe Foto: José Fonseca Fernandes/SIC
Partilhar

O candidato António Filipe defendeu, esta quinta-feira, que a ideia de que a esquerda está derrotada nas eleições presidenciais é "manifestamente precipitada", numa conversa em que disse querer combater o "poder hegemónico" da direita.

Durante uma sessão promovida pela Fórum Manifesto, na Casa do Comum, em Lisboa, o candidato apoiado pelo PCP explicou à audiência que decidiu concorrer à Presidência da República para combater "o poder hegemónico" da direita, numa altura em que o país vive "uma ofensiva muito semelhante" à do tempo da troika.

Pub

"As presidenciais são uma oportunidade de fazer frente a esta hegemonia", pontuou.

Admitindo que era "obviamente desejável" existir uma candidatura mais agregadora do campo da esquerda, António Filipe considerou que "essa possibilidade desapareceu a partir do momento em que António José Seguro", o candidato que conotou com o 'centrão', avançou.

"A ideia de que a esquerda está derrotada [nestas presidenciais] é manifestamente precipitada", argumentou.

Pub

O candidato defendeu ainda que as diferenças e semelhanças entre as três candidaturas de esquerda -- as outras são as de Catarina Martins e Jorge Pinto - deverão ser destrinçadas pelos eleitores que vão votar em 18 de janeiro.

Além de Filipe, António José Seguro (apoiado pelo PS), Catarina Martins (apoiada pelo BE) e Jorge Pinto (apoiado pelo Livre), anunciaram as suas candidaturas, entre outros, André Ventura (apoiado pelo Chega), João Cotrim Figueiredo (apoiado pela Iniciativa Liberal), Luís Marques Mendes (com o apoio do PSD) e Henrique Gouveia e Melo.

"Se a ideia era [ter apenas] um candidato de esquerda, então que desistisse António José Seguro. À esquerda, estou cá eu", reiterou, dizendo que o antigo secretário-geral socialista está mais próximo de Marques Mendes e Gouveia e Melo.

Pub

Para António Filipe, a eleição de um presidente de esquerda seria sinal de que a conjuntura política estava a mudar, numa altura em que, acredita, o país está a passar "uma fase muito complicada".

"Felizmente, as forças democráticas ainda cá estão", acrescentou.

"Eu gostaria de saber como", respondeu ao ser questionado sobre como se pode combater a viragem da sociedade à direita, um 'fenómeno' para o qual não encontra uma explicação única, mas que, na sua opinião, contribuíram os media e o PS, nomeadamente os governos de António Costa.

Pub

Antes da sessão da Fórum Manifesto, António Filipe falou aos jornalistas, mostrando-se agradado pelo facto de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, "já estar em bom estado de saúde e em boa forma".

O Presidente da República, operado na segunda-feira a uma hérnia encarcerada no Hospital de São João, no Porto, teve esta quarta-feira alta.

"Creio que é importante termos um Presidente da República em bom estado de saúde, independentemente do momento em que seja", referiu.

Pub

O candidato disse também não ter tido oportunidade de ver as medidas apresentadas pelo Governo no parlamento para a habitação, prometendo pronunciar-se posteriormente.

As eleições presidenciais estão marcadas para 18 de janeiro de 2026.

Pub

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar