Candidato presidencial recorreu à expressão do ex-primeiro-ministro António Guterres para dizer que o pântano tem "águas estagnadas que estão a apodrecer a democracia".
O almirante Gouveia Melo alertou esta quinta-feira para a situação "pantanosa" em que Portugal vive, considerando que a democracia está a mostrar "sinais de fadiga", de que os votos dos portugueses são exemplo.
Numa intervenção no Internacional Club de Portugal, em Lisboa, o candidato presidencial recorreu à expressão do ex-primeiro-ministro António Guterres para dizer que o pântano tem "águas estagnadas que estão a apodrecer a democracia".
Referindo-se ao seu próprio exemplo, Gouveia e Melo afirmou que quando quis "participar" da democracia, foi "atacado por todos no sistema". Para o almirante, o sistema são os partidos que - repetiu - são essenciais na governação e na Assembleia da República, mas representam uma lógica que está ali representada mas que não deve ser transposta para a presidência da República.
"O Presidente não pode ser uma pessoa de fação", disse, considerando que alguns candidatos não têm "a dimensão de um Cavaco Silva, Mário Soares ou até Jorge Sampaio", nem foram "vencedores" nos respetivos partidos.
"A minha candidatura é suprapartidária e independente da lógica fraturante partidária", destacou, explicando que um presidente tem de unir todos os portugueses e não trazer a ideologia para a presidência.
Segundo o candidato, a política portuguesa está "desbalanceada", porque antes havia um fulcro central e "hoje parece que só se quer marchar com a perna direita, quando precisamos de todo o país", disse, acrescentando que o sistema político está fracionado em três grandes partidos, o que o faz prever problemas de governação num futuro próximo.
O candidato reconheceu ainda que "não está nem estava preparado" para os debates em que tem participado nas televisões, e nos quais "se discute tudo e mais alguma coisa, mas não o futuro de Portugal".
"Um coisa que me aborrece nos debates são os arranques retóricos e sem conteúdo", em que "uma reação ou resposta mais repentina mas vazia" é muito valorizada, confessou.
Falando sobre a situação internacional, o almirante manifestou-se preocupado com a falta de preparação e planeamento de Portugal perante os atuais perigos, em particular da "máquina de guerra" da Rússia que a qualquer momento pode implicar a NATO.
Segundo o candidato, Portugal vai gastar em equipamentos sem antes planear as suas necessidades, investindo em centros industriais de certos países, o que vai agravar o fosso de desenvolvimento nesta matéria entre os países mais e menos desenvolvidos, como é o caso de Portugal.
Gouveia e Melo considerou ainda a proposta de lei laboral "uma inutilidade" e manifestou-se a favor da lei do lóbi, porque -- disse - é a favor da regulação e que seja claro quem faz o quê e por que o faz.
Questionado sobre como tencionaria agir em favor de uma reforma da justiça, disse que a forma de ajudar é a "pressão constante". Na sua intervenção inicial, o almirante tinha criticado a justiça por "intervir cada vez mais na política", mediante "processos que deixam dúvidas".
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