Alemanha escolhe 96 deputados, o maior número de representantes.
Os partidos conservadores de direita União Democrata Cristã (CDU) e a União Social Cristã (CSU) da Alemanha, atualmente na oposição, lideram as sondagens para as eleições europeias com 30%, ultrapassando as forças políticas que integram o governo.
Enquanto os partidos que formam a coligação "semáforo", o Partido Social Democrata (SPD), os Verdes e os Liberais do FDP continuam a perder votos, a Alternativa para a Alemanha (AfD) luta por conservar o segundo lugar, apesar de ter descido ligeiramente.
A pouco mais de um mês das eleições europeias, que na Alemanha vão decorrer a 09 de junho, cartazes dos vários partidos enchem as ruas de Berlim, a maioria com mensagens escritas, outros arriscando imagens de figuras do partido.
O SPD, que reúne 15,5% numa média das últimas sondagens divulgadas, e lhe rende um terceiro lugar, aposta na imagem da cabeça de lista, Katarina Barley, com diferentes personalidades do partido. Chega mesmo a aparecer ao lado do chanceler Olaf Scholz, pedindo a aposta no voto "mais forte" para a Europa.
"Os partidos 'tradicionais' nunca foram brilhantes na mobilização do eleitorado, concentram-se em estar próximos dos seus partidos nacionais, das figuras conhecidas dos seus partidos, não explicando muitas vezes a dimensão transnacional destas eleições", considera a investigadora Sophia Russack, do think tank europeu CEPS (Centro de Estudos de Política Europeia).
"A extrema-direita não quer que a participação nas europeias aumente, mas ao mesmo tempo quer garantir assentos no Parlamento Europeu e tem melhorado os seus resultados. O que eles fazem com aparente sucesso é campanha nas redes sociais, principalmente através do TikTok", aponta, em declarações à agência Lusa.
A AfD, que tem estado envolta em escândalos, a mais recente com o cabeça de lista às europeias, Maximilian Krah, acusado de receber subornos da Rússia, tem 15,9% e parece reunir as preferências do eleitorado mais jovem. Este ano, pela primeira vez na Alemanha, é possível votar a partir dos 16 anos.
"As gerações que com mais probabilidade acorrem às urnas são as mais velhas, as mais novas irão menos, à partida. Mas isso não significa que estejam mais desligadas da política, elas também são as que mais protestam nas ruas, significa que têm uma forma diferente de participar na política. Mas os partidos não me parece que tenham uma estratégia ou uma mensagem especial para o eleitorado mais jovem", refere Endre Borbáth, do Instituto de Ciência Política da Universidade de Heidelberg.
"Vemos que os dois partidos vistos pelas gerações mais jovens como de renovação são os Verdes e a AfD, e, portanto, não é esperado que esta fatia do eleitorado vote massivamente, e a votar, será maioritariamente nestes dois partidos", esclarece o professor, especialista em análise de participação, em declarações à Lusa.
Um total de cerca de 373 milhões de cidadãos da União Europeia (UE) tem direito de voto, dos quais 64,9 milhões de pessoas vivem na Alemanha. A Comissão Eleitoral Federal aprovou 35 partidos e associações políticas para as eleições europeias.
Os dois investigadores ouvidos pela Lusa consideram que o facto de as eleições europeias serem vistas como secundárias está gradualmente a inverter-se, registando-se um aumento da participação.
"Este crescimento está muito relacionado com as crises que vivemos atualmente, as pessoas têm medo de serem abandonadas num contexto global, por assim dizer. É dada importância ao significado da União Europeia. Outro motivo que pode justificar o crescimento foi o Brexit que não foi entendido como um projeto bem-sucedido", justifica Sophia Russack do CEPS.
"As europeias estão a tornar-se umas eleições transnacionais no sentido dos assuntos e problemas que apresentam, e também das campanhas sobre estes mesmos assuntos que os partidos apresentam. Acredito que estas não sejam exceção com temas como a integração europeia, apoio aos agricultores, segurança nacional, as guerras na Ucrânia e Gaza, tudo isto na mira dos partidos e dos eleitores", aponta Endre Borbáth.
Nas europeias de 2019, a CDU, partido da antiga chanceler Angela Merkel, recebeu 28,9% dos votos com a CSU, os Verdes 20,5%, o SPD 15,8% e a AfD 11%, a Esquerda (Die Linke) 5,5% e o FDP 5,4%.
Na média das sondagens para as europeias de 2024, os Verdes obtêm 14,6%, o FDP 3,6% e o novo partido de Sahra Wagenknecht (BSW) 5,9%.
A Alemanha escolhe 96 deputados, o maior número de representantes.
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