Conheça os 21 pontos que constam no plano de Trump para a "paz eterna" no Médio Oriente

Presidente norte-americano destacou a entrega dos reféns israelitas e a desmilitarização do Hamas. Plano prevê uma solução de dois estados.

29 de setembro de 2025 às 23:32
Trump e Netanyahu anunciaram acordo "histórico" para a paz em Gaza Foto: AP
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Os EUA divulgaram, esta segunda-feira, um plano de 21 pontos para terminar a guerra em Gaza. O presidente norte-americano, Donald Trump, e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanayahu, estiveram reunidos na Casa Branca para discutir a proposta. Netanyahu aceitou o plano.

O documento divulgado pela Casa Branca encoraja o povo palestiniano a permanecer na Faixa de Gaza e abre caminho para a criação de um estado Palestiniano. Em conferência de imprensa, Trump destacou a entrega dos reféns israelitas e a desmilitarização do Hamas.

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Eis os 21 pontos do plano, de acordo com o jornal The Times of Israel:

1. Gaza será uma zona desradicalizada, livre de terrorismo, que não constitui uma ameaça para os vizinhos.

2. Gaza será redesenvolvida para benefício do povo palestiniano.

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3. Se Israel e o Hamas concordarem com a proposta, a guerra terminará imediatamente, com as Forças de Defesa de Israel (IDF) a suspender todas as operações e a gradualmente sair da Faixa.

4. Todos os reféns serão devolvidos até 48 horas depois de Israel aceitar o acordo publicamente.

5. Assim que os reféns forem devolvidos, Israel irá libertar centenas de prisioneiros palestinianos a servir penas de prisão perpétua e mais de mil habitantes de Gaza detidos desde o início da guerra, juntamente com os corpos de centenas de palestinianos.

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6. Assim que os reféns forem devolvidos, os membros do Hamas que se comprometerem à co-existência pacífica receberão amnistia, enquanto os membros que desejarem sair da Faixa de Gaza receberão uma passagem segura para outros países.

7. Assim que o acordo for alcançado, irá entrar ajuda humanitária na Faixa a um ritmo não inferior ao estabelecido no acordo de troca de reféns de janeiro de 2025, que incluía 600 camiões de ajuda por dia, juntamente com a reabilitação de infraestrutura crucial e entrada de equipamento de remoção de destroços.

8. A ajuda será distribuída - sem interferência de nenhum dos lados - pelas Nações Unidas e Cruz Vermelha, juntamente com outras organizações internacionais não associadas nem ao Hamas nem a Israel.

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9. Gaza será administrada por um governo temporário de palestinianos que serão responsáveis por proporcionar serviços diários para as pessoas na Faixa. O comité será supervisionado por um corpo estabelecido pelos EUA com o apoio dos parceiros árabes e europeus. O corpo irá estabelecer uma estrutura para financiar o redesenvolvimento de Gaza até a Autoridade Palestiniana completar o seu programa de reforma.

10. Será criado um plano económico para reconstruir Gaza através da convocação de especialistas com experiência em construção em cidades do Médio Oriente e tendo em consideração os planos existentes que visam atrair investimento e criar postos de trabalho.

11. Será estabelecida uma zona económica, com tarifas reduzidas e taxas de acesso a ser negociadas com os países parceiros.

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12. Ninguém será forçado a sair de Gaza, mas aqueles que escolherem sair poderão regressar. Além disso, o povo de Gaza será encorajado a ficar na Faixa e receberá uma oportunidade de aí construir um futuro melhor.

13. O Hamas não terá um papel no governo de Gaza. Haverá um compromisso com a destruição de infraestrutura militar ofensiva, incluindo túneis. Os novos líderes de Gaza estarão comprometidos com a co-existência pacífica com os vizinhos.

14. Uma garantia de segurança será oferecida pelos parceiros regionais para garantir que o Hamas e outras fações de Gaza cumprem as obrigações e que Gaza deixe de ser uma ameaça para Israel ou o próprio povo.

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15. Os EUA irão trabalhar com os parceiros internacionais para desenvolver uma força internacional de estabilização temporária que será imediatamente mobilizada para Gaza para garantir a segurança na Faixa. A força desenvolverá e treinará uma força polícial Palestiniana, que servirá como um corpo de segurança interno a longo prazo.

16. Israel não irá ocupar ou anexar Gaza e as IDF irão gradualmente entregar o território que atualmente ocupa, à medida que as forças de segurança garantem o controlo e a estabilidade na Faixa.

17. Se o Hamas atrasar ou rejeitar esta proposta, os pontos acima irão prosseguir em áreas livres de terrorismo, que as IDF irão gradualmente entregar para a força internacional de estabilização.

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18. Israel concorda em não avançar com ataques futuros ao Catar. Os EUA e a comunidade internacional reconhecem o papel de mediação importante desempenhado por Doha no conflito em Gaza.

19. Será estabelecido um processo para desradicalizar a população. Isto irá incluir um diálogo inter-religioso com o objetivo de alterar mentalidades e narrativas em Israel e Gaza.

20. Quando o redesenvolvimento de Gaza estiver avançado e o programa de reforma tiver sido implementado, estarão reunidas as condições para um caminho credível até ao Estado da Palestina, que é reconhecido como um objetivo do povo palestiniano.

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21. Os EUA irão estabelecer um diálogo entre Israel e os palestinianos para concordarem com um horizonte político para uma co-existência pacífica.

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