Hospitais de Gaza em situação "catastrófica". Médicos estão a atender "um paciente por minuto"
Restrições impostas por Israel dificultam trabalho dos profissionais de saúde.
A resposta israelita em Gaza está a afetar todas os setores da região. As restrições impostas por Israel dificultam os trabalhos relacionados com a reabilitação de feridos de guerra e o trabalho dos profissionais de saúde. Os médicos que estão a trabalhar em Khan Younis denunciaram esta segunda-feira a situação "catastrófica" na qual se encontram devido ao número de pessoas a chegar às unidades hospitalares, muitas delas crianças, para receber assistência e à escassez de medicamentos e outros recursos.
"A situação é catastrófica. Nos últimos sete dias, temos tido um fluxo contínuo de civis feridos. A capacidade de camas do hospital foi aumentada. Na última hora, recebemos 60 civis feridos. Isso é um paciente por minuto", disse Mohamed Kandil, diretor do departamento de urgências do Hospital Nasser, à Al Jazeera.
Para além do elevado número de feridos (último balanço aponta para pelo menos 9700 na Faixa de Gaza), os médicos vêm-se confrontados com a falta de material de emergência, traumatológico e cirurgico. As restrições impostas a Gaza piorem este quadro. Os profissionais de saúde temem que os hospitais não consigam continuar a funcionar se este cenário se mantiver.
O Ministério da Saúde de Gaza apela aos civis que se dirijam para Shifa, o hospital com maiores instalações. Serve cerca de 800 mil pessoas das que vivem em Gaza.
"Se o hospital deixar de funcionar, o mundo inteiro será responsável pelas vidas de centenas e milhares de pacientes que dependem dos nossos serviços", disse um funcionário do ministério, citado pela Reuters.
Após o ataque desencadeado pelo Hamas, Israel prometeu uma resposta que "vai mudar o Médio Oriente". Os ataques de retaliação já fizeram mais de 2750 mortos.
As forças israelitas está a realizar os ataques aéreos mais pesados de sempre e espera-se que lance uma ofensiva terrestre na Faixa de Gaza.
Gaza é uma das zonas mais densamente povoadas do mundo, com 2,3 milhões de pessoas.
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