"Estamos a assistir a uma catástrofe humanitária em Gaza que abala a consciência do mundo", disse António Costa.
O presidente do Conselho Europeu lamentou, esta segunda-feira, que os Estados Unidos da América tenham chumbado uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que condenava o uso de fome como arma de guerra por Israel.
"Estamos a assistir a uma catástrofe humanitária em Gaza que abala a consciência do mundo", disse António Costa, acrescentando que "a dimensão do sofrimento de civis, especialmente entre as crianças, é terrível e inaceitável".
Durante uma intervenção em Bled, na Eslovénia, o presidente do Conselho Europeu recordou que este país, que durante os próximos dois anos é membro não-permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), apresentou uma resolução que alertava Israel que "a utilização da fome como arma de guerra é proibida ao abrigo da lei internacional".
"Infelizmente, ainda que tenha recebido o apoio de 14 dos 15 membros do Conselho [de Segurança da ONU], esta resolução foi bloqueada pelos EUA", lamentou o ex-primeiro-ministro de Portugal.
O "direito à autodefesa [de Israel] não justifica a destruição indiscriminada de infraestruturas civis ou a punição coletiva de uma população inteira", disse o presidente do Conselho Europeu.
O Conselho de Segurança da ONU é constituído por 15 membros, cinco permanentes (EUA, China, Rússia, França e Reino Unido) e dez não-permanentes.
Apesar de o grupo islamita palestiniano Hamas, que controla o enclave palestiniano da Faixa de Gaza, ter anunciado que aceitou as condições para um cessar-fogo, o Governo israelita continua a invasão e os bombardeamentos indiscriminados.
Nas últimas semanas, aumentaram os relatos de homicídios perpetrados contra civis que estavam em filas para receber comida, atribuídos pelas Nações Unidas às forças israelitas. Israel bloqueou entre março e maio a entrada de ajuda humanitária em Gaza, que tem retomado, mas de forma muito insuficiente, segundo as organizações humanitárias e a ONU.
De acordo com as autoridades palestinianas, mais de 63.000 pessoas foram mortas pelo exército israelita desde 07 de outubro de 2023, quando começou a ofensiva israelita, em retaliação ao ataque do Hamas no sul de Israel, que fez cerca de 1.200 mortos e 250 reféns.
Mais de duas centenas de órgãos de comunicação de 50 países, entre os quais a agência Lusa e o jornal Público, bloqueiam, esta segunda-feira, as primeiras páginas e interrompem as transmissões, exigindo o fim do assassínio de jornalistas em Gaza e acesso ao enclave.
Organizada pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF), pelo movimento de campanhas Avaaz e pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), a ação é apresentada como o primeiro "protesto editorial em grande escala" da história moderna coordenado em simultâneo por redações em todos os continentes.
A Lusa manterá em manchete na sua página online durante todo o dia uma fotografia da guerra em Gaza com as palavras do diretor geral da RSF: "Ao ritmo em que jornalistas estão a ser mortos em Gaza pelas forças de defesa de Israel, em breve não haverá mais ninguém para manter o mundo informado".
O número de jornalistas mortos em Gaza ultrapassa os 210 desde 07 de outubro de 2023, segundo dados da RSF, o que faz deste "o conflito mais letal para repórteres nos tempos modernos".
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