Mais de 90 mortos após Israel atacar multidões junto a pontos de entrega de alimentos em Gaza.
“Arriscamos a vida para ir buscar comida”: Palestinianos mortos enquanto esperam por alimento em Gaza
Em Gaza, ou se morre à fome ou em busca de alimentos. As forças israelitas continuam a disparar contra multidões famintas que anseiam por um bocado de comida e, só nas últimas 24 horas, pelo menos 91 palestinianos morreram e mais de 800 ficaram feridos junto a diversos pontos de distribuição de comida, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
Não há proteção para quem recebe ajuda nem para quem a entrega. “Vamos buscar comida arriscando a nossa vida. Há morte, tiros e a situação é extremamente má”, denuncia um palestiniano que conseguiu uma saca de farinha.
Desde domingo que tem entrado ajuda humanitária em Gaza, após a autorização de Israel. No entanto, a ajuda não é suficiente para os mais de dois milhões de civis ameaçados pela fome. “Foi isto que consegui, para oito pessoas, um pote de ‘tahine’ [pasta feita de sementes de sésamo]. Isto não é distribuição de ajuda”, disse Mohammed Abou Sido, que esperou várias horas para conseguir alguma coisa para comer.
“Isto é uma armadilha mortal. Chegámos à morte, e sabemos que estamos a chegar à morte, e não conseguimos nada”, disse outro civil.
As agências humanitárias internacionais têm alertado que a ajuda que vai chegando é “uma gota” face ao que é necessário e criticam o envio aéreo de alimentos, uma vez que os pilotos não conseguem controlar exatamente onde as caixas caem. Alegam que só o restabelecimento de rotas terrestres conseguirá conter a fome.
Hoje no canal NOW, às 23h30
As histórias de Samah Matar e de Mahmoud al-Najjar marcam o arranque do projeto ‘Viver e Morrer em Gaza’, que retrata a vida no território palestiniano. É uma série produzida no terreno pelo jornalista e produtor Mahmoud A Rehan com relatos de sobrevivência de palestinianos numa situação de catástrofe humanitária e fome. O projeto poderá também ser visto no site do CM em cmjornal.pt.
Os seis filhos de Samah Matar
Os tempos de uma vida de paz relativa, junto ao Mediterrâneo, no Norte da Faixa de Gaza, são hoje memórias em forma de fotos que descansam no telemóvel de Samah Matar. A guerra de Israel contra o Hamas obrigou-a a descer para Sul com os seis filhos. Vive nas ruínas do que foi uma escola a lutar todos os dias para alimentar as crianças, especialmente as duas que já sofriam de doenças que as fragilizam perigosamente. Samah Matar é apenas um dos muitos rostos da tragédia de Gaza, onde tudo falta. Fragilizada pela fome e a amamentar, Samah não tem forças sequer para tentar a sorte de uma refeição numa das poucas cozinhas comunitárias que ainda existem em Gaza. Dar comida aos seis filhos depende das ajudas e do dinheiro que o marido, deslocado noutra cidade, consegue enviar para a família. E que de pouco serve num território onde pouco há para comprar.
Regressar a casa sem comida
Todos os dias, pela manhã, Mahmoud al-Najjar deixa a tenda onde vive com a família e vai à procura de comida. O sol forte de Gaza dificulta o caminho de Mahmoud, que tem uma deficiência visual de 50 por cento. A espera pela comida, no meio da multidão junto à grade que divide as panelas dos palestinianos famintos, é uma cena humilhante. Quando a comida finalmente chega, nem todos são servidos. A deficiência de Mahmoud al-Najjar enfraquece-o e, não raramente, regressa a casa sem comida para o resto da família. Sem nada para comer, o pai de Mahmoud serve água com sal à família. Ajuda a enganar a fome até ao dia seguinte, quando tentará a sorte de novo.
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