A edição de hoje
Israel vai permitir ajuda a Gaza através de paraquedas.
“Com demasiada fome, as crianças não conseguem chorar”: Médica relata situação trágica em Gaza
AP
Israel permitiu na sexta-feira que países como a Jordânia e os Emirados Árabes Unidos enviem ajuda para Gaza através de paraquedas, numa altura que aumenta a pressão da comunidade internacional.
A quantidade de ajuda humanitária que será enviada não foi esclarecida. Sabe-se que os envios serão coordenados entre os países e as Forças de Defesa israelitas.
A ONU e outras agências criticam a distribuição de ajuda por via aérea. Um dos principais problemas é a falta de controlo sobre o local exato onde os bens vão cair, que pode dificultar a chegada aos mais necessitados. Além disso, a quantidade de alimentos e medicamentos transportada por aviões é muito menor do que a que pode ser enviada por via terrestre.
A situação em Gaza chegou a um ponto nunca antes visto. Subiu de 113 para 122 o número de mortes devido à fome.
“Este mês tivemos cinco mortes no hospital por desnutrição. Com demasiada fome, as crianças não conseguem chorar nem expressar-se. Por causa da fraqueza, não têm energia. Com quatro ou cinco anos não conseguem gatinhar nem andar”, relata Rana Soboh, nutricionista, do principal hospital do norte de Gaza.
A taxa de malnutrição grave entre as crianças com menos de cinco anos triplicou nas últimas duas semanas, segundo os Médicos Sem Fronteiras, que acusam Israel de usar a fome como arma de guerra.
“O meu filho está a sofrer. O meu filho tem culpa de quê? Carregou um rocket e lutou contra os israelitas? Se não fizermos nada por este menino, em breve ele pode escapar por entre os nossos dedos. Pode morrer e podemos não ter conseguido fazer nada por ele”, lamenta Mahmoud Abu Ful.
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