Os subscritores querem que "Portugal tenha um papel ativo e relevante na promoção da paz e na defesa dos Direitos Humanos".
A petição, divulgada na quinta-feira, na qual se pede ao Governo português que "reconheça o genocídio em Gaza e pressione Israel a permitir a entrada de ajuda na Palestina" reunia na tarde desta sexta-feira mais de 32 mil assinaturas.
A petição, que conta entre os primeiros subscritores com mais de 120 personalidades, sobretudo ligadas à Cultura, contava às 16h10 de hoje com 32.149 assinaturas. Para que seja discutida em plenário bastava atingir as 7.500 assinaturas, como se lê no texto, no qual os subscritores se dirigem ao presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar Branco.
Os subscritores querem que "Portugal tenha um papel ativo e relevante na promoção da paz e na defesa dos Direitos Humanos".
Para isso, querem que sejam discutidos na Assembleia da República "três pontos fundamentais": "A necessidade de apelar a um cessar-fogo imediato; O apelo a que Israel permita a entrada imediata de ajuda médica e humanitária para a população de Gaza, através das Nações Unidas; o reconhecimento pelo Governo e pela Assembleia da República de que está em curso um genocídio em Gaza".
"Queremos que a Assembleia da República, onde estão eleitos os nossos representantes, se pronuncie e que recomende ao Governo um papel ativo na defesa dos Direitos Humanos e no fim do genocídio em Gaza", lê-se no texto.
Para os subscritores, "é inadmissível ser neutral perante o que se passa em Gaza", "é inadmissível assistir a um genocídio em silêncio", "é inadmissível que a Europa assista em silêncio à morte de crianças que procuram comida", assim como "nada fazer enquanto crimes de guerra são cometidos diariamente".
"Quando, no futuro, alguém nos perguntar como foi possível assistirmos a um genocídio do nosso sofá e o que fizemos para o impedir, o que vamos responder? Um grupo de cidadãos, de várias tendências políticas ou sem elas, juntou-se para dizer que estamos atentos, de olhos postos em Gaza, e não nos conformamos com a passividade do Estado Português perante este genocídio", afirmam os subscritores.
Entre os primeiros assinaram a "Petição para que o Governo reconheça o genocídio em Gaza e pressione Israel a permitir a entrada de ajuda na Palestina" contam-se músicos, como Adolfo Luxúria Canibal (Mão Morta), Ana Bacalhau, Paulo Furtado (The Legendary Tigerman), Ana Lua Caiano, David Santos (noiserv), Luís Nunes (Benjamin), Aldina Duarte, Ana Matos Fernandes (Capicua), Carlos Nobre (Carlão), Ana Moura, Salvador Sobral e Sérgio Godinho, e atores como Albano Jerónimo, Carolina Amaral, Gonçalo Waddington, Isabel Abreu, Ivo Canelas, Nádia Iracema, Sara Carinhas e Maria de Medeiros.
Também subscrevem realizadores como Edgar Pêra, Bruno de Almeida, Rodrigo Areias, Teresa Villaverde, Pedro Serrazina, assim como o escritor José Luís Peixoto, o coreógrafo Victor Hugo Pontes, artistas visuais, como Miguel Januário (±) e Rita Gomes (Wasted Rita), o escultor Rui Chafes, a diretora da ModaLisboa, Eduarda Abbondanza, e a designer de moda Alexandra Moura.
Entre os mais de 120 primeiros subscritores encontram-se também políticos, como Catarina Martins, Joana Mortágua, Marisa Matias, João Costa e Marta Temido, e comentadores, entre os quais Pedro Marques Lopes, Luís Pedro Nunes e João Maria Jonet.
A petição está disponível na plataforma Petição Pública, em https://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT126478.
Na quarta-feira, mais de uma centena de organizações internacionais e palestinianas denunciaram que a fome está a matar 2,1 milhões de pessoas na Faixa de Gaza, a totalidade da população, e criticaram o sistema de distribuição de ajuda humanitária, gerido por Israel e pelos Estados Unidos através da designada Fundação Humanitária para Gaza (GHF, na sigla inglesa).
Um total de 111 organizações não-governamentais (ONG), incluindo os Médicos Sem Fronteiras (MSF), a Save the Children e a Oxfam, alertaram para o avanço da fome na Faixa de Gaza, afirmando que até os trabalhadores humanitários "estão a morrer lentamente".
"Enquanto o cerco imposto pelo Governo israelita condena a população de Gaza à fome, os trabalhadores humanitários juntam-se às filas para receber alimentos, arriscando-se a ser baleados apenas para conseguirem alimentar as suas famílias", denunciaram as ONG.
Antes da atual situação de fome generalizada na Faixa de Gaza, um ministro israelita, Bezalel Smotrich, afirmou em agosto do ano passado que "matar dois milhões de palestinianos à fome poderia ser justificado e moral", e outro, Itamar Ben-Gvir, defendeu o bombardeamento dos armazéns com produtos alimentares.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu é objeto de um mandado de detenção, emitido pelo Tribunal Penal Internacional, em 21 de novembro de 2024, por usar a fome como arma de guerra.
A fase mais recente do conflito israelo-palestiniano foi desencadeada pelos ataques liderados pelo movimento islamita palestiniano Hamas em 7 de outubro de 2023, no sul de Israel, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
A retaliação de Israel já fez mais de 59 mil mortos, sobretudo civis, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
Além disso, incluiu a imposição de um bloqueio de bens essenciais a Gaza, como alimentos, água potável, medicação e combustível.
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