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Jovem sequestrada pelo Daesh e vendida como escrava sexual ao Hamas resgatada graças a vídeo nas redes sociais

Fawzia viveu um pesadelo durante dez anos.

14 de outubro de 2024 às 18:28

Fawzia Amin Seydou tinha 11 anos quando foi raptada por membros do Daesh, em 2014. Tal como várias raparigas yazidi (uma minoria étnico-religiosa), a jovem foi levada para servir o grupo como escrava sexual e começou a viver um pesadelo. Após uma década de cativeiro, violações, abusos, Fawzia pediu ajuda. O vídeo, divulgado nas redes sociais, permitiu o resgate da jovem. 

Segundo o jornal The New York Times, depois de ser raptada, o Daesh vendeu Fawzia a um militante do Hamas que a levou para a Faixa de Gaza. Foi no enclave palestiniano que a jovem permaneceu em cativeiro durante dez anos, sujeita a diversos abusos.

"Estou muito cansada, não são só os homens deles (do Hamas), as mulheres e as crianças também me assediam. Podem agredir-me, matar-me. É muito difícil", disse a jovem, agora com 21 anos.

A morte do homem que mantinha Fawzia em Gaza permitiu a fuga da jovem, que prontamente se escondeu e aguardou ajuda. O jornal The Times apurou que um vídeo partilhado no TikTok, no qual "implorava por ajuda", permitiu o planeamento do resgate da jovem. 

Fawzia foi resgatada pelo exército israelita na quinta-feira. A operação foi descrita como "complexa", uma vez que envolveu a coordenação entre os Estados Unidos, a Jordânia e outros países, que optaram por não identificar a sua intervenção.

"A jovem foi retirada da Faixa de Gaza nos últimos dias, numa operação secreta, através da passagem de Kerem Shalom. Depois de ter entrado em Israel, foi levada para a Jordânia através do cruzamento de Allenby e depois para a sua família no Iraque", declararam as Forças de Defesa de Israel. 

O general Elad Goren, que lidera o esforço humanitário e civil das forças armadas israelitas na Faixa de Gaza, revelou que Fawzia parecia estar em "razoável" forma física, mas que "não estava numa boa situação mental" devidos aos traumas significativos que tinha sofrido.

A mãe de Fawzia partiu do princípio de que a filha tinha sido morta há muito tempo, até que se deparou com uma entrevista num canal de televisão curdo, na sequência do apelo do TikTok. 

O vídeo do reencontro entre Fawzia e a família foi partilhado nas redes sociais. 

Apesar de ter sido salva, o sofrimento de Fawzia não chegou ao fim. A jovem teve dois filhos, que ficaram para trás. 

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