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Lula acusa Israel de estar a repetir em Gaza o extermínio de judeus por Hitler

Para o presidente brasileiro, é inadmissível e inexplicável, a resposta de Israel aos ataques do Hamas que escolhem como alvos mulheres e crianças.

18 de fevereiro de 2024 às 15:52

Num dos seus ataques mais duros a Israel, o presidente brasileiro, Lula da Silva, comparou este domingo o que chamou de massacre de civis na Faixa de Gaza pelas forças israelitas às perseguições e mortes levadas a cabo por Hitler contra judeus. As declarações foram feitas durante uma conferência de imprensa realizada em Adis Adeba, capital da Etiópia, onde Lula participou como convidado especial na 37ª Cimeira da União Africana, que reuniu chefes de Estado e de governo de 55 países de África.

"O que está a acontecer na Faixa de Gaza não existe em nenhum outro momento histórico, aliás, existiu, sim, quando Hitler decidiu matar os judeus. Israel está a repetir em Gaza o genocídio que Hitler fez contra judeus."-Declarou o presidente brasileiro, atacando o governo de Benjamin Netanyahu pelo segundo dia consecutivo e provocando um coro de protestos de entidades judaicas no Brasil e do próprio governo israelita, que convocou o seu embaixador em Brasília para consultas, uma medida considerada dura nas praxes diplomáticas.

Na véspera, ao fazer o discurso de abertura da 37ª Cimeira da União Africana, o chefe de Estado brasileiro já tinha tocado na questão da brutal resposta de Israel aos igualmente brutais ataques do Hamas em território israelita a 7 de outubro do ano passado. Para Lula, frisou no sábado, a resposta de Israel aos ataques do Hamas foi desproporcional e as forças militares israelitas, que tinham todo o direito de reagir, estão, no entanto, a escolher como alvos mulheres e crianças, o que é inadmissível e inexplicável.

"Quando eu vejo o mundo rico anunciar que está parando de dar contribuição para a questão humanitária aos palestinianos, fico imaginando qual é o tamanho da consciência política dessa gente, e qual é o tamanho do coração solidário dessa gente, que não está vendo que na Faixa de Gaza não está acontecendo uma guerra mas sim um genocídio. Não é uma guerra entre soldados. É uma guerra entre um Exército altamente preparado e mulheres e crianças.", reforçou o presidente brasileiro este domingo, pouco antes de iniciar a viagem de volta ao Brasil, sendo ainda mais contundente do que na véspera e provocando de novo a ira do mundo judaico, como a Confederação Israelita do Brasil, CIB, que classificou as declarações como uma distorção ofensiva da história.

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