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Médicos sem Fronteiras pedem urgência nas evacuações médicas na Faixa de Gaza

Nos últimos dias morreram cerca de 740 pessoas enquanto aguardavam tratamento médico.

21 de novembro de 2025 às 17:20

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) pediu esta sexta-feira uma aceleração nas evacuações médicas na Faixa de Gaza, face aos ataques sistemáticos a hospitais, ao aumento das mortes de profissionais de saúde e restrições de material médico.

Numa conferência de imprensa conjunta com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), em Genebra, os MSF lembraram que 740 pessoas, 137 delas crianças, morreram nos últimos dias enquanto aguardavam tratamento médico.

A organização não-governamental salientou que o Governo israelita limita o número de pacientes que podem ser evacuados para tratamento no estrangeiro. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 16.500 pessoas estão inscritas para evacuação para fora de Gaza.

Estes números, no entanto, apenas refletem os casos registados por mecanismos oficiais, havendo ainda muitos pacientes que necessitam de ajuda mas não podem ser registados devido ao "acesso limitado" às instalações de saúde no enclave.

Os MSF recordaram o caso de Hadil Zurub, que perdeu o filho de seis anos enquanto aguardava evacuação para tratamento. Atualmente, a sua outra filha, Lana, encontra-se na lista de espera devido à mesma doença renal rara que afetava o irmão.

"O meu filho morreu enquanto aguardava evacuação médica. Perdi-o num instante porque não havia medicamentos. O seu sistema imunológico ficou muito debilitado. Foi internado no hospital depois de contrair uma gripe", relatou Zurub aos MSF.

A organização denunciou também a falta de muitos exames de diagnóstico, incluindo análises para doenças imunológicas, o que obriga os pacientes a esperar longos períodos antes de poderem inscrever-se na lista de espera.

Por exemplo, Majd, filho de Fátima Abu Hayar, sofreu queimaduras graves em 40% do corpo provocadas por um explosivo israelita e continua à espera de evacuação.

Os MSF alertaram ainda que o problema não se resume às barreiras impostas pelas autoridades israelitas, mas também à falta de vontade política por parte dos países para aceitar pacientes, e à burocracia que atrasa o processo.

Por isso, apelou aos governos para pressionarem Israel a facilitar as evacuações e a garantir o direito dos pacientes a regressar a Gaza e a priorizar os transportes de acordo com a urgência médica, bem como permitir que crianças e pessoas vulneráveis viagem com os seus cuidadores.

Do mesmo modo, pediu que se acelerem os processos de visto e da tramitação administrativa para pacientes e acompanhantes e garantias do direito de permanência no estrangeiro e condições de vida dignas, incluindo acompanhamento médico, reabilitação e serviços de saúde mental.

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