A edição de hoje
Organismo lamenta que ritmo lento de entrada de ajuda, devido às restrições israelitas, esteja a impedir o fornecimento de bens e materiais necessários.
A organização não-governamental Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC) alertou esta quarta-feira que um milhão de palestinianos precisa de abrigo seguro na Faixa de Gaza antes do inverno. O organismo com sede em Oslo lamentou que o ritmo lento de entrada de ajuda devido às restrições israelitas esteja a impedir as organizações não-governamentais de fornecer bens e materiais necessários.
"Forçadas a fugir vezes sem conta, centenas de milhares de famílias de Gaza estão a viver em tendas inadequadas e em abrigos improvisados", afirmou Adison Ely, coordenador dos abrigos do NRC em Gaza.
"Quando o inverno chegar, estes abrigos não os vão proteger dos ventos fortes, das chuvas torrenciais e das baixas temperaturas", alertou, acrescentando que "a comunidade internacional", incluindo os Estados Unidos, o Reino Unido e os estados União Europeia, têm de insistir para que Israel facilite a entrega de materiais de isolamento ao sul de Gaza.
A organização sublinhou que, atualmente, as agências humanitárias demoram mais de dois anos a entregar os materiais necessários para preparar as tendas, os abrigos improvisados e as habitações danificadas no sul de Wadi Gaza para o inverno.
O NRC sublinhou que pelo menos 25 mil equipamentos deste tipo, o equivalente a 25 camiões, deveriam ser entregues todas as semanas antes do final de novembro.
A maior parte das tendas e dos materiais entregues pelas organizações humanitárias ao longo do último ano já não estão em condições de serem utilizados devido ao desgaste e aos danos. Durante o mês de agosto, chegaram ao sul da Faixa de Gaza, em média, dois camiões por semana com estes cargas compostas por duas lonas, uma folha de plástico, corda e fita adesiva.
Trata-se apenas de 8% do material necessário.
Segundo Ely, as "primeiras chuvas" de domingo na região causaram "pânico e agitação generalizados" entre os palestinianos, que procuraram qualquer material de proteção.
"As agências de ajuda têm poucos materiais para distribuir e as famílias não podem esperar", afirmou.
O exército israelita lançou uma ofensiva contra Gaza na sequência dos ataques de 07 de outubro de 2023 do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e de outras fações palestinianas, que mataram cerca de 1.200 pessoas e raptaram outras 250 em território israelita.
Desde então, as autoridades de Gaza registaram mais de 41.400 palestinianos mortos no enclave, além de mais de 700 palestinianos que morreram na sequência de ações das forças de segurança israelitas e em ataques de colonos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
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