Gabinete de Isaac Herzog já reagiu ao pedido. Primeiro-ministro israelita está a ser julgado por corrupção.
O presidente norte-americano, Donald Trump, enviou, esta quarta-feira, uma carta assinada ao presidente de Israel, Isaac Herzog, a solicitar que perdoe o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu que está a ser julgado por corrupção, avança o Jerusalem Post.
O gabinete de Isaac Herzog já reagiu ao pedido: "O presidente de Israel tem grande consideração pelo presidente Trump e continua a expressar o seu apreço pelo apoio inabalável de Trump a Israel e pelas suas importantes contribuições para a libertação de reféns, a remodelação do Médio Oriente e Gaza e a salvaguarda da segurança de Israel. Dito isso, como o presidente já esclareceu repetidamente, qualquer pessoa que deseje um indulto deve apresentar um pedido formal de acordo com os procedimentos estabelecidos".
O presidente de Israel recebeu durante a manhã desta quarta-feira a carta que Trump lhe enviou: "É uma honra escrever-lhe neste momento histórico, pois juntos acabamos de garantir a paz que tem sido procurada há pelo menos 3.000 anos. Por meio deste, peço que conceda o perdão total a Benjamin Netanyahu, que foi um primeiro-ministro formidável e decisivo em tempos de guerra e que agora está a levar Israel a um período de paz, o que inclui o meu trabalho contínuo com importantes líderes do Oriente Médio para adicionar muitos outros países aos Acordos de Abraão, que estão a mudar o mundo", pode ler-se no documento.
Veja aqui a carta completa que Trump enviou a Isaac Herzog:
O líder da oposição em Israel, Yair Lapid, criticou já o pedido de Trump e defendeu que Netanyahu deve "admitir a culpa" e expressar arrependimento como condição prévia a qualquer indulto.
"Para lembrar: a lei israelita estabelece que a primeira condição para receber um indulto é a admissão de culpa e a expressão de arrependimento pelos atos cometidos", escreveu Lapid na rede social X.
O julgamento de Netanyahu envolve vários processos, nomeadamente o conhecido por "BibiLeaks", em que o Shin Bet (a agência de segurança interna) está ainda a investigar se o gabinete do primeiro-ministro foi conivente com funcionários dos serviços secretos na divulgação de material confidencial nos meios de comunicação social para encorajar a opinião pública contra um acordo de reféns com o Hamas.
A informação estava na posse do Ministério da Defesa e não se sabe como chegou às mãos de funcionários do gabinete de Netanyahu, que alegadamente a divulgaram aos meios de comunicação social, mas com manipulações egoístas.
Por outro lado, o chefe de gabinete de Netanyahu, Tzachi Braverman, foi acusado no início de novembro de 2024 de ter extorquido um vídeo comprometedor a um oficial do secretariado militar do gabinete do primeiro-ministro para alterar as atas das discussões realizadas nas horas que antecederam o ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023, no qual 1.200 pessoas foram mortas e 250 raptadas.
Os altos funcionários do círculo próximo de Netanyahu terão recebido informações dos serviços secretos militares sobre movimentos suspeitos de comandantes do Hamas na Faixa de Gaza nessa manhã e sobre a ativação de centenas de cartões SIM israelitas no interior do enclave.
Outra questão tem a ver com o facto de a defesa legal de Netanyahu ter pedido sucessivos adiamentos da audição de testemunhas no julgamento que enfrenta por corrupção desde 2020, pedidos que o tribunal de Jerusalém tem rejeitado.
O testemunho de Netanyahu deveria ter começado em novembro de 2023, mas foi adiado várias vezes devido à guerra em Gaza.
Netanyahu é acusado desde 2019 de fraude, suborno e quebra de confiança em três casos distintos e é acusado de receber presentes em troca de favores e tratamento favorável para uma cobertura positiva em vários meios de comunicação social.
Netanyahu e a sua mulher Sara são acusados de aceitar mais de 260 mil dólares em artigos de luxo (charutos, joias, champanhe) de multimilionários, entre os quais o produtor israelita de Hollywood Arnon Milchan e o empresário australiano James Packer, em troca de favores políticos.
O primeiro-ministro israelita está ainda a ser processado também por ter tentado negociar uma cobertura mais favorável de Arnon Mozes, editor do Yedioth Aharonoth, o principal diário pago do país, em troca da promessa de uma lei que teria restringido a circulação do jornal gratuito Israel Hayom, um título popular em Israel.
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