António Costa defende que Europa pode rearmar-se sem sacrificar Estado social

Para o presidente do Conselho Europeu apoiar a Ucrânia não é suficiente, é preciso "fazer mais pela defesa".

18 de outubro de 2025 às 12:12
António Costa Foto: José Coelho/Lusa
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O presidente do Conselho Europeu, o português António Costa, defendeu este sábado, no congresso dos socialistas europeus, que "a paz sem defesa é uma ilusão" e que a Europa pode rearmar-se sem sacrificar o Estado social.

"Desde a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, tornou-se claro que a paz sem defesa é uma ilusão", disse o político português no seu discurso aos líderes socialistas de toda a Europa, que estão este sábado reunidos em Amesterdão.

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Para Costa, apoiar a Ucrânia não é suficiente.

"Devemos fazer mais pela defesa" da Europa, pelo que o rearmamento europeu "não é um luxo, é uma necessidade", sublinhou, referindo que "é um erro grave e perigoso" os partidos de direita sustentarem que se deve "escolher entre gastar com a defesa ou com o Estado social".

A defesa, enfatizou António Costa, "existe para proteger a nossa liberdade, a nossa resiliência democrática, o nosso modo de vida e o nosso modelo social europeu", reiterando que não é preciso sacrificar o bem-estar social.

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Os Estados-membros e o Parlamento Europeu chegaram, na quinta-feira, a acordo para lançar o Programa Europeu da Indústria de Defesa (EDIP, na sigla em inglês), uma iniciativa para fortalecer o setor com um financiamento de 1,5 mil milhões de euros para o período 2025-2027.

No mesmo dia, a Comissão Europeia apresentou um roteiro para que a União Europeia atinja a prontidão militar total até 2030, propondo que o "muro antidrones" que planeia instalar na Europa de leste esteja totalmente operacional até ao final de 2027.

Por outro lado, Costa defendeu ainda que a segurança da Europa não depende apenas dos investimentos na defesa, mas sobretudo do reforço dos laços internacionais.

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A segurança "depende, acima de tudo, da nossa capacidade de propor e promover o multilateralismo e o direito internacional (...), e da nossa capacidade de construir amizades em todo o mundo através do comércio e da ajuda ao desenvolvimento", concluiu. 

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