O ex-primeiro-ministro considera que “a legitimidade conferida" pelo voto não garantiu "autoridade política" ao PR
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António Costa admite uma alteração do sistema político português tendo em vista uma eleição indireta do Presidente da República, via nomeação de um colégio eleitoral, e não através voto popular, como atualmente sucede. No prefácio do novo livro de Vital Moreira, “Que Presidente da República para Portugal? – Contra a tentação presidencialista”, o ex-primeiro-ministro, atual presidente do Conselho Europeu, lamenta que “a legitimidade conferida pela eleição direta do PR não se traduziu, nos sucessivos mandatos presidenciais, na autoridade política para prevenir crises e mobilizar consensos políticos e sociais”.
Apesar de conceder ser “indiscutível que a eleição direta dotou o Presidente [Ramalho] Eanes de uma legitimidade política que foi essencial no período de estabilização pós-revolução e de construção do Estado de direito democrático”, António Costa considera que a “magistratura de influência” de Belém foi rara, em 50 anos, e que “os verdadeiros acordos de regime, na política externa, na defesa nacional ou na integração europeia, foram fruto da coincidência de posições políticas do PS e do PSD, consolidada pela força centrípeta da NATO e da União Europeia, do que da ação de qualquer presidente”.
“Vinte e cinco governos e dez dissoluções da Assembleia da República em 50 anos confirmam que a legitimidade eleitoral reforçada do PR em nada contribuiu para a estabilidade, antes pelo contrário, todos os presidente a tendo utilizado no segundo mandato para confrontar a solução de governo existente, mesmo dispondo de maioria na AR”, escreve António Costa, naquilo que também pode ser lido como uma crítica ao atual Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, recuperando a própria experiência enquanto Chefe de Governo.
O ex-primeiro-ministro do PS conclui a reflexão dando “o exemplo italiano ou alemão”, destacando que “a eleição indireta” destes [por colégios eleitorais, formados por deputados nacionais e representantes regionais] “não lhes retira autoridade e reforça o seu papel verdadeiramente moderador”.
Proposta de revisão constitucional
O novo livro de Vital Moreira, “Que Presidente da República para Portugal? - Contra a tentação presidencialista”, com prefácio de António Costa, tem como objetivo “abordar aprofundadamente a questão do sentido do mandato presidencial no sistema político-constitucional” português. O livro do antigo deputado e eurodeputado resulta numa proposta para uma revisão constitucional no capítulo do PR”.
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