Moscovo acusa Wikipédia de difundir informações falsas sobre a guerra na Ucrânia
Rússia diz ainda que os artigos publicados "promovem uma interpretação dos factos exclusivamente" contra a Rússia.
O regulador russo de comunicações, Roskomnadzor, exigiu esta terça-feira que a enciclopédia virtual Wikipédia ponha termo à "publicação de informação falsa" sobre o que Kremlin denomina "operação militar especial" da Rússia na Ucrânia.
Em comunicado, o Roskomnadzor indica que segunda-feira enviou uma petição à Procuradoria Geral da Rússia solicitando que a administração da plataforma Wikipédia passe a limitar a difusão de "informação não confiável".
"Recentemente publicou-se em grande escala conteúdos na Wikipédia que difundem informação pouco confiável sobre a 'operação militar especial' na Ucrânia e as ações das Forças Armadas da Federação Russa", refere o regulador.
"A Wikipédia converteu-se numa nova linha com constantes ataques de informação contra os russos", indica o mesmo documento, ao mesmo tempo que acusa os autores dos artigos publicados na enciclopédia virtual de "desinformar os utilizadores" através de "informação falsa".
O organismo estatal russo diz ainda que os artigos publicados na Wikipédia "promovem uma interpretação dos factos exclusivamente" contra a Rússia.
O Roskomnadzor recorda também que já tinha enviado anteriormente um pedido à Wikipédia para eliminar "informação falsa sobre os acontecimentos na Ucrânia" ameaçando com uma multa de quatro milhões de rublos (43 mil euros).
A plataforma Wikipédia não pagou a multa.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.430 civis, incluindo 121 crianças, e feriu 2.097, entre os quais 178 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de dez milhões de pessoas, das quais 4,1 milhões para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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