ONU confirma massacre de centenas de civis na Ucrânia

Cresce receio pelas centenas de civis refugiados com tropas ucranianas no complexo industrial da Azovstal, na zona de Mariupol.

23 de abril de 2022 às 01:30
ucrânia, tropas russas, bucha Foto: ZOHRA BENSEMRA/Reuters
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Investigadores da ONU afirmam que há cada vez mais provas dos crimes de guerra perpetrados pelas tropas russas na Ucrânia. Só em Bucha, junto a Kiev, o gabinete de Direitos Humanos da ONU documentou a execução de pelo menos 50 civis, havendo em investigação 300 outros casos na região da capital ucraniana. Há ainda provas do recurso indiscriminado a bombas de fragmentação, proibidas por acordos internacionais, em ataques a zonas urbanas de dezenas de localidades.

De acordo com o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH), desde o início da ofensiva, a 24 de fevereiro, foi verificada a morte de 2345 civis e ferimentos em 2919.

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Mas, como alertou a alta comissária para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, “os números reais serão muito superiores à medida que se desvendam os horrores cometidos em áreas de combates intensos, como é o caso de Mariupol”.

Nesta cidade, reclamada pelas tropas russas após dois meses de combates, receia-se pela vida dos 300 a mil civis ainda refugiados na siderurgia da Azovstal, onde se concentra o último foco de resistência das tropas ucranianas. A Rússia anunciou esta sexta-feira que permitirá a saída dos militares da fábrica e acusa os “nazis do batalhão Azov” de estarem a usar os civis como escudos humanos. “Ignoraram os nossos pedidos para libertarem as mulheres e crianças que alegadamente estão com eles”, afirmou a Rússia.

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Um comandante russo admitiu, entretanto, que o objetivo da nova ofensiva no Donbass é criar uma ocupação permanente no Sul da Ucrânia, formando uma linha de território entre as regiões do Leste e a Península da Crimeia, anexada em 2014.

O general Rustam Minnekayev, comandante do distrito militar central, disse ainda que o controlo do Sul da Ucrânia dará acesso à Transnístria, região separatista pró-russa da Moldávia. Adivinha-se, por isso, um ataque mais intenso a Odessa para fechar a ponte da Crimeia com essa região.

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O Papa desistiu de viajar para Kiev, para não colocar em risco o fim da guerra. noticiou o jornal ‘La Nación’.“De que serviria o Papa ir a Kiev se a guerra continuar no dia seguinte?”, questionou Francisco, em entrevista ao diário argentino. Sobre o encontro com o patriarca de Moscovo, em Jerusalém, explica que foi suspenso porque podia causar “confusão”.

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