Viúva da primeira vítima de Chernobyl morreu em ataque russo a Kiev

Edifício onde Nataliia morava foi atingido por um drone durante o ataque em grande escala lançado pela Rússia na noite de 13 para 14 de novembro.

17 de novembro de 2025 às 17:38
Nataliia vivia num prédio onde alguns apartamentos foram destinados aos socorristas e familiares das vítimas de Chernobyl. Foto: Direitos Reservados
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Nataliia Khodemchuk, de 73 anos, morreu no hospital na sequência dos ferimentos sofridos no ataque russo a Kiev na noite de 13 para 14 de novembro, segundo informa o jornal Pravda. Nataliia era viúva de Valerii Khodemchuk, a primeira vítima do desastre de 1986 na Central Nuclear de Chernobyl, o pior desastre nuclear da história

O marido de Nataliia, Valerii Khodemchuk, foi a primeira pessoa a morrer no acidente de Chernobyl, em 1986, e de acordo com alguns relatos o seu corpo ainda permanece nos escombros do Reator 4.

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Após a tragédia que vitimou o marido, Nataliia mudou-se da cidade de Pripyat para Kiev, e passou a viver no bairro de Troieshchyna.

Em Kiev, Nataliia vivia num prédio residencial onde alguns apartamentos foram destinados aos socorristas e familiares das vítimas do desastre de Chernobyl.

O edifício onde morava foi atingido por um drone durante o ataque em grande escala lançado pela Rússia na noite de 13 para 14 de novembro. O apartamento de Nataliia foi "completamente destruído pelo fogo", disse um vizinho. Nataliia sofreu queimaduras em mais de 45% do corpo e foi levada para o hospital, onde acabaria por falecer.

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O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, lamentou a morte de Nataliia, afirmando que “quase quatro décadas após Chernobyl, ela foi morta numa nova tragédia causada mais uma vez pelo Kremlin”. Zelensky vincou que os ucranianos que sobreviveram à catástrofe nuclear e ajudaram a reconstruir o país enfrentam novamente o perigo de um estado agressor.

Os últimos relatos indicam que sete pessoas morreram no ataque russo a Kiev da semana passada.

O acidente de Chernobyl aconteceu a 26 de abril de 1986 no reator nuclear n.º 4 da usina nuclear, perto da cidade de Pripiate. O acidente ocorreu durante um teste de segurança ao início da madrugada que simulava uma falta de energia da estação. O governo evacuou na altura milhares de pessoas da área e criou uma zona de exclusão que durou décadas.

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Cerca de 50 mortes foram diretamente atribuídas ao desastre, mas várias dezenas viriam a morrer devido ao efeito das radiações.

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