Viúva da primeira vítima de Chernobyl morreu em ataque russo a Kiev
Edifício onde Nataliia morava foi atingido por um drone durante o ataque em grande escala lançado pela Rússia na noite de 13 para 14 de novembro.
Nataliia Khodemchuk, de 73 anos, morreu no hospital na sequência dos ferimentos sofridos no ataque russo a Kiev na noite de 13 para 14 de novembro, segundo informa o jornal Pravda. Nataliia era viúva de Valerii Khodemchuk, a primeira vítima do desastre de 1986 na Central Nuclear de Chernobyl, o pior desastre nuclear da história
O marido de Nataliia, Valerii Khodemchuk, foi a primeira pessoa a morrer no acidente de Chernobyl, em 1986, e de acordo com alguns relatos o seu corpo ainda permanece nos escombros do Reator 4.
Após a tragédia que vitimou o marido, Nataliia mudou-se da cidade de Pripyat para Kiev, e passou a viver no bairro de Troieshchyna.
Em Kiev, Nataliia vivia num prédio residencial onde alguns apartamentos foram destinados aos socorristas e familiares das vítimas do desastre de Chernobyl.
O edifício onde morava foi atingido por um drone durante o ataque em grande escala lançado pela Rússia na noite de 13 para 14 de novembro. O apartamento de Nataliia foi "completamente destruído pelo fogo", disse um vizinho. Nataliia sofreu queimaduras em mais de 45% do corpo e foi levada para o hospital, onde acabaria por falecer.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, lamentou a morte de Nataliia, afirmando que “quase quatro décadas após Chernobyl, ela foi morta numa nova tragédia causada mais uma vez pelo Kremlin”. Zelensky vincou que os ucranianos que sobreviveram à catástrofe nuclear e ajudaram a reconstruir o país enfrentam novamente o perigo de um estado agressor.
Os últimos relatos indicam que sete pessoas morreram no ataque russo a Kiev da semana passada.
O acidente de Chernobyl aconteceu a 26 de abril de 1986 no reator nuclear n.º 4 da usina nuclear, perto da cidade de Pripiate. O acidente ocorreu durante um teste de segurança ao início da madrugada que simulava uma falta de energia da estação. O governo evacuou na altura milhares de pessoas da área e criou uma zona de exclusão que durou décadas.
Cerca de 50 mortes foram diretamente atribuídas ao desastre, mas várias dezenas viriam a morrer devido ao efeito das radiações.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt