page view

Envio de armas para a Ucrânia em risco

Chegada de radares, veículos, munições e mísseis a Kiev pode estar em causa.

02 de março de 2025 às 01:30

Os EUA estão a considerar suspender o envio de equipamento militar para a Ucrânia devido à intransigência de Zelensky em relação ao processo de paz com a Rússia, o que afetaria a chegada de radares, veículos, munições e mísseis. A notícia surge depois do confronto verbal sem precedentes entre Trump e Zelensky, na Casa Branca, na sexta-feira. Desde que Trump tomou posse, a Ucrânia pouco ou nada soube sobre a disponibilidade da nova administração em enviar mais armamento para ajudar no conflito contra a Rússia e prevê-se que, na sequência do desentendimento público entre os dois líderes, será difícil o apoio ser retomado. Trump criticou Zelensky por “se ter colocado numa posição muito má” em relação à Rússia. Chegou mesmo a ameaçar o líder ucraniano, dizendo-lhe para fazer um acordo com a Rússia ou “deixamo-lo ficar mal”, acrescentando que será muito difícil negociar com ele.

Poucas horas após a acesa discussão, Zelensky deu uma entrevista à Fox News, em que recusou conversações de paz com a Rússia sem garantias de segurança contra uma nova ofensiva e onde agradeceu o apoio dos EUA. “Estou muito grato aos americanos por todo o vosso apoio. Estou grato ao Presidente e ao apoio bipartidário do Congresso. E sempre fui muito grato a todo o nosso povo. Ajudaram-nos muito desde o início. Ajudaram-nos a sobreviver”, disse. Mas sublinhou que “um cessar-fogo sem garantias de segurança é muito sensível para o nosso povo. Estou a falar como um Presidente de um povo que está nesta luta há três anos”.

Já este sábado, Zelensky reiterou a importância do apoio de Trump. “É crucial para nós termos o apoio do Presidente Trump. Ele quer acabar com a guerra, mas ninguém quer a paz mais do que nós”, disse numa mensagem no X.

O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, também apelou a uma reconciliação, defendendo que o líder ucraniano “tem de encontrar forma” de recuperar a relação com o Presidente norte-americano.

Líderes da União Europeia garantem a Kiev total apoio e solidariedade 

Os três líderes das instituições europeias manifestaram total apoio a Zelensky, após a discussão pública com Donald Trump.

A presidente da Comissão Europeia prometeu trabalhar com o Presidente ucraniano para uma “paz justa e duradoura”. Numa mensagem na rede social X, Ursula von der Leyen afirmou que Zelensky “nunca está só”, recomendando-lhe que “seja forte, corajoso, destemido”. Mensagens idênticas foram deixadas pelos presidentes do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, e do Conselho Europeu, António Costa. “Nunca estará sozinho, caro Presidente Zelensky. Continuaremos a trabalhar consigo para uma paz justa e sustentável”, escreveu António Costa no X.

O primeiro-ministro português também deixou uma mensagem de apoio ao Presidente ucraniano. “A Ucrânia pode sempre contar com Portugal”, escreveu Luís Montenegro nas redes sociais.

No entanto, há vozes discordantes no seio dos 27. O primeiro-ministro da Hungria desafiou a União Europeia a iniciar negociações com a Rússia, ameaçando bloquear a próxima cimeira. Viktor Orbán elogiou ainda Donald Trump depois do encontro tenso com Zelensky na Casa Branca.

Também o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, se demarcou da alegada intenção da Ucrânia e da União Europeia de chegar a acordo de “paz pela força” com a Rússia e reiterou a sua decisão de não apoiar Kiev, nem militar nem economicamente.

Meloni sugere cimeira urgente contra “divisão que enfraquece o Ocidente”

A primeira-ministra italiana sugeriu uma cimeira urgente entre os EUA, países europeus e aliados sobre desafios comuns como a Ucrânia, para evitar “divisões que enfraquecem o Ocidente”.

O apelo de Giorgia Meloni, uma das poucas líderes europeias que Trump tem elogiado publicamente, aconteceu após o polémico encontro de Donald Trump e Volodymyr Zelensky. “Cada divisão do Ocidente enfraquece-nos a todos e favorece aqueles que desejam ver o declínio da nossa civilização, não do seu poder e influência, mas dos princípios em que foi fundada, em primeiro lugar e acima de tudo a liberdade”, disse.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8