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Espanha desbloqueia 615 milhões de euros para apoio militar à Ucrânia

Em causa estão acordos bilaterais e de mecanismos criados no seio da NATO e da União Europeia.

18 de novembro de 2025 às 18:15

Espanha vai desbloquear nas próximas semanas 615 milhões de euros para apoio militar à Ucrânia, no âmbito de acordos bilaterais e de mecanismos criados no seio da NATO e da União Europeia, anunciou esta terça-feira o executivo espanhol.

O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro, Pedro Sánchez, numa conferência de imprensa na sede do Governo espanhol, em Madrid, ao lado do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que visitou esta terça-feira Espanha.

Sánchez prometeu "apoio total e firme do Governo de Espanha" ao executivo ucraniano e a Zelensky até haver uma "paz justa e duradoura" na Ucrânia, atacada militarmente pela Rússia desde fevereiro de 2022, e até estar garantido "um horizonte europeu" para o país, que pretende aderir à União Europeia.

Espanha e Ucrânia assinaram em maio de 2014 um acordo bilateral para apoio militar regular a médio prazo de Madrid a Kiev e é nesse âmbito que serão desbloqueados nas próximas semanas 350 milhões de euros, de um total de mil milhões previstos para este ano, explicou Sánchez.

Juntam-se 100 milhões de euros para o mecanismo criado no seio da NATO (a Aliança Atlântica, de cooperação em defesa de países europeus e norte-americanos) através do qual os países membros vão financiar a compra de equipamento militar aos Estados Unidos para ser enviado para a Ucrânia.

Por fim, Espanha vai desbloquear 215 milhões de euros que serão canalizados para a Ucrânia através do programa europeu SAFE, de segurança e defesa.

Em paralelo, e para além de ajuda militar, o Governo espanhol destinará 200 milhões de euros a projetos de reconstrução de infraestruturas na Ucrânia, que envolverão empresas espanholas, disse ainda Pedro Sánchez, sublinhando que estão em causa, no total, mais de 815 milhões de euros em ajudas.

Volodymyr Zelensky esteve esta terça-feira em Madrid, onde assinou novos acordos com o Governo e teve reuniões com o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, e o Rei Felipe VI, na terceira passagem por Espanha desde fevereiro de 2022.

Zelensky passou ainda pelo parlamento espanhol, reuniu-se com representantes da indústria da defesa de Espanha e visitou o museu de arte contemporânea Rainha Sofía, para ver o quadro de Pablo Picasso "Guernica", que invoca o bombardeamento da cidade com o mesmo nome, durante a guerra civil espanhola de 1936-1939.

A visita a Espanha seguiu-se a outras que Zelensky fez nos últimos dias à Grécia e a França, em busca de novos apoios de parceiros europeus, sobretudo para responder a necessidades urgentes face à chegada do inverno, e precede outra à Turquia, onde se vai reunir com o Presidente Recep Tayyip Erdogan e tentar reativar conversações com a Rússia e com os Estados Unidos com vista a um acordo de paz.

"Sobretudo falaremos sobre as possibilidades maximalistas para a Ucrânia conseguir obter a paz justa", disse hoje Zelensky, em resposta a perguntas dos jornalistas em Madrid, segundo a tradução simultânea para espanhola das declarações que fez em ucraniano.

"Será uma reunião possivelmente longa, possivelmente complicada, possivelmente curta. Veremos", acrescentou, antes de dizer que acredita ter uma "boa relação" com Erdogan.

Numa publicação nas redes sociais esta terça-feira de amanhã, em que anunciou a deslocação à Turquia, Zelensky disse que a ida a Ancara visa "reavivar as negociações e elaborar soluções" para propor a países parceiros da Ucrânia.

A Turquia, que mantém laços com Kiev e Moscovo, já acolheram várias rondas de negociações, mas que não permitiram avanços significativos, exceto um acordo sobre a troca de prisioneiros de guerra.

"Fazer tudo o que é possível para alcançar o fim da guerra é a principal prioridade da Ucrânia. Estamos também a trabalhar para retomar as trocas de prisioneiros de guerra e trazer os nossos prisioneiros de volta para casa", referiu o líder ucraniano.

Na conferência de imprensa em Madrid, Zelensky agradeceu o apoio de Espanha e de outros parceiros europeus e sublinhou que a Ucrânia continua a viver "momentos difíceis", com "ataques constantes por parte da Rússia", e precisa especialmente de recursos para enfrentar o inverno, atendendo, por exemplo, aos danos e destruição de infraestruturas de abastecimento e assistência às populações.

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