Um dia depois da promessa da suspensão parcial de operações em Kiev e Chernihiv, as tropas russas intensificaram ataques.
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O otimismo causado pela promessa russa de suspensão parcial de operações militares em Kiev e Chernihiv, "para aumentar a confiança mútua", deu esta quarta-feira lugar ao ceticismo e a uma vaga de críticas à Rússia, com pedidos em várias frentes para que passe das palavras aos atos. O Presidente Volodymyr Zelensky deu, por isso, voz a um receio e ao ceticismo de todos, de Bruxelas a Washington, quando disse: "Os ucranianos não são ingénuos. Nos últimos 34 dias de invasão, e ao longo dos últimos oito anos de guerra no Donbass, aprenderam que a única coisa em que podem confiar é num resultado concreto."
A realidade no terreno dava razão às reservas de Zelensky, pois as sirenes voltaram a tocar na capital ucraniana um dia depois da promessa russa e Chernihiv foi igualmente alvo de novos ataques. O centro da capital não foi atingido, mas sentia-se a terra tremer com as explosões dos disparos de artilharia que caíram nos arredores, em localidades como Borodyanka ou Irpin.
Em Chernihiv, o presidente da câmara, Vladyslav Astroshenko, disse que os bombardeamentos da cidade se intensificaram nas últimas 24 horas, o que mantém mais de 100 mil pessoas encurraladas sem comida e água e com medicamentos que estarão esgotados dentro de poucos dias. "Isto é a prova de que a Rússia mente sempre", afirmou Astroshenko.
Apesar de tudo isto, a Rússia garantiu esta quarta-feira que as suas forças estão a reagrupar-se junto de Kiev e Chernihiv, de maneira a concentrarem-se noutras regiões, para completar a "libertação" do Donbass.
Já em relação aos avanços para a paz, o Kremlin temperou o otimismo desencadeado pela promessa de terça-feira. "No momento não podemos relatar nada de muito promissor ou qualquer avanço. Há muito trabalho a ser feito", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, sobre as reuniões de paz de terça-feira, em Istambul
Blinken aberto a aceitar escolhas da Ucrânia
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, considerou não haver evolução nas negociações de paz com a Rússia mas frisou que os EUA aceitarão as escolhas da Ucrânia. "Não vi nada que sugira que as coisas estão a avançar", afirmou, durante uma visita a Marrocos, "mas se a Ucrânia concluir que estão, isso é bom e apoiamos isso", garantiu o chefe da diplomacia norte-americana.
Rússia desmente avanços negociais
A Rússia desvalorizou os alegados avanços negociais nas reuniões de terça-feira, em Istambul. O único aspeto positivo, segundo o Kremlin, foi a Ucrânia ter apresentado uma proposta escrita.
A proposta prevê um estatuto de neutralidade para a Ucrânia, com garantias internacionais que protejam o país contra um futuro ataque, mas deixa para mais tarde um aspeto crucial para Moscovo: as exigências territoriais em relação à Crimeia (anexada em 2014) e às regiões separatistas do Donbass cuja independência Moscovo reconheceu este ano.
Numa conversa telefónica com o homólogo francês, Emmanuel Macron, o Presidente russo, Vladimir Putin, reforçou o pessimismo ocidental ao afirmar que o bombardeamento de Mariupol só terminará quando as milícias nacionalistas e neonazis, conhecidas como Batalhão Azov, se renderem.
Fontes do Eliseu dizem que Putin aceitou ponderar planos para retirar civis, mas o Kremlin não confirma e reitera a exigência de rendição.
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