"Conclusão a tirar é que o Bloco não conseguiu dar um passo na recuperação da confiança e da influência política", referem.
Os críticos da atual direção do Bloco de Esquerda (BE) lamentaram este sábado que o partido se tenha "colado ao PS" na campanha eleitoral para as legislativas e pediram "humildade crítica" sobre a linha política seguida.
Estas posições constam de um documento ao qual a Lusa teve acesso, assinado pelos membros da Moção 'E', cujo porta-voz foi Pedro Soares e que na última convenção do BE apresentaram uma moção adversária à atual direção.
A Mesa Nacional do BE, órgão máximo entre convenções, esteve este sábado reunida em Lisboa para analisar os resultados eleitorais do passado domingo.
De acordo com estes dirigentes, "a tese de que o insistente apelo a uma aliança de governo com o PS protegeu o Bloco da bipolarização é meramente auto justificativa da linha seguida, como os resultados eleitorais demonstram".
Na opinião destes críticos, "na realidade, o que aconteceu é que esse apelo como eixo central da campanha do BE agravou as dificuldades preexistentes e impediu a polarização em torno de uma política de captação de votos em muitos setores populares revoltados contra a falta de respostas dos governos do PS e as iniquidades do sistema".
"O líder do PS não quis demarcar-se dos governos anteriores e perdeu, o Bloco colou-se ao PS e não recuperou a confiança perdida ao longo do anterior ciclo eleitoral. O Bloco afastou-se da sua matriz", acusam.
Uma das posições já assumida pela coordenadora do BE, Mariana Mortágua, sobre o resultado das legislativas de domingo -- nas quais o partido manteve a representação parlamentar de cinco deputados -- é a de que os bloquistas "resistiram", aumentando a sua votação "em 35 mil votos".
Para os críticos internos, este é um "balanço superficial", que coloca "o patamar de comparação ao nível da maior derrota eleitoral do BE, a de há dois anos".
"A conclusão a tirar é que o Bloco não conseguiu dar um passo na recuperação da confiança e da influência política e que isso teve a ver com a orientação tática da campanha incapaz de polarizar discurso e proposta", defendem.
Para os membros da moção 'E', "não era possível fazer dominar o programa eleitoral e a campanha com uma declaração solene para um acordo de governação com o PS, insistindo nisso durante toda a campanha, e ao mesmo tempo criticar com coerência a desastrosa política praticada pelo PS", defendendo que "aos olhos das pessoas era contraditório".
"No novo quadro político pós-eleições, é fundamental ter humildade crítica sobre a linha política em que a maioria da direção persiste e que está a prolongar o anterior ciclo de maus resultados eleitorais e de definhamento da base do Bloco", é defendido no texto.
Estes críticos internos consideram que se exige "debate político aberto, espírito autocrítico, respeito pela pluralidade e pelo funcionamento dos órgãos do Bloco".
Pedem ainda que nas eleições europeias de 9 de junho, cuja cabeça de lista será Catarina Martins, o BE afirme "uma visão alternativa para a Europa", defendendo a necessidade de "ser eurocrítico".
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