Bloquista relembrou medidas que desregularam o arrendamento e acabaram a "desproteger as pessoas".
A coordenadora do BE acusou esta quinta-feira o PS e PSD de terem feito um pacto ao longo dos anos para políticas que criaram a crise da habitação, defendendo que as propostas dos bloquistas são as únicas que respondem a este problema.
Mariana Mortágua dedicou a sua tarde de campanha aos problemas da habitação e, acompanhada pela primeira vez pela eurodeputada e cabeça de lista pelo Porto, Marisa Matias, começou com uma visita à antiga escola Veiga Beirão, no Largo do Carmo, um edifício público que está fechado no coração de Lisboa e que, segundo o BE, poderia ser reconvertido numa residência universitária.
"Isto serve para dar um alerta. A crise da habitação não aconteceu de forma espontânea, não aconteceu por acaso. A crise da habitação é confluência de políticas públicas que criaram a crise da habitação", defendeu.
Da lista destas políticas públicas que deram origem a esta crise faz parte, segundo a líder bloquista, os vistos gold, os benefícios a residentes não habituais ou as "apostas na turistificação das grandes cidades", tudo medidas que "desregulam o arrendamento e que desprotegem as pessoas".
"E houve um pacto entre o PS e o PSD ao longo dos anos na cidade de Lisboa, como no país, para promover estas medidas que alimentaram a crise da habitação", acusou.
Questionada sobre o facto de Pedro Nuno Santos ter a pasta da habitação no Governo do PS, Mariana Mortágua respondeu que "os últimos dois anos aprofundaram enormes crises em Portugal", sendo a habitação uma delas, apesar de não ser a única, um "legado da maioria absoluta".
"Para conseguir ter uma mobilização no dia 10 de março é preciso poder dizer às pessoas que nós temos soluções para corrigir estas crises, que temos soluções para corrigir a imensa crise da habitação que a maioria absoluta do Partido Socialista não foi capaz de corrigir e, pelo contrário, agravou. O Bloco de Esquerda é o único partido que tem propostas claras para responder a todas as causas da crise da habitação", disse.
Segundo a coordenadora bloquista, o direito à habitação foi o centro não só da campanha eleitoral, mas também da ação do partido desde que sentiu que "esta crise se alastrava e que consumia a vida, o futuro, o rendimento das pessoas".
"Levamos muito a sério estas propostas e dizemo-lo com toda a clareza: é preciso controlar o alojamento local, os hotéis e o turismo nas grandes cidades, é preciso mobilizar património público, é preciso pôr tetos às rendas, é preciso utilizar a Caixa Geral de Depósitos para baixar os juros do crédito à habitação", sintetizou.
Mariana Mortágua enfatizou o passado do partido de "estar sempre contra a transformação dos edifícios em hotéis", concretamente na Câmara de Lisboa, lamentando outras "maiorias que são sempre capazes de se formar com a direita a dar a mão ao Partido Socialista para permitir venda e transformação de edifícios em hotéis".
"O nosso passado tem sido para tentar introduzir essas regulamentações, para tentar que os edifícios públicos sejam utilizados e venham para a esfera pública para ser utilizados como residências universitárias, como habitação. Esse tem sido o nosso percurso, tanto na Assembleia da República como no campo das autarquias", assegurou.
No entanto, de acordo com a líder do BE, "há sempre alianças que se fazem entre partidos que têm privilegiado a "especulação e a venda de património para fins turísticos", apontando o percurso comum entre o PS, o PSD e a direita.
"Há uma crise de habitação que está a levar à pobreza uma boa parte da população e a expulsar uma geração inteira de jovens e quem não reconhecer isto esta quinta-feira, quem não reconhecer que as propostas do Bloco de Esquerda fazem sentido, que são necessárias, que são urgentes, então não percebe o que é que se está a passar no país", acusou.
Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar em 10 de março para eleger 230 deputados à Assembleia da República.
A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.
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