Premiado em diversas ocasiões, era um dos maiores divulgadores da obra dos arquitetos portugueses.
O arquiteto Manuel Graça Dias, que interveio na recuperação do Teatro Luís de Camões, em Lisboa, morreu no domingo à noite num hospital de Lisboa com 66 anos, disse este domingo um amigo à Agência Lusa.
Manuel Graça Dias nasceu em Lisboa, e licenciou-se em arquitetura em 1977 pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, iniciando-se, profissionalmente, no ano seguinte, como colaborador do arquiteto Manuel Vicente, em Macau.
Foi assistente da Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa (1985-1996) e professor auxiliar da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (1997-2015), onde se doutorou com a tese "Depois da cidade viária" (2009). Era atualmente professor associado da mesma faculdade e professor catedrático convidado do Departamento de Arquitetura da Universidade Autónoma de Lisboa, desde 1998, que também dirigiu, entre 2000 e 2004.
Criou, em 1990, em Lisboa, onde vivia e trabalhava, o ateliê Contemporânea, com Egas José Vieira. Manuel Graça Dias e Egas José Vieira propuseram uma abordagem aberta ao edifício do Teatro Luís de Camões, inaugurado em 1880 e que a câmara de Lisboa reabriu, renovado, no dia 01 de junho do ano passado, com a designação de LU.CA, especialmente direcionado para a programação infanto-juvenil.
A casa que recuperou em 1979, no bairro lisboeta da Graça, com António Marques Miguel, recebeu a Menção Honrosa Valmor/1983.
Obteve, ainda, o 1.º lugar no concurso para o Pavilhão de Portugal na Expo'92 em Sevilha, no sul de Espanha, bem como o 1.º lugar no concurso para a construção da nova sede da Ordem dos Arquitetos, nos antigos Banhos de S. Paulo, ambos com Egas José Vieira.
Foi autor de artigos de crítica e divulgação da arquitetura em jornais e revistas da especialidade e, segundo a Universidade do Porto, era "solicitado para um vasto número de conferências, quer em Portugal quer no estrangeiro".
Graça Dias foi autor do programa quinzenal "Ver Artes/Arquitetura" na RTP2 entre 1992 e 1996 e foi colaborador da rádio TSF e do semanário Expresso na área da crítica de arquitetura (2001/2006).
Foi diretor do Jornal Arquitetos entre 2009 e 2012, assumiu a direção da Ordem dos Arquitetos de 2000 a 2004 e, entre outras funções, foi comissário da representação portuguesa à VIII Bienal de Arquitetura de São Paulo (2009); com Ana Vaz Milheiro, da exposição "Sul África/Brasil", para a Trienal de Lisboa/2010, tendo sido ainda Presidente da Secção Portuguesa da Association Internacional des Critiques d'Art, SP/AICA (2008-2012).
Foi autor de vários livros de crítica ou divulgação de temas de arquitetura, entre eles, "Macau Glória: A glória do vulgar", com Manuel Vicente e Helena Rezende (1991) "Vida Moderna" (1992), "Ao volante pela cidade: 10 entrevistas de arquitetura" (1999), "O homem que gostava de cidades" (2001), "Arte, arquitetura e Cidade: A propósito de 'Lisboa Monumental' de Fialho de Almeida" (2011), e "Aldeia da Estrela: Sociologia e arquitetura ao serviço de uma população", com Rodrigo Rosa e Egas José Vieira, (2015), entre outros.
Manuel Graça Dias tem trabalhos construídos em Almada, Braga, Chaves, Guimarães, Lisboa, Porto, Vila Real, Macau, Madrid, Sevilha e Frankfurt, foi coautor do "Estudo de Reconversão Urbana do Estaleiro da Lisnave", em Cacilhas, no concelho de Almada.
O Teatro Municipal de Almada (Teatro Azul, 1998-2005), que projetou com Egas José Vieira e Gonçalo Afonso Dias, foi nomeado para o Prémio Secil/2007, para o Prémio Mies van der Rohe/2007 e para o Prémio Aga Khan, 2008/2010.
Manuel Graça Dias e Egas José Vieira ganharam o Prémio AICA/Ministério da Cultura de Arquitetura, de 1999, pelo conjunto da sua obra construída.
Em 2006, Manuel Graça Dias foi agraciado, pelo então Presidente da República Portuguesa, Jorge Sampaio, com a Ordem do Infante D. Henrique (grau comendador).
O velório do arquiteto realiza-se esta segunda-feira à tarde na Basílica da Estrela, em Lisboa, segundo fonte próxima da família.
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