Vítima ficou com o nariz partido depois de confrontar o marido com uma traição.
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A história de violência de doméstica sobre Helena Antunes atravessa três casamentos. A mulher foi perseguida por três companheiros e ainda teme pela própria vida.
"O meu primeiro casamento foi aos 18 anos. Quando me deu um estalo, eu disse-lhe que aquele tinha sido o primeiro e o último. Mas não foi. Comprou uma arma para me matar e perseguia-me constantemente. Ainda inventava histórias à família dele", recorda. Teve dois filhos deste homem e, após a separação, esteve 10 anos sozinha.
"Mudei a minha vida toda por um novo homem e foi dele que tive o terceiro filho. Inventou que eu andava metida com o meu patrão e exercia sobre mim muita violência psicológica. Até ciúmes do filho ele tinha", conta. Descobriu mais tarde que o marido a traía. "Quando o confrontei, deu-me um murro e partiu-me o nariz. Apresentei queixa, tinha marcas da agressão, mas o processo foi arquivado". Depois, a vida de Helena não continuou fácil. Enfrentou um cancro. Enquanto isto, tinha de cuidar de outro filho com sequelas de um acidente de viação há vários anos.
Sem desistir do amor, voltou a casar uma terceira vez. Não sabia que o novo marido já tinha sido condenado por violência doméstica. "Foi tudo igual, isolou-me dos meus filhos, dizia-se vítima de tudo. Só não me batia porque havia portas e paredes para o efeito", lamentou. A vítima passou ainda noites em claro a esconder garrafas de álcool porque o homem se tornava violento quando bebia. Hoje em dia, ainda é perseguida. *Os casos relatados são acompanhados por Madalena Silva.
NÚMERO
29 400 queixas por violência doméstica foram apresentadas às autoridades durante todo o ano passado. Este total representa um aumento de três mil denúncias face ao ano de 2018, revelou o Governo.
CONSELHOS ÚTEIS
Definição
O Conselho da Europa define "violência doméstica" como todos os atos de violência física, sexual, psicológica ou económica que ocorrem no seio da família ou do lar ou entre os atuais ou ex-cônjuges ou parceiros, quer o infrator partilhe ou tenha partilhado, ou não, o mesmo domicílio que a vítima.
Relação abusiva
Nem sempre violência doméstica se traduz em agressões. Há cenários que ajudam a perceber se está a viver uma relação abusiva, como: "Tem medo da reação dele (a) quando não têm a mesma opinião?" ou "Não pode estar com os seus amigos e com a sua família porque ele(a) tem ciúmes?".
DISCURSO DIRETO: Basílio Horta, Presidente da Câmara de Sintra
"Casa para as vítimas"
CM – Que respostas tem a autarquia para lidar com a violência doméstica?
Basílio Horta – A Câmara Municipal de Sintra desenvolve o Plano Municipal, que prevê medidas na área da violência doméstica. A autarquia criou um gabinete que garante o atendimento e apoio a vítimas de violência doméstica, que nos permite um acompanhamento contínuo desta realidade.
–A autarquia desenvolve trabalho em rede? Em que consiste?
– Sintra tem uma longa tradição de trabalho em rede e tem vindo a aprofundar, nos últimos anos, essa prática. Esse trabalho permite que a autarquia disponibilize às vítimas habitação municipal.
–Há trabalho junto dos jovens, nas escolas?
– O município desenvolve ações de sensibilização junto da comunidade escolar sobre violência nas escolas e no namoro.
Dar resposta num só local
A autarquia vai criar o Gabinete de Apoio à Vítima. Entidades como a PSP, Ministério Público, Instituto da Segurança Social, Agrupamento de Centros de Saúde, Delegação de Sintra da Ordem dos Advogados e Hospital Amadora-Sintra participam.
CM RADAR:Todos os casos recentes numa só plataforma
Os 37 casos de violência doméstica registados no ano passado e os dois já identificados em 2020 constam da estatística atualizada em tempo real no CM Radar dedicado a este flagelo social. O CM Radar da violência doméstica é um projeto inovador de jornalismo de dados e pode ser consultado em permanência no site do Correio da Manhã. Trata-se de uma plataforma especialmente concebida para o uso em dispositivos móveis onde o leitor pode também denunciar casos que possa conhecer.
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