Lava Jato aperta antigo presidente

O ex-presidente Fernando Collor de Mello, destituído em 1992 por corrupção, terá recebido 6,8 milhões de euros desviados da Petrobras entre os anos de 2010 e 2014, num novo episódio de irregularidades envolvendo o seu nome. A acusação consta no relatório parcial da Operação Lava Jato, que apura desvios de 3300 milhões da petrolífera.

O relatório aponta que Collor, hoje senador e um dos 49 políticos suspeitos de ligação ao caso, recebeu remessas de dinheiro vivo, mas que a maior parte dos milhões chegou-lhe através de assessores no Senado e colaboradores em empresas da família e até através de firmas fictícias. Os colaboradores do senador faziam triangulações com o dinheiro desviado, para dificultarem a identificação de Collor como beneficiário.

Os milhões recebidos por Collor terão sido obtidos com contratos sobrevalorizados entre a BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, e redes de postos de combustível em Alagoas, estado natal do senador. Para esconder a pista do dinheiro, os pagamentos por vezes eram fracionados em pequenos valores, como sendo pagamentos de rotina. Em julho, a polícia apreendeu na residência de Collor vários carros de luxo que terão sido comprados com dinheiro desviado, entre os quais um Ferrari, um Porsche e um Lamborghini, todos em nome de empresas.