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Ex-ministro brasileiro José Dirceu detido

Detenção no âmbito da operação Lava Jato.

03 de agosto de 2015 às 12:28

O ex-ministro-chefe do antigo presidente brasileiro Lula da Silva, José Dirceu, foi detido esta segunda-feira de manhã, por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção que desviou milhares de milhões de euros da Petrobrás, a maior empresa pública do Brasil, na operação Lava Jato.

Dirceu, que nos tempos de ministro era chamado de "czar" – pelo poder que tinha –, foi detido em casa, em Brasília, onde já cumpria pena de prisão domiciliária por envolvimento em outro escândalo de corrupção, o do "Mensalão".

Dirceu tentou, em vão, nas últimas semanas, conseguir na justiça um ‘habeas corpus’ preventivo que impedisse a Polícia Federal de o prender. O ex-governante acreditava que seria o próximo a cair nas malhas da justiça depois de empresários presos terem denunciado que ele cobrava "luvas" milionárias para intermediar negócios e facilidades com a petrolífera brasileira. Todos os pedidos foram negados pela justiça e o próprio juiz, que preside ao processo sobre os desvios na Petrobrás, Sérgio Moro, chegou a afirmar que Dirceu não estava nos seus planos de detenção.

Além de José Dirceu, a Polícia Federal prendeu igualmente o irmão, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, sócio do ex-ministro na Consultoria JD, suspeita de receber dinheiro desviado da Petrobrás, em forma de pagamento de assessorias. Foram ainda detidos vários outros suspeitos em diversas regiões do Brasil, nesta que é a 17ª fase da operação Lava Jato. Os detidos vão agora ser transferidos para Curitiba, no sul do Brasil, onde Sérgio Moro tem jurisdição.

Em 2012, José Dirceu foi condenado a sete anos e quatro meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal, considerado o líder do "Mensalão", esquema descoberto em 2005 e que consistia no desvio de milhões dos cofres de empresas públicas para atribuir mesadas a aliados do então presidente Lula da Silva. Depois de vários recursos, Dirceu foi preso em novembro de 2013. O ex-governante ficou um ano preso na Penitenciária da Papuda, em Brasília. No final do ano passado, foi-lhe concedido o direito a cumprir o resto da pena em casa, também na capital brasileira.

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