Ucrânia e Rússia em risco de guerra

Ação armada junto à Crimeia gera apelos a mais sanções à Rússia.

28 de novembro de 2018 às 01:30
Manifestantes pediram o fim das relações diplomáticas com a Rússia Foto: EPA
Ação russa contra navios ucranianos contestada em Kiev Foto: Reuters
Nacionalistas ucranianos manifestam-se em frente ao escritório do Presidente da Ucrânia Foto: Reuters
Nacionalistas ucranianos manifestam-se em frente ao escritório do Presidente da Ucrânia Foto: EPA
Nacionalistas ucranianos manifestam-se em frente ao escritório do Presidente da Ucrânia Foto: EPA
Navios ucranianos estão apresados no porto de Kerch, no leste da Crimeia Foto: Reuters
Navios ucranianos estão apresados no porto de Kerch, no leste da Crimeia Foto: Reuters

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A Rússia e a Ucrânia estão de novo à beira da guerra. O Kremlin acusa os ucranianos de provocações em conluio com os EUA e a União Europeia (UE) para justificar mais sanções e fala de um risco de escalada muito perigoso.

As acusações do Kremlin foram a resposta às críticas internacionais que se seguiram à ação armada do fim de semana, na qual a Rússia apresou três navios ucranianos depois de disparar sobre eles no estreito de Kerch. Alegadamente, a ação armada foi a resposta a uma invasão das águas territoriais da Rússia.

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Em telefonema à chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente Vladimir Putin, da Rússia, prometeu fornecer mais pormenores para reforçar esta versão dos acontecimentos.

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A Ucrânia admite que havia elementos dos serviços secretos nos navios, mas em missões de rotina, e nega qualquer ilegalidade. Contudo, como que a dar razão à teoria da conspiração russa, apelou de imediato a novas sanções. Áustria, Alemanha, Polónia e Estónia foram dos primeiros países a apoiar mais dureza contra a Rússia.

Por outro lado, França, Reino Unido, Dinamarca, UE e EUA condenaram "a agressão" da Rússia e pediram o fim da escalada. "Queremos que todos os lados do conflito mostrem contenção", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Yves Le Drian.

Depois de a Rússia ter apresado os navios e prendido os 24 tripulantes, a Ucrânia decretou a lei marcial por 30 dias para responder ao que considera uma ameaça de invasão iminente.

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Os meios militares vão ser reforçados nas regiões que fazem fronteira com a Rússia, junto da Transnístria e das regiões do leste ucraniano que estão desde 2014 nas mãos de grupos paramilitares apoiados pela Rússia.

Mar de Azov sob controlo da Rússia

Um acordo firmado em 2003 permite a livre circulação de navios russos e ucranianos no mar de Azov, mas depois de ocupar a Crimeia, em 2014, a Rússia passou a usar o estreito de Kerch para limitar o acesso de cargueiros aos portos ucranianos.

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TV russa exibe presos ucranianos

A TV russa exibiu os depoimentos de três marinheiros ucranianos capturados no fim de semana numa ação militar da Rússia, que disparou sobre três navios ucranianos, tomando-os de assalto e apresando-os.

Os marinheiros reconhecem "a natureza provocatória" da ação dos navios ucranianos. O comandante da Marinha da Ucrânia, Ihor Voronchenko, considerou que os marinheiros foram forçados a mentir.

"Fomos alertados pelos russos de que estávamos a violar a lei. Pediram-nos repetidamente para sairmos das águas territoriais da Rússia", disse Andriy Drach, um dos marinheiros. "Ignorei repetidamente pedidos via rádio", afirmou Volodymyr Lisovyi, outro marinheiro detido.

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Entretanto, um tribunal da Crimeia condenou a 60 dias de cadeia outro dos 24 marinheiros ucranianos capturados.

SAIBA MAIS 

1954

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Ano em que, por decisão do então presidente soviético Nikita Khrushchev, a Crimeia deixou de ser território da Rússia para passar a ser parte da Ucrânia.

Importância da Crimeia

A Crimeia é porto de abrigo da frota russa do Mar Negro desde que foi criada, em 1783. A localização estratégica dessa península, entre o mar de Azov e o Mar Negro, ajudou a Rússia a derrotar a Georgia na guerra pela Ossétia do Sul, em 2008.

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Ocupação militar russa

Em 2014, a Rússia ocupou a Crimeia e apoiou grupos pró-russos no leste da Ucrânia que mantêm desde aí o poder nas regiões de Donetsk e Lugansk.

Revolta na praça Maidan

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A tensão com a Rússia agravou-se com a revolução pró-europeia na praça Maidan, em Kiev, em fevereiro de 2014, que forçou ao exílio o presidente pró-russo Viktor Yanukovych.

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