Papa Francisco visita Jornadas da Juventude no Panamá
Objetivo principal da viagem de Francisco é participar nas jornadas que juntam cerca de 200 mil jovens católicos.
O papa Francisco inicia esta quarta-feira uma visita ao Panamá, onde participa nas Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) e também visita um centro de detenção de menores e uma instituição que acolhe doentes com sida.
O objetivo principal da viagem de Francisco é participar nas jornadas que juntam cerca de 200 mil jovens católicos, incluindo 300 portugueses, de mais de 150 países, mas o papa irá também conhecer as dificuldades dos jovens latino-americanos, que enfrentam migrações forçadas, violência e redes de traficantes de droga.
Essas dificuldades serão temas muito presentes nos discursos do papa, segundo o gabinete de imprensa do Vaticano.
"São umas JMJ não só do Panamá mas de toda a região centro-americana. Uma região onde os jovens sofrem muito e é nesse sentido a mensagem do papa para os jovens, não só para os panamianos mas também para todos os povos da região", disse o diretor interino do gabinete de imprensa do Vaticano, Alessandro Gisotti.
Nas palavras do porta-voz, o papa Francisco "terá momentos especiais", como a visita à prisão de menores de Pacora, "onde mostrará como a misericórdia vence o mal", e onde "levará consolação e esperança, onde há dor e sofrimento".
"O outro momento será quando no domingo visitar o Lugar do Bom Samaritano, onde irá encontrar-se com jovens infetados pelo vírus HIV, o que demonstra a vontade do papa em estar perto das periferias existenciais", disse Gisotti.
Nos quatro dias de visita o papa deverá fazer uma dezena de discursos, sendo também a imigração um dos temas que vai abordar, ainda segundo o porta-voz.
Francisco, que volta à América Latina depois de há um ano ter estado no Chile e no Peru, começa esta quarta-feira a visita com uma receção no aeroporto de Tocumen, onde recebe as boas vindas com dança e música, mas a agenda oficial começa na quinta-feira com uma visita de cortesia ao presidente do Panamá, Juan Carlos Varela, no "Palacio de Las Garzas", residência oficial.
Após o encontro privado, o papa irá ao Palácio Bolívar, sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros, onde faz o primeiro discurso, perante autoridades, corpo diplomático e representantes da sociedade civil.
Francisco dirige-se em seguida, a pé, para a Igreja de S. Francisco de Assis, onde se reúne com bispos dos países da América Central (Panamá, Costa Rica, Nicarágua, Honduras, El Salvador, Guatemala e Belize), celebrando durante a tarde o primeiro ato inserido nas JMJ, a cerimónia de boas vindas no "Campo Santa Maria la Antiga".
Na sexta-feira, segundo o porta-voz do Vaticano, será o dia da "dor", com a visita do papa ao centro de detenção de menores, onde preside a uma missa com jovens detidos. É a primeira vez que o papa faz uma liturgia numa penitenciária.
Ainda na sexta-feira, durante a tarde, o papa celebra a tradicional Via Sacra, com a cruz que o antigo papa João Paulo II confiou aos jovens e que percorre o mundo desde que começaram as JMJ, há mais de 30 anos.
No sábado o papa preside a uma missa, almoça com jovens e participa numa vigília, também com jovens.
O último dia da visita, domingo, começa com a missa que conclui as JMJ e à qual assistem vários chefes de Estado além do presidente do Panamá, como os da Guatemala, Honduras, El Salvador, Costa Rica e Colômbia.
O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, também vai estar presente na cerimónia, quando o papa anuncia o próximo país a receber as JMJ. Ainda sem confirmação, já foi noticiado que Portugal poderá ser o organizador das JMJ em 2022.
Na terça-feira, Marcelo Rebelo de Sousa disse esperar e desejar poder ouvir "da boca do papa Francisco" no domingo, no Panamá, que as próximas JMJ se realizam em Lisboa.
Celebradas todos os anos ao nível diocesano e com um intervalo periódico de dois ou três anos, em diferentes partes do mundo, as jornadas foram criadas pelo papa João Paulo II em 1985.
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