Palmas, flores e balões no último adeus a Julen
Centenas de pessoas acompanharam a urna do menino até ao cemitério onde foi sepultado ao lado do irmão.
O cemitério de El Palo, Málaga, foi pequeno, este domingo, para acolher todos os que quiseram despedir-se de Julen Roselló, o menino de dois anos que morreu ao cair num poço na localidade vizinha de Totalán.
Unidas pela dor, centenas de pessoas acompanharam em silêncio o cortejo fúnebre no pequeno trajeto entre a casa funerária e o cemitério, onde o pequeno Julen foi sepultado ao lado do irmão, Óliver, falecido em 2017, aos 3 anos, vítima de um ataque cardíaco fulminante.
O silêncio pesado só foi quebrado por duas vezes, quando a multidão irrompeu num aplauso espontâneo à passagem da pequena urna branca com o corpo do menino e, após o funeral, quando os pais, Vicky e José, abandonaram o cemitério. Novamente as palmas se fizeram ouvir, desta vez numa manifestação de carinho e apoio ao jovem casal que no espaço de dois anos perdeu dois filhos pequenos.
"Nunca vimos tanta gente aqui", dizia um popular junto à casa funerária onde decorreu a missa de corpo presente. No exterior, dezenas de balões brancos e coroas de flores provenientes de todo o país atestavam o impacto do drama que comoveu Espanha.
"A gente de fora provavelmente vai esquecer-se rapidamente, mas, para quem vive aqui, sempre que olharmos para o monte vamos lembrar-nos dele", disse ao ‘El Mundo’ uma moradora de Totalán, a pequena localidade que nas últimas duas semanas foi o epicentro de todas as atenções.
Este domingo, já pouco restava do aparato técnico e mediático que rodeou aquela que foi uma operação de resgate sem precedentes. A maquinaria pesada foi retirada do local, que permanece vedado ao público devido à investigação em curso.
Muitas incógnitas ainda por resolver
O funeral de Julen marca apenas o desfecho de uma das etapas deste caso. Nos próximos dias e semanas caberá às autoridades resolver as várias incógnitas que rodeiam este trágico caso, incluindo o mistério da camada compacta de terra com cerca de 60 centímetros que cobria o corpo da criança e dificultou o resgate.
A polícia vai ainda tentar apurar se o poço - ilegal - estava ou não coberto por pedras, como afirma o responsável pela empresa de prospeção e a família da criança nega.
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