Republicanos obrigam Trump a recuar na intenção de adiar eleições

Presidente norte-americano foi criticado pelos democratas e pelos republicanos.

01 de agosto de 2020 às 09:33
Donald Trump Foto: CARLOS BARRIA/reuters
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Afinal, o presidente norte-americano não quer adiar as eleições presidenciais marcadas para o dia 3 de novembro. Depois de o ter sugerido na seu Twitter, Donald Trump esclareceu que não pretende adiar as eleições, mas sim alertar para possíveis fraudes ou irregularidades. “Se eu quero ver uma mudança de data? Não, mas também não quero umas eleições desonestas. Estas eleições vão ser as mais fraudulentas da História se isso acontecer”, afirmou o atual presidente dos Estados Unidos. “Não quero adiar, quero ter eleições”, reafirmou. “Mas também não quero ter de esperar três meses para descobrir que estão boletins de voto em falta e que as eleições não significaram nada”, sublinhou.

As declarações polémicas de Trump valeram-lhe críticas por parte dos democratas, mas também dos republicanos. Membros do seu partido, incluindo mais de uma dúzia na câmara dos representantes e no senado, rejeitaram publicamente a proposta de adiamento das eleições presidenciais. No lado dos democratas, o ex-presidente Barack Obama acusou Trump de “desencorajar” o voto.

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“Estão a atacar os nossos direitos de votação com uma precisão cirúrgica, enfraquecendo até os serviços postais [essenciais na votação por correio], numa corrida a umas eleições dependentes do correio e dos boletins postais”, considerou Obama, referindo-se aos eleitores que não podem deslocar-se às urnas, nomeadamente devido à Covid-19. Segundo a Constituição norte-americana, o líder da Casa Branca não tem o poder para alterar a data das eleições. Informação esta que a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, fez questão de clarificar. A democrata respondeu com uma citação do Artigo II da Constituição, que atribui ao Congresso a autoridade “para determinar a data em que os eleitores devem dar o seu voto”.

O líder da maioria republicana do Senado, Mitch McConnel, foi categórico: “Nunca na História deste país, que atravessou guerras, depressões e a Guerra Civil, deixámos de ter eleições na altura agendada. Vamos arranjar maneira de o fazer novamente a 3 de novembro.”

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O líder da minoria republicana na Câmara dos Representantes, Kevin McCharty, apoiou McConnell dizendo que “nunca na história das eleições federais deixámos de as levar a cabo. Devemos seguir em frente com as nossas próximas eleições”.

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