Vacina russa Sputnik V não convence cientistas

Rússia torna-se no primeiro país a aprovar uma vacina. Cientistas questionam decisão de a registar antes da última fase de ensaios.

12 de agosto de 2020 às 01:30
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“Seis meses será o mínimo ‘obrigatório’ de testes em humanos, e depois é necessário verificar o desenvolvimento dos sintomas. Não é possível dizer se a imunidade é duradoura com apenas dois meses de testes”, explicou à CMTV Gustavo Tato Borges, vice-presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública. Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, tem sérias dúvidas em relação à vacina russa. “Este anúncio preocupa-me, pois não é baseado na ciência. Não sabemos como é que funciona o sistema de saúde russo, há falta de transparência em oligarquias como a russa”, adverte.

Para já, a Rússia vai avançar com a vacinação em massa a partir de outubro, após o fim dos ensaios clínicos. Médicos e professores serão os primeiros a ser inoculados com a vacina Sputnik V.

DEPOIMENTOS

Tarik Jasarevic, porta-voz da OMS

"Estamos em contacto com as autoridades russas para uma possível pré–qualificação da Organização Mundial da Saúde para a vacina. A pré–qualificação de qualquer vacina exige a avaliação e validação de todos os dados de segurança e eficiência."

Gustavo Tato Borges, vice-presidente da Associação Nacional dos médicos de saúde pública

"A metodologia implementada para os testes e os resultados obtidos têm de ser analisados por uma instituição idónea e imparcial, que possa ter uma avaliação completa e muito cuidada dos passos que foram dados. Dois meses é um tempo muito curto."

Jaime Nina, infecciologista, Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT)

"Este anúncio é uma técnica de marketing, um bluff. A Rússia está a marcar posição, até porque anuncia que a vacina está disponível em janeiro quando os ingleses já têm uma na Fase 3 e que deverá ter resultados em novembro."

Jorge Roque da Cunha, sec.-geral Sindicato Independente Médicos

"Manda a prudência e todos os cuidados científicos que perante uma nova vacina haja testes em humanos e que se demonstre a sua eficácia e que não faz mal. Há a maior das desconfianças em relação a esta notícia. É essencial haver transparência."

DEPOIMENTOS

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Tarik Jasarevic, porta-voz da OMS

"Estamos em contacto com as autoridades russas para uma possível pré–qualificação da Organização Mundial da Saúde para a vacina. A pré–qualificação de qualquer vacina exige a avaliação e validação de todos os dados de segurança e eficiência."

Gustavo Tato Borges, vice-presidente da Associação Nacional dos médicos de saúde pública

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"A metodologia implementada para os testes e os resultados obtidos têm de ser analisados por uma instituição idónea e imparcial, que possa ter uma avaliação completa e muito cuidada dos passos que foram dados. Dois meses é um tempo muito curto."

Jaime Nina, infecciologista, Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT)

"Este anúncio é uma técnica de marketing, um bluff. A Rússia está a marcar posição, até porque anuncia que a vacina está disponível em janeiro quando os ingleses já têm uma na Fase 3 e que deverá ter resultados em novembro."

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Jorge Roque da Cunha, sec.-geral Sindicato Independente Médicos

"Manda a prudência e todos os cuidados científicos que perante uma nova vacina haja testes em humanos e que se demonstre a sua eficácia e que não faz mal. Há a maior das desconfianças em relação a esta notícia. É essencial haver transparência."

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