Vacina russa Sputnik V não convence cientistas
Rússia torna-se no primeiro país a aprovar uma vacina. Cientistas questionam decisão de a registar antes da última fase de ensaios.
“Seis meses será o mínimo ‘obrigatório’ de testes em humanos, e depois é necessário verificar o desenvolvimento dos sintomas. Não é possível dizer se a imunidade é duradoura com apenas dois meses de testes”, explicou à CMTV Gustavo Tato Borges, vice-presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública. Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, tem sérias dúvidas em relação à vacina russa. “Este anúncio preocupa-me, pois não é baseado na ciência. Não sabemos como é que funciona o sistema de saúde russo, há falta de transparência em oligarquias como a russa”, adverte.Para já, a Rússia vai avançar com a vacinação em massa a partir de outubro, após o fim dos ensaios clínicos. Médicos e professores serão os primeiros a ser inoculados com a vacina Sputnik V. DEPOIMENTOS Tarik Jasarevic, porta-voz da OMS "Estamos em contacto com as autoridades russas para uma possível pré–qualificação da Organização Mundial da Saúde para a vacina. A pré–qualificação de qualquer vacina exige a avaliação e validação de todos os dados de segurança e eficiência." Gustavo Tato Borges, vice-presidente da Associação Nacional dos médicos de saúde pública "A metodologia implementada para os testes e os resultados obtidos têm de ser analisados por uma instituição idónea e imparcial, que possa ter uma avaliação completa e muito cuidada dos passos que foram dados. Dois meses é um tempo muito curto." Jaime Nina, infecciologista, Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) "Este anúncio é uma técnica de marketing, um bluff. A Rússia está a marcar posição, até porque anuncia que a vacina está disponível em janeiro quando os ingleses já têm uma na Fase 3 e que deverá ter resultados em novembro." Jorge Roque da Cunha, sec.-geral Sindicato Independente Médicos"Manda a prudência e todos os cuidados científicos que perante uma nova vacina haja testes em humanos e que se demonstre a sua eficácia e que não faz mal. Há a maior das desconfianças em relação a esta notícia. É essencial haver transparência."
DEPOIMENTOS
Tarik Jasarevic, porta-voz da OMS
"Estamos em contacto com as autoridades russas para uma possível pré–qualificação da Organização Mundial da Saúde para a vacina. A pré–qualificação de qualquer vacina exige a avaliação e validação de todos os dados de segurança e eficiência."
Gustavo Tato Borges, vice-presidente da Associação Nacional dos médicos de saúde pública
"A metodologia implementada para os testes e os resultados obtidos têm de ser analisados por uma instituição idónea e imparcial, que possa ter uma avaliação completa e muito cuidada dos passos que foram dados. Dois meses é um tempo muito curto."
Jaime Nina, infecciologista, Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT)
"Este anúncio é uma técnica de marketing, um bluff. A Rússia está a marcar posição, até porque anuncia que a vacina está disponível em janeiro quando os ingleses já têm uma na Fase 3 e que deverá ter resultados em novembro."
Jorge Roque da Cunha, sec.-geral Sindicato Independente Médicos"Manda a prudência e todos os cuidados científicos que perante uma nova vacina haja testes em humanos e que se demonstre a sua eficácia e que não faz mal. Há a maior das desconfianças em relação a esta notícia. É essencial haver transparência."
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