Falha de segurança abala administração Trump

O Presidente Donald Trump minimizou esta terça-feira a gritante falha de segurança que levou a que planos militares para atacar os rebeldes houthis do Iémen fossem discutidos por responsáveis da sua administração num grupo da aplicação de mensagens instantâneas Signal, para o qual foi convidado, por engano, um jornalista. “Foi uma pequena falha, a única em dois meses, e não foi assim tão grave”, diz Trump.

Essa não é, no entanto, a opinião da oposição democrata e até de alguns membros da sua administração, que, em privado, falam de uma falha de segurança “grave e sem precedentes”. Em causa está um grupo criado na aplicação Signal a 13 de maio pelo conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz, incluindo o vice-presidente, J.D. Vance, o secretário da Defesa, Pete Hegseth, o secretário de Estado, Marco Rubio, e mais de uma dezena de outros responsáveis da Casa Branca, para discutir os ataques aos rebeldes houthis do Iémen, que foram lançados dois dias depois. No grupo foi também incluído, por engano, o jornalista Jeffrey Goldberg, do ‘The Atlantic’.

Nos dias seguintes, o grupo discutiu abertamente os planos para atacar o Iémen, com Hegseth a revelar informação militar classificada, incluindo alvos a atingir e unidades envolvidas. Foi ainda debatida a intenção de fazer a Europa pagar “contrapartidas” pela segurança no mar Vermelho, com Vance a queixar-se de terem de ser os EUA a “safar” a Europa outra vez e Hegseth a responder: “Partilho o teu desprezo pelos borlistas dos europeus. É patético.”

O uso de uma aplicação comercial para discutir informação sensível levanta questões sérias ao nível da segurança e da manutenção de registos oficiais, que é obrigatória por lei, com os democratas a exigirem esta terça-feira a demissão de Waltz e Hegseth e a abertura de uma comissão de investigação no Congresso.