Tudo indica que o ex-presidente brasileiro será constituído arguido já na semana que vem pela alegada tentativa de golpe de Estado em 2022.
Dois deputados norte-americanos enviaram uma carta ao novo presidente dos EUA, Donald Trump, pressionando para que ele imponha restrições e punições ao juiz brasileiro Alexandre de Moraes, que comanda os processos contra o antigo presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), onde tudo indica que o constituirá arguido já na semana que vem por suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, após perder as presidenciais desse ano para Lula da Silva. Os dois parlamentares, Rich McCormick e Maria Elisa Salazar, do Partido Republicano, o mesmo de Trump, além de terem enviado a missiva ao presidente estão a articular a criação de uma frente ampla no Congresso norte-americano contra o magistrado brasileiro e outros juizes do STF e contra o governo de Lula da Silva, que classificam como uma ditadura de esquerda.
“O facto de o Congressista mais votado do Brasil, Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, ter sido forçado a buscar exílio nos Estados Unidos demonstra a deterioração alarmante da Democracia no maior país da América do Sul.”-Lê-se em trecho da carta.
A alusão a Eduardo Bolsonaro, deputado federal eleito com expressiva votação pelo estado de São Paulo, é uma referência ao atrapalhado anúncio feito por ele terça-feira passada de que suspendeu o seu mandato no Brasil e vai passar a viver em definitivo nos EUA, onde irá pedir asilo político. Na altura, Eduardo Bolsonaro alegou ter tomado essa dramática decisão por estar prestes a ser preso por ordem do juiz Alexandre de Moraes, que, segundo ele, persegue tenazmente o pai, toda a família e qualquer pessoa que seja de direita, mas a imprensa brasileira revelou depois que o deputado não é alvo de qualquer investigação, muito menos acusação formal, e a sua prisão nunca esteve em análise.
O filho de Bolsonaro esteve com Rich e com Maria Elisa Salazar poucos dias antes de eles enviarem a carta a Trump, e a missiva é considerada uma consequência prática da articulação de Eduardo nos EUA, que está naquele país há mais de três semanas, na que é a sua quarta viagem a território norte-americano só em 2025. Logo no início deste ano, Eduardo Bolsonaro, que tem uma relação muito próxima com a extrema-direita norte-americana e já foi elogiado publicamente pelo próprio Trump várias vezes, já tinha conseguido que uma comissão da Câmara dos Representantes, o parlamento dos Estados Unidos, aprovasse uma lei proibindo a entrada no país de qualquer autoridade estrangeira que no seu país limite ou ataque a liberdade de expressão e os direitos humanos, acusações que são feitas a Alexandre de Moraes por obrigar plataformas como o X e o Telegram a tirar do ar conteúdos extremistas.
Essa pressão, e outras que estão a ser articuladas e devem ser ainda mais severas, têm o intuito de pressionar e, quem sabe, assustar, Moraes e os outros juizes do Supremo Tribunal Federal, que em breve deverão começar a julgar Bolsonaro. O STF vai decidir na próxima quarta-feira, dia 26, se constitui ou não Bolsonaro como arguido de tentativa de golpe de Estado, e não há dúvidas de que o fará, e deve iniciar o julgamento propriamente dito já em Abril e finalizá-lo antes do fim do ano, com uma mais do que provável condenação.
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