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Filho de Bolsonaro abandona mandato de deputado no Brasil e anuncia pedido de asilo nos EUA

Eduardo Bolsonaro afirma que é um perseguido político e garantiu que só voltará ao Brasil no dia em que o juiz Alexandre de Moraes for afastado do caso de Jair Bolsonaro.

18 de março de 2025 às 20:18

O deputado federal de extrema-direita brasileiro Eduardo Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro, anunciou esta terça-feira nos EUA que suspendeu o seu mandato parlamentar no Congresso do Brasil por tempo indeterminado e que vai pedir asilo político ao governo de Donald Trump. Eduardo está nos Estados Unidos há três semanas, e, afirma que é um perseguido político que poderia ser preso a qualquer momento, garantiu que só voltará ao Brasil no dia em que o juiz Alexandre de Moraes, responsável pelos processos contra Bolsonaro, no Supremo Tribunal Federal (STF), for afastado e punido por abuso de autoridade e violação dos direitos humanos.

“O Brasil não vive mais uma democracia. Não vou voltar para o Brasil, e devo fazer nos próximos dias o pedido de asilo nos Estados Unidos. Aqui, poderei focar na busca das punições que Alexandre Moraes e a sua Gestapo da Polícia Federal merecem. A minha meta de vida daqui para a frente será fazer esse juiz pagar por toda a crueldade que tem feito contra pessoas inocentes", declarou Eduardo Bolsonaro numa das várias publicações que fez ao longo do dia nas suas redes sociais e em entrevistas que deu a meios de comunicação brasileiros.

Eduardo, que iria assumir esta semana o importante cargo de presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, abdicou desse cargo e do mandato alegando que estava prestes a ser preso, no que considerou mais uma medida abusiva e arbitrária do magistrado, que se prepara para julgar o pai, Jair Bolsonaro, por suposta tentativa de golpe de Estado, já a partir da próxima semana. Deputados do Partido dos Trabalhadores, PT, de Lula da Silva, instauraram no STF um pedido para a apreensão do passaporte de Eduardo, que só este ano já viajou quatro vezes aos EUA, e Alexandre de Moraes só está à espera de um parecer do PGR, Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, para tomar a decisão.

 Por acreditar que Moraes realmente iria confiscar-lhe o passaporte, como fez em 2024 ao pai, impedido pelo magistrado de ir à posse de Donald Trump em 20 de Janeiro, Eduardo, que já estava nos EUA, tomou a decisão de ficar por lá, apanhando de surpresa até o seu Partido Liberal, PL. Ele diz não ter dúvidas de que agora Alexandre de Moraes vai determinar o confisco de todos os seus bens e contas bancárias e pedir a sua extradição aos EUA, mas não acredita que o governo Trump, com quem tem excelentes relações, aceite o pedido.

 Em Fevereiro, ao participar nos EUA num encontro da extrema-direita mundial, Eduardo Bolsonaro foi citado nominalmente por Trump, que o mandou levantar-se para receber os aplausos, e a quem chamou de um bom amigo. Graças à proximidade com Donald Trump, com quem tem uma relação muito mais próxima do que o próprio Jair Bolsonaro, Eduardo já conseguiu que o Congresso dos Estados Unidos aprovasse uma lei que, na prática, impede Alexandre de Moraes de entrar em território americano, tendo feito igualmente com que duas grandes plataformas de redes sociais, uma delas de Trump, instaurassem na Florida um processo contra o magistrado brasileiro, acusando-o de crimes contra a liberdade de imprensa e a soberania nacional dos EUA.

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