Ucrânia e Rússia atacam energia
Desde o início do ano, a Rússia já lançou perto de dois mil mísseis e 50 mil drones.
Enquanto as negociações para um acordo de paz não avançam, Kiev e Moscovo procuram resolver no teatro de operações o que a diplomacia não está a conseguir. O foco da Ucrânia continua a ser as infraestruturas petrolíferas, fundamentais para alimentar a máquina de guerra russa. Quinta-feira, drones ucranianos de longo alcance atingiram uma importante plataforma no mar Cáspio, suspendendo a produção e, esta sexta-feira, atingiu a refinaria russa de Yaroslavl, uma das maiores da Rússia, localizada a cerca de 700 quilómetros da fronteira entre os dois países. Segundo os serviços de informações do Reino Unido, a frota-fantasma da Rússia, uma forma camuflada que permite a Moscovo continuar a exportar petróleo, apesar das sanções, terá entre 600 e mil petroleiros. Também estas embarcações têm estado na mira das forças ucranianas, que, com recurso a drones, têm atingido vários petroleiros nos últimos dias.
Enfraquecer o setor energético ucraniano tem sido, também, o principal objetivo de Moscovo. O alvo mais recente foi Odessa e as consequências não se fizeram esperar: boa parte da cidade ficou sem luz, havendo ainda perturbações significativas no abastecimento de água. De acordo com a agência noticiosa Interfax, desde o início do ano, a Rússia lançou contra o território ucraniano perto de dois mil mísseis e 50 mil drones. “Não existem exemplos na história recente de um sistema energético que subsista sob tais condições - um terror tão direcionado e em grande escala. Infelizmente, este terror intensifica-se a cada dia”, lamenta o vice-ministro ucraniano para a Energia, Roman Andarak. Ataques que ganham agora, com a chegada do inverno e das baixas temperaturas, uma importância crescente.
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