22 mortos e mais de 1200 detidos nos protestos em Luanda

Situação começa a regressar a normalidade, mas ainda há uma forte presença policial nas ruas.

31 de julho de 2025 às 01:30
Situação em Luanda começa a regressar a normalidade, mas ainda há uma forte presença policial nas ruas Foto: Lusa
Protestos deixaram rasto de destruição em vários bairros de Luanda Foto: Lusa

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Pelo menos 22 pessoas morreram e mais de 1200 foram detidas durante dois dias de protestos violentos contra a subida dos combustíveis em Luanda, indica um novo balanço divulgado esta quarta-feira pelo ministro angolano do Interior.

Os protestos, que começaram na segunda-feira como uma paralisação pacífica convocada pelos taxistas da capital contra a subida dos combustíveis, transformaram-se em atos de violência e vandalismo em vários bairros da capital angolana, principalmente nas zonas mais pobres da periferia, com estradas cortadas por barricadas a arder, ataques a lojas e viaturas e pilhagens em armazéns e supermercados.

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A situação começou esta quarta-feira a regressar à normalidade, mas regista-se ainda uma forte presença das forças de segurança nas ruas e há relatos de confrontos e disparos em vários bairros durante operações levadas a cabo pela autoridades para deter pessoas suspeitas de participarem nos tumultos.

António da Costa Bomba, proprietário de um hotel no bairro Calemba 2, contou à Lusa, em lágrimas, que "perdeu tudo o que tinha". Na segunda-feira, dezenas de pessoas "armadas com pedras, catanas, machados, serrotes, sabres, machetes" invadiram o estabelecimento e "levaram tudo". "Os nossos seguranças lutaram, fizeram vários tiros, mas infelizmente as balas terminaram e já não tínhamos como nos salvar. Começámos a pular desde o primeiro andar a cair no teto dos vizinhos, começámos a tirar alguns hóspedes para poder salvar a vida deles", relata uma funcionária. "Entraram aqui, vandalizaram a casa, tiraram os bens, entraram nos quartos, levaram sanitas...", descreve, emocionada. "Fiquei sem chão, sem saber o que fazer da minha vida", diz António, que viu um sonho de 20 anos desmoronar-se.

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