40 anos para Huntley
Ian Huntley, o assassino de Holly Wells e Jessica Chapman, as duas meninas de Soham, vai cumprir uma pena de 40 anos de prisão, decidiu ontem o Supremo Tribunal britânico.
Recorde-se que o homicida já havia sido condenado a duas prisões perpétuas em 2002, mas segundo a lei britânica, o juiz deve estabelecer os limites da pena para decidir o eventual direito à liberdade condicional.
O juiz Alan George Moses, que estabeleceu a sentença, estipulou ainda que Huntley só poderá solicitar liberdade condicional em 2042, adiantando que isso deixa pouca margem de manobra ao réu.
As famílias das duas meninas assassinadas afirmaram ter esperança de que Huntley, agora com 31 anos, passe o resto da vida na prisão. “Daqui a 40 anos, poderemos não estar aqui, mas os nossos filhos estarão. Eles, tal como nós, continuam a sentir a dor pela perda”.
Recorde-se que Huntley, que cumpre a pena na prisão de Wakefield, negou sempre ter assassinado as crianças de dez anos, argumentando que elas morreram por acidente na sua casa. Mas o tribunal não aceitou a sua versão, tanto mais que o ex-funcionário da escola que frequentavam Holly e Jessica tem cadastro, sendo suspeito de ter abusado sexualmente de menores. Na cadeia, Huntley já foi alvo de maus-tratos por parte de outros reclusos.
A sua ex-namorada, Maxine Carr, que tentou encobri-lo, cumpriu três anos e meio de prisão, tendo-lhe sido dada nova identidade em Maio de 2004, quando saiu em liberdade.
Este foi um dos casos judiciais mais mediáticos no Reino Unido e a sentença de ontem marca a mudança de uma lei. Efectivamente, antes era o ministro do Interior que estipulava limites na pena e, a partir de agora, esse papel é entregue a um juiz.
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