90 minutos antes de injeção letal: Supremo do Texas suspende execução de homem autista acusado da morte da filha bebé

Robert Roberson está acusado de síndrome do bebé abanado e maus tratos. Defesa alega que Nikki morreu de pneumonia grave.

18 de outubro de 2024 às 12:36
 Robert Roberson Foto: Innocence Project
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A execução de Robert Roberson, de 57 anos, condenado pela morte da filha de dois, era para ter acontecido esta quinta-feira à noite, no estado do Texas, nos EUA, mas a 90 minutos de receber a injeção letal, a juíza concedeu uma ordem de restrição temporária, segundo o Fox News.

Jessica Mangrum, juíza do condado de Travis, deu oportunidade a Robert Roberson de testemunhar no processo de que está acusado na próxima semana.

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Robert está acusado da morte da filha, em 2002, devido ao síndrome do bebé abanado. É suspeito de mal tratar a menina, uma vez que, após a chegada de Nikki ao hospital, os médicos e enfermeiros verificaram que a bebé tinha nódoas negras e ferimentos na cabeça. A defesa de Robert Roberson alega que não há evidências de crime e que Nikki morreu de pneumonia grave e na sequência da toma de um medicamento prescrito.

Além disso, os advogados alegam que os profissionais desconheciam que Robert tinha sido diagnosticado com autismo em 2018, pelo que o comportamento "estranho" do homem levou os investigadores a acreditar mesmo na possibilidade do crime.

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A decisão da juíza de impedir para já a execução de Robert, surge depois um grupo de legisladores, tanto republicanos como democratas, terem pedido, na noite de quarta-feira, que Robert seja ouvido: "Exortamos o governador Greg Abbott a conceder uma prorrogação de 30 dias para permitir que o litígio continue e que um tribunal ouça as novas e esmagadoras provas médicas e científicas que mostram que a filha de dois anos de Robert Roberson, Nikki, doente crónica, morreu de causas naturais e acidentais, e não de abuso. Um adiamento também dará tempo aos legisladores do Texas para investigarem por que razão a famosa lei de habeas 'ciência alterada' do Texas, que permite aos prisioneiros contestar condenações baseadas na ciência que se revela desmentida ou errada, não está a ser aplicada como previsto nos tribunais".

O caso de Robert é o primeiro no país relacionado com o síndrome do bebé abanado.

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